Com bom início no Bahia, Brocador pode assumir posto vago desde 2013
Desde a saída de Fernandão para a Turquia, em 2013, um centroavante de ofício não brilha pelo Tricolor. Brocador chegou com festa e é candidato a essa vaga
O início da trajetória de Hernane no Bahia é promissor e enche o torcedor de esperança. Um amistoso e um jogo oficial foram suficientes para que o atacante, apelidado “Brocador”, apresentasse o cartão de visitas, mostrando porque sua contratação foi tão festejada: foram cinco gols, dois de pênalti, outros dois daqueles típicos de centroavante, com bom posicionamento e faro de gol apurado, e um em chute de primeira. As vítimas de Hernane foram o Santos, no amistoso que terminou empatado em 2 a 2, a Juazeirense, que saiu derrotada por 3 a 2, na estreia do Campeonato Baiano, e o Flamengo de Guanambi, derrotado por 2 a 1 na segunda rodada do estadual.
O bom desempenho do Brocador no início da atual temporada desperta a esperança de que ele possa suprir uma posição carente desde a saída de Fernandão, o último atacante com as características de centroavante clássico a fazer sucesso com a camisa tricolor. Antes de brilhar na Turquia, atuando por Bursaspor e Fenerbahçe, o atacante grandalhão encantou os tricolores com 18 gols marcados em 41 partidas, sendo a principal referência da equipe à época treinada por Cristóvão Borges.
O GloboEsporte.com procurou Hernane para conversar sobre a missão de repetir o sucesso de Fernandão. Como bom baiano que é, o atacante, que nasceu em Bom Jesus da Lapa, mostrou-se tranquilo quanto a isso, além de animado com o planejamento apresentado pelo Bahia.
- Encaro da melhor maneira possível. É um desafio novo na minha carreira, que estou encarando muito bem. O Bahia me apresentou um projeto muito bom e isso me animou a vir para cá. Sempre superar as adversidades na minha carreira e consegui vencer. Farei de tudo para ir bem com a camisa do Bahia – falou ao GloboEsporte.com.
Hernane também marcou no amistoso contra o Santos (Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / E.C. Bahia)
O torcedor mais inquieto pode estar se perguntando: “Mas e Kieza?". Bom, Kieza aqui não é encarado como centroavante nato, típico camisa 9, apesar de ter fechado 2015 como vice-artilheiro do país. O atacante, que se transferiu para o São Paulo nessa temporada, caiu nas graças da torcida do Bahia jogando mais aberto pelos lados do campo, principalmente o esquerdo. Jogando assim, com outro jogador mais centralizado no ataque, ele marcou a maioria dos seus 29 gols na temporada passada. Em 2014, o K9 chegou ao Tricolor no meio do ano, atuou centralizado no ataque e marcou apenas seis gols em 22 jogos. O desempenho ficou aquém do esperado.
Depois que Fernandão embarcou para brilhar na Turquia, o Bahia tentou a sorte com alguns centroavantes: vestiram a camisa 9 nomes como Marcão e Henrique, em 2014, e Léo Gamalho, Alexandro e Roger, no ano seguinte. Não deram certo. O curioso é que, depois que deixaram o Tricolor, Marcão viveu um bom momento no Figueirense, e Henrique foi um dos principais responsáveis por salvar o Coritiba do rebaixamento, tanto que foi disputado por Internacional e Grêmio no início desse ano e acabou acertando com o Tricolor gaúcho.
Já marquei quatro gols e espero que mais possam sair. Hernane Brocador |
Hernane sabe bem como o futebol dá voltas e quão difícil é a vida de centroavante. No ano passado, ele não conseguiu repetir no Sport o bom desempenho que teve no Flamengo em 2013, quando foi artilheiro do Brasil. O Brocador amargou a reserva de André, que fez uma ótima temporada.
- Quando entrei no time ano passado, eles já estavam jogando, com uma equipe entrosada. Fica difícil para quem está fora. Fiz alguns gols, mas agora com a pré-temporada completa é outra história. O início do Bahia está muito bom. Já marquei quatro gols e espero que mais possam sair – diz.
Hernane espera fazer gols, só não estipula uma meta, como alguns atacantes gostam de fazer. A única é certeza é: “quanto mais, melhor”.
- Difícil falar em números. Quero fazer gols. Quanto mais, melhor, não é? Sou o camisa 9, minha função é fazer os gols. Mas o mais importante é a vitória do grupo todo, de levarmos o Bahia aos títulos nesta temporada. Tudo será consequência do boom trabalho de todos – revela Hernane