Treinador critica regulamento, que transformou confrontos da primeira fase em duelos de apenas uma partida. Bahia encara o Sergipe nesta quinta-feira, pela Copa do Brasil
Guto Ferreira tem uma opinião formada sobre o novo regulamento da Copa do Brasil: “Acho péssimo”. Na manhã desta sexta-feira, o treinador criticou duramente as mudanças na competição: agora, a primeira fase tem apenas o jogo de ida, com a vantagem do empate para o visitante. Na segunda fase, um sorteio define o mando de campo e, em caso de empate, a vaga é definida nas penalidades.
- Acho péssimo, porque as pessoas simplificaram de uma forma muito gritante o regulamento. Para que pudesse oferecer essa situação, eles tinham que dar condições melhores. Por exemplo: não vai ser o nosso caso nesse sentido, mas não existe fiscalização sobre gramado. Não é o nosso caso, porque vamos jogar em um belo estádio em Sergipe. Mas, se a gente fosse jogar contra o Altos, em Teresina, estaríamos com o trabalho comprometido. O Bahia, até agora, não conseguiu a bola da competição. Cada competição tem uma bola, cada bola tem um peso, e isso faz diferença para o goleiro, faz diferença para o cobrador, faz diferença para o jogador. Vamos ter que que nos adaptar momentos antes da partida ou durante a partida – bradou o treinador.
O Bahia estreia na Copa do Brasil nesta quinta-feira. A equipe viaja até Aracaju, onde encara o Sergipe, no estádio Batistão. O duelo está marcado para 20h30 (horário de Salvador).
Sobre a bola da competição, Guto contou que o Bahia solicitou o material, mas não foi atendido. O treinador ainda criticou o método adotado para a segunda fase do torneio nacional.
- Gostaria de saber. A empresa representante que fornece à CBF tinha que ter a sensibilidade de fornecer a bola para todos os representantes, e não apenas para a equipe mandante. Já começa a criar um desequilíbrio na competição. O simples fato de jogar pelo empate? Mas esse empate é só na primeira rodada. Na segunda, existe sorteio e mando, e mesmo você sendo melhor ranqueado... Vamos buscar passar, respeitando o Sergipe. Em caso de passar, o Bahia vai jogar como melhor ranqueado, na casa do adversário, e o empate é pênalti. Então, o benefício é para quem... O campeonato virou sorteio. Virou sorte, porque você tem que jogar na casa do adversário, corre o risco de jogar lá, e joga por pênalti em caso de empate. Só que você vai jogar na casa do adversário e você é melhor ranqueado que ele. Mas por que tudo isso? Porque as equipes que realmente à competição, até que se prove o contrário, elas só entram na fase decisiva. Então eles estão pouco preocupados com as equipes que começam a competição, pois elas são coadjuvantes. O que vai acontecer com elas, quanto mais der ibope, melhor. O que dá ibope? Uma equipe melhor ranqueada ser desclassificada por uma equipe pior ranqueada. Então eles criam o desequilíbrio por isso, para dar o ibope – afirmou.
Guto Ferreira continuou.
- Só um detalhe, tá? Eu acho que o futebol brasileiro, as pessoas precisam olhar melhor a questão de nivelamento de competição, de não criar situações, dar condição de todos entrarem em campo numa condição de rivalizar nas mesmas condições. Se um tem mais condição técnica, ele vai vencer. Mas a condição de campo, uma série de situações, têm que ser justas para as duas equipes. Acho que o futebol brasileiro precisa crescer nesse aspecto, porque existe muita coisa fora de campo que acaba desequilibrando o nível técnico a favor de um ou outro – concluiu o treinador.
Fonte: Ge.com
