Postado por - Heitor Montes

Há 16 anos, Bahia conquistava a Copa do Nordeste em cima do Sport

Bahia e Sport começam a protagonizar, a partir desta quarta-feira, mais um capítulo da histórica rivalidade que envolve os dois clubes mais vitoriosos do Nordeste brasileiro. Essa é a data do primeiro jogo da final da Copa do Nordeste, que será disputado na Ilha do Retiro. Uma semana depois, no dia 24, o duelo de volta terá como palco a Arena Fonte Nova. Quem leva a melhor: o Tricolor, campeão brasileiro em 59 e 88, ou os o Leão da Ilha, campeão brasileiro em 87 e da Copa do Brasil em 2008?

No dia do primeiro clássico, o GloboEsporte.com relembra um duelo emblemático entre as equipes, uma doce lembrança para os baianos, amarga para os pernambucanos. Em 2001, o Bahia se sagrava campeão do Campeonato do Nordeste (sim, ainda era Campeonato) justamente ao bater o Sport dentro da Fonte Nova, diante de 65.924 torcedores. O time comandado por Evaristo de Macêdo bateu a equipe dirigida por Levir Culpi por 3 a 1, em jogo único, com gols de Nonato (duas vezes) e Preto; Leomar descontou para os pernambucanos.

Melhor jogador em campo, Preto Casagrande, além do belíssimo gol marcado, deu assistência para um dos gols de Nonato e regeu a equipe tricolor. Hoje auxiliar do Bahia, o ex-jogador relembra com carinho daquela decisão.

- O mais marcante foi o gol, mas outra coisa bem marcante também foi que meu pai estava presente no estádio. Ele foi o cara que mais me incentivou na carreira. Lembro que ele estava até assustado, de tanta gente que tinha no estádio. Isso só deixa o jogo mais inesquecível ainda, a quantidade de gente que tinha no estádio, tinha gente demais. Por um lado, eu estava um pouco nervoso, mas isso durou até o apito do juiz. Depois me desliguei totalmente para o que acontecia fora e só fiquei concentrado dentro de campo. Toda final é importante, aquela ainda mais, pelo gol, a maneira que foi...

O clima para aquela decisão era de absoluta confiança por parte dos tricolores. A equipe fez ótima primeira fase da competição, fez a segunda melhor campanha (atrás apenas do Náutico) e havia batido o Fortaleza na fase semifinal. Chegava para encarar o rival pernambucano, naquele momento, ostentando onze triunfos consecutivos. O Sport, por outro lado, havia feito uma primeira fase irregular, mas cresceu na reta final e chegava à decisão com cinco vitórias seguidas no Campeonato do Nordeste, a última delas sobre o rival Náutico na semifinal.

Era o duelo do melhor ataque, o do Bahia, contra a melhor defesa, a do Sport. De um lado, nomes como o goleiro Zetti e o volante Leomar, que chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira. Do outro, a dupla de goleadores formada por Nonato e Robgol. O Leão da Ilha ainda contava com o zagueiro Flávio Tanajura, que hoje trabalha no Vitória, e o atacante ídolo e Leonardo, morto em 2016. O Tricolor tinha o goleiro Emerson, o zagueiro Jean Elias, o volante Bebeto Campos... Tudo para um duelo em alto nível.

O jogo

A expectativa de um duelo equilibrado não se concretizou. Melhor para o Bahia, que dominou a partida do início ao fim, e só não saiu de campo com um placar mais elástico graças às intervenções de Zetti. Antes do primeiro gol, que saiu aos 23 minutos da primeira etapa, o atacante Nonato já havia desperdiçado duas boas oportunidades.

Quando teve a chance, Preto não perdoou. Jeferson desceu pela esquerda, mandou na área, e Luís Carlos Capixaba acertou a trave. No rebote, Robgol carimbou o zagueiro. A bola sobrou novamente, e Preto, de primeira, sem deixar ela cair no chão, fuzilou sem piedade a meta defendida por Zetti. O Bahia continuou martelando, e o segundo gol saiu aos 42 do primeiro tempo, em uma cabeçada certeira de Nonato, aproveitando cruzamento de Preto.

O Sport diminuiu com Leomar, também de cabeça, aos 12 do segundo tempo. Só que não houve espaço para reação, porque, aos 30, Nonato fez grande jogada e pôs números finais ao jogo. Bahia 3 a 1 no Sport. Festa nas arquibancadas.

Fonte: Globo Esporte