Cleuter Barreto Barros, mais um preso de Oruro, também brigou no DF
Acusado pela morte do jovem Kevin Espada e inocentado por falta de provas trocou socos e pontapés com vascaínos no domingo
SÃO PAULO - Um segundo torcedor do Corinthians que esteve preso na Bolívia acusado pela morte do jovem Kevin Espada – e foi solto por falta de provas – participou da briga com torcedores do Vasco no último domingo, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Trata-se de Cleuter Barreto Barros, sócio da Gaviões da Fiel.
O outro associado da facção que ficou detido em Oruro por causa da morte do torcedor boliviano e brigou em Brasília é Leandro Silva de Oliveira, conforme revelado pelo Estado na sua edição de terça-feira. Fotos e vídeos mostram Barros, assim como Oliveira, correndo em direção aos vascaínos e, mesmo após ser contido por policiais, partindo para a briga.
Cleuter (de gorro cinza) foge da polícia durante a briga no Estádio Mané Garrincha
As imagens do confronto e de Barros na Penitenciária San Pedro, em Oruro, foram analisadas por membros da ABPC (Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística), que concluíram que se trata da mesma pessoa em todas as fotografias. "Considerando as convergências encontradas nos exames quanto às características consideradas individualizadoras da face e a inobservância de divergências classificadas como incompatíveis, conclui-se que as imagens padrão referentes a Cleuter correspondem à mesma pessoa que aparece nas imagens da briga vestindo agasalho de cor cinza, tendo os dizeres ‘NEW YORK’ na parte frontal", conclui análise feita por mais de um perito, entre os quais José Hadeilson Monteiro.
O Ministério Público de São Paulo defende a dissolução da Gaviões e o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) pode punir o Corinthians com uma multa e a perda de mando de campo. Já a polícia do Distrito Federal prometeu indiciar os responsáveis pela confusão.
Barros é conhecido na organizada como "Manaus", sua cidade de origem. Líder da subsede da torcida no Amazonas, ele veio para São Paulo para participar da organização do desfile de Carnaval da Gaviões e passou a dormir na sede da organizada, localizada no bairro do Bom Retiro. O torcedor vai a praticamente todas as partidas do Corinthians e toca tambor na bateria da organizada.
Ele atua na linha de frente da facção. Não à toa, foi um dos primeiros a partir para o confronto com os torcedores do Vasco e ficou o tempo todo no meio da confusão. A briga aconteceu no intervalo do jogo e Barros só voltou à área reservada aos corintianos depois que os policiais, com spray de pimenta e cassetetes, conseguiram isolar os brigões.
PRISÃO
Detido na Bolívia ao lado de outros 11 corintianos, ele chegou a ser apontado, junto com Oliveira, como responsável pelo disparo do sinalizador que atingiu Kevin Espada – o garoto morreu de traumatismo craniano causado pelo impacto do artefato. Inquérito da polícia boliviana informou que Barros foi preso com três sinalizadores, um deles de número de série idêntico ao do sinalizador que atingiu Espada. Com Oliveira, foi encontrado um foguete sem marca identificada.
Após passarem cinco meses e meio presos, os dois foram soltos no último dia 2, junto com outros três corintianos, por falta de provas. Antes, a Justiça boliviana já havia liberado sete torcedores pelo mesmo motivo. Um terceiro preso de Oruro que esteve no Mané Garrincha foi Hugo Nonato. Não é possível, no entanto, identificá-lo nas imagens da briga. O torcedor é apelidado de São Luiz e é tesoureiro da facção.
Isso é Brasil... Até vereador é flagrado em briga entre corintianos e vascaínos
O Raimundo Cesar Faustino, conhecido como Capá, é membro da Gaviões da Fiel e vereador pelo PT
São Paulo, SP, 27 (AFI) – A briga entre corintianos e vascaínos nas arquibancadas do Estádio Mané Garrincha, no domingo, ainda continua dando o que falar. Na manhã desta terça-feira, uma foto de um vereador no meio da confusão aumentou ainda mais a polêmica. O Raimundo Cesar Faustino, conhecido como Capá, é membro da Gaviões da Fiel e vereador pelo PT em Francisco Morato, na Grande São Paulo.
Na imagem, Capá foi flagrado desferindo um chute em um dos policiais, que tentavam conter a briga entre as duas principais organizadas de Timão e Vasco, Gaviões e Força Jovem. Sem camisa e cheio de tatuagens, o torcedor nem de longe lembrava o perfil de um político.
Natural de Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, Capá, 40 anos, foi eleito ao cargo em 2012, com um total de 1.428 votos. Antes de virar vereador, ele teve vida política ativa na Gaviões, onde é sócio há mais de 20 anos e faz parte do Conselho.
A confusão toda começou, quando um grupo de corintianos invadiu o lado vascaíno, no anel superior do Mané Garrincha. Como resultado, diversos feridos entre vascaínos, corintianos e policiais. A principal justificativa encontrada para a confusão foi a venda de ingressos sem separação de torcidas no estádio.
Fonte: Raphael Ramos - O Estado de S. Paulo e Agência Futebol Interior
Fotos: Dida Sampaio, Ed Ferreira e Raphael Ramos/Estadão - Reprodução Facebook