Postado por - Newton Duarte

Ídolo do Bahia, Uéslei apoia nova gestão

Ídolo do Bahia, Uéslei apoia nova gestão: 'Que coloquem o Bahia no seu devido lugar'

Uéslei, apelidado de “Pitbull”, é um dos principais nomes do futebol baiano. Quarto maior artilheiro da história do Bahia, conquistou quatro títulos com o Tricolor e também foi campeão com a camisa do Vitória – tudo isso na década de 90. De lá para cá, voltou ao Esquadrão, jogou em grandes times nacionais, como Atlético-MG e Internacional, além de clubes do Japão. Após encerrar a carreira de jogador, seguiu o passos de muitos companheiros e se dedicou à ocupação de técnico. Entrevistado da semana da Coluna Esportes do Bahia Notícias, Uéslei falou sobre sua trajetória, seus planos para o futuro e opinou sobre assuntos que envolvem o Bahia, como, por exemplo, as divisões de base e a nova diretoria. 

Bahia Notícias - Você jogou no Bahia na década de 90 e, neste período, ganhou quatro títulos estaduais. Você considera esta a melhor época da sua carreira?

Uéslei -É. Tiveram os títulos de 93 e 94, depois eu saí, voltei em 98 e esse momento, com certeza, foi muito bom. Eu fui até artilheiro do Brasil neste ano [98]. Então, foi realmente um período especial na minha carreira.

BN - Como você falou, você estava no Bahia e depois foi para o Vitória. Como foi se transferir para o maior rival do clube que você se tornou ídolo? Como foi a recepção?

Uéslei - Foi muito bom também, porque a torcida me abraçou. Minha passagem lá no Vitória foi legal, no Campeonato Brasileiro terminamos em nono lugar. Infelizmente, naquela época, por causa de um gol, não classificamos, porque passavam oito. Consegui conquistar o tricampeonato baiano inédito e também o Campeonato do Nordeste. Então, foi tudo muito legal e importante. E minha volta para o Bahia foi bastante tranquila também, porque eu tinha sido campeão um ano antes.

BN - Você acompanhou o momento político do Bahia nos últimos meses, que culminou na mudança de diretoria? Como você enxergou essa turbulência que o clube passou?

Uéslei -Eu acompanhei muito pouco, mas, se for para melhorar o clube, toda mudança é bem-vinda. Espero que essas pessoas que estão entrando coloquem o Bahia no seu devido lugar, que [o clube] volte a ser reconhecido principalmente pela parte boa. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro.

BN - Atualmente, você está seguindo os passos de muitos ex-jogadores que se tornaram treinadores. Como foi o início dessa experiência no Jacuipense?

Uéslei - Para mim, foi uma experiência legal. Comecei como auxiliar e depois fui efetivado como treinador. Disputamos a Copa Governador do Estado e ficamos em segundo. Perdemos o título para o Vitória da Conquista que, se eu não me engano, foi tricampeão. Infelizmente, não conseguimos o título. No futebol, acontece de algumas coisas darem errado e, por causa de um empate, o Jacuipense não se classificou para o Campeonato Baiano. Mas, para mim, foi uma experiência muito boa e eu espero passar por ela de novo.

BN - Ainda falando dessa sua experiência como treinador... Em 2011, você trabalhou como auxiliar das divisões de base do Bahia. Você considera essencial o uso dos garotos da base até mesmo para o clube diminuir o custo com jogadores mais caros?

Uéslei - É muito difícil a gente falar sobre isso, porque muitos jogadores subiram – e lá no Bahia eu conheço vários que tiveram oportunidade no profissional, principalmente esse ano. Então, eu acho que não se pode reclamar muito, não, porque alguns tiveram muitas chances. E a gente reclama tanto que não tem chance, mas quando tem também tem que aproveitar, já que as oportunidades são muito poucas, já que é difícil de acontecer. Por isso, o jogador da base tem que correr muito, tem que se dedicar ao máximo para ser mantido lá no profissional. Se não aproveita, o clube corre atrás de outros jogadores fora daqui do estado e, com isso, tem que desembolsar muito dinheiro. 

BN - Você é o quarto maior artilheiro da história do Bahia. Acredita que alguém pode te alcançar ou ultrapassar?

Uéslei - Eu acho que pode ultrapassar, sim. Essas coisas existem para ser batidas. Eu mesmo passei alguns jogadores, então, outros podem ter a oportunidade. Mas hoje eu estou vendo que é um pouco difícil porque os jogadores que ficam aqui no Bahia não ficam tanto tempo, né? Então, eles acabam fazendo poucos gols. O [jogador] que vem depois de mim é Nonato e depois o Marcelo Ramos. E esses dois já pararam de jogar. Nonato ainda joga, mas aqui no Bahia não voltou, não vai voltar mais. Mas eu espero que seja batido, sim. Principalmente, se for um jogador das categorias de base, porque aí fica mais legal. O jogador, com isso, aparece mais.

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BN - Você foi ídolo dos dois clubes, tanto do Bahia quanto do Vitória, e hoje em dia a dupla está com um certa carência de ídolos. Por que você acredita que isso acontece? 

Uéslei -Eu acho que, por causa do pouco tempo que ficam no cube, não tem muito como a torcida conhecer, na Bahia. Quando o jogador se destaca, o empresário já quer mandar para outro país. Mas, com a experiência de quem já trabalhou no Bahia e no Vitória, e sei o respeito que as pessoas têm, acredito que em breve pode surgir um jogador que possa ser ídolo.

BN - Você vê alguma grande diferença no futebol da época em que você jogava para o esporte praticado atualmente?

Uéslei - Eu acho que não. Eu acho que o futebol é a mesma coisa e é jogado da mesma forma. Agora, tem uma facilidade maior dos empresários, no sentido de eles entregarem os jogadores. Mas, dentro de campo, não muda nada, não.

BN - Para finalizar, eu queria que você falasse agora da sua situação atual, dos planos para o futuro...

Uéslei -Eu pretendo dar seguimento no meu projeto de treinador, mesmo. Agora, é torcer para que pinte alguma coisa, algum clube. Eu estou à disposição de qualquer um para que eu possa desempenhar um bom trabalho. 


Fonte: Cláudia Callado - Bahia Noticias

Fotos: Reprodução