Inspirado em Cristóvão, Charles revela bastidores da semana como interino
Técnico diz que buscou se espelhar no ex-treinador do Bahia para preparar o time para o duelo deste domingo. Charles analisa partida e defende esquema com volantes
Na linguagem dos boleiros, Charles Fabian recebeu uma bola ‘na fogueira’. Com a demissão de Marquinhos Santos, o então técnico do time sub-20 do Bahia foi escolhido para comandar os treinos até a contratação de um novo treinador. Durante a semana, foi efetivado como auxiliar permanente do clube e garantido como interino para o jogo contra o Palmeiras. Com o Tricolor na zona de rebaixamento, a pressão era grande. Mas Charles assumiu a responsabilidade e, mesmo com a bola ‘na fogueira’, decidiu não tirar o pé na dividida.
Neste domingo, o técnico interino comandou o Bahia no empate com o Palmeiras, no Pacaembu. Para preparar a equipe para a partida, Charles se inspirou no trabalho de Cristóvão Borges, que treinou o Tricolor na temporada passada e deixou marcas no Fazendão.
- A história do Cristóvão é muito bonita. Sempre foi respeitado, onde quer que fosse. Convivi com ele na Seleção Brasileira. Ele foi um profissional que deixou saudades no Bahia. Pela conduta, pela seriedade, principalmente, todos os funcionários adoram ele no Fazendão. Come ele, não tinha ninguém melhor que ninguém. Respeitava todos. Isso que passei para o grupo. Falei com eles que o Bahia tinha mais de 30 atletas, que iria trazer 20 para São Paulo, 11 iriam jogar e somente três poderiam entrar. Apesar disso, queria deixar todos em condição de jogar. Eles entenderam isso. Não trabalho com 11. Penso no grupo inteiro. Os 11 foram bem hoje. Mas temos que ter todos bem para que possamos ter opções – disse o técnico interino.
A inspiração em Cristóvão pautou a conversa de Charles Fabian com os jogadores durante a semana. O interino tentou passar confiança para os atletas, e disse que conseguiu ganhar o apoio do grupo.
- Quando assumi, na segunda-feira, disse para eles que o atleta quando assina contrato de profissional tem que estar motivado por obrigação. Eles têm que cumprir com suas obrigações, assim como o clube tem que cumprir as suas. Fiz com eles uma semana de trabalho para que todos estivessem motivados. Ninguém sabia quem ia jogar. Esse trabalho foi feito com muita conversa, muita sinceridade, muito respeito. O respeito é a base do relacionamento. Futebol é a mesma coisa. Fui muito claro com eles e fizemos uma semana maravilhosa de trabalho. Teve um dia que falei que quem estivesse cansado, poderia ficar fora do treino. Ninguém quis sair. Todos queriam trabalhar. A semana foi muito boa e a partida refletiu isso – pontuou Charles Fabian.
Confira outros temas abordados pelo interino na coletiva
01
ANÁLISE DA PARTIDA
Fizemos um jogo equilibrado. Faltou um pouco a transição de meio para o ataque. Mas nos postamos bem defensivamente. O Fahel, o Miranda e o Uelliton cumpriram bem a função. O Rhayner sempre costuma jogar bem. O Marcos Aurélio e o Kieza ainda estão buscando a forma ideal. Sentiram um pouco. O Marcos Aurélio foi infeliz na chance que teve. Se tivesse que ter um vencedor, sem dúvida seria o Bahia.
02
TIME COM TRÊS VOLANTES
No jogo de hoje, em nenhum momento pensei em me desfazer do sistema. Estava encaixado ali atrás. É preferível estar encaixado atrás. Se coloco um meia, podia romper o balanço do time. O Palmeiras criou muito pouco. Para esse jogo, não pensei em tirar os três volantes em momento nenhum. Tanto é que saiu o Fahel, entrou o Feijão. Teve uma situação, no fim da partida, em que o Lomba pegou a bola e tinha um contra um. Se o Lomba acerta na reposição, o Rhayner vinha dentro do gol. Fiquei muito tranquilo. Se encaixássemos oportunidades, faríamos os gols.
Fonte: GE.COM
Foto: Reprodução
