Adversários em amistoso, Bahia e Santos decidiam primeiro título nacional há 56 anos
Este vídeo foi produzido em 2014 – Edição Newton Filho @ncdfilho - TB.com
A história se fará presente, na Arena Fonte Nova, neste sábado (23), às 18h30 (horário da Bahia). Bahia e Santos farão um simples amistoso de pré-temporada. Marcelo Lomba, Hernane e Luisinho enfrentarão Lucas Lima, Dorival Júnior e Gabigol. No entanto, esses jogadores não têm idade para lembrar do confronto que, em 1960, definiu o primeiro campeonato nacional no Brasil, no qual a equipe baiana saiu vencedora em pleno Maracanã.
Os atletas podem não ter a noção, mas o torcedor tem a verdadeira dimensão do que esse caneco significa para a história do Tricolor de Salvador. A mística das duas estrelas começou a ser escrita nos pés de 11 homens que fizeram a caminhada do Bahia se transformar. Para a grande maioria dos fãs, essa estrela apenas está no imaginário do longínquo ano de 1960, quando o Esquadrão disputara a terceira e derradeira finalíssima da Taça Brasil da temporada 1959.
Numa quinta-feira do dia 10 de dezembro de 1959, a história do Bahia começava a ser escrita no hall da fama dos campeões nacionais. O Tricolor de Aço foi à Vila Belmiro enfrentar o lendário Santos de Coutinho, Pepe e Pelé – os dois últimos haviam conquistado a primeira Copa do Mundo para o Brasil, na Suécia no ano anterior. O Bahia não se amedrontou: venceu por 3 a 2, gols de Alencar, duas vezes e Biriba; Pelé e Pepe descontaram para a equipe da Baixada Santista.
No jogo da volta, na antiga Fonte Nova com apenas um anel, o Bahia subestimou a força do Santos. No dia 30 de dezembro, Pelé e Coutinho deram sobrevida ao time da Vila: 2 a 0, que calaram os 40 mil fanáticos que assistiam atônitos ao show do melhor jogador de todos os tempos. Haveria um terceiro jogo, no ‘templo’ do futebol brasileiro: o Maracanã.
A Taça Brasil de 1959 seria definida no ano seguinte. No dia 29 de março de 1960, o Maracanã recebia o terceiro e definitivo jogo que selaria o primeiro campeão nacional do ‘País do Futebol’. Sem Pelé, o Santos continuava forte. Aos 27 minutos do primeiro tempo, Coutinho abriu o placar no maior estádio do mundo. Foram necessários 10 minutos para os livros tricolores estamparem um feito: Vicente empatou o jogo. Na volta do intervalo, logo aos 47 segundos Léo virou o jogo. Alencar fez o terceiro gol que imortalizaria a primeira estrela na camisa do Bahia.
Aos 29 anos de fundação o Tricolor, além de primeiro campeão brasileiro, obteve a primazia da disputa da primeira Copa Libertadores da América, principal torneio da América do Sul. Os jornais da época estamparam com alegria em suas capas o feito que o Bahia havia feito no Rio de Janeiro. A torcida fez carreada por toda a cidade para comemorar o triunfo, segundo relatos da época.
Agora, 56 anos depois, a torcida mais jovem terá o pequeno gosto de reviver essa história, no mesmo local, reformado e modernizado, com as mesmas camisas. A torcida Tricolor não verá Alencar ou Nadinho novamente, mas Hernane e Marcelo Lomba continuarão a escrever a história do clube que agora, ostenta duas estrelas acima do escudo.
Foto: Divulgação / EC Bahia
Bahia: Nadinho, Beto, Henrique, Flávio e Nenzinho; Vicente e Mário; Marito, Alencar, Léo e Biriba. Técnico: Volante
Santos: Lalá, Getúlio, Mauro, Formiga e Zé Carlos; Zito e Mário, Dorval, Pagão, (Tite) Coutinho e Pepe. Técnico: Lula
