Postado por - Newton Duarte

Intervenção - A História

Com liminar derrubada, Bahia volta a ser comandado por interventor

Julgamento de liminar, conseguida pelo clube ano ano passado, foi realizado na manhã desta terça-feira. Carlos Rátis é nomeado interventor

Intervenção foi decidida durante julgamento nesta terça-feira


O Bahia está, pela terceira vez em três anos, sob intervenção judicial. Na manhã desta terça-feira, a desembargadora Lisbete Maria Teixeira Almeida Cézar Santos julgou improcedente o recurso do Bahia e derrubou a liminar que mantinha o presidente Marcelo Guimarães Filho no cargo desde março do ano passado. A decisão do juiz Paulo Albiani voltou a valer, e o advogado Carlos Eduardo Behrmann Rátis Martins foi nomeado interventor do Tricolor. Com a decisão, além de Guimarães Filho, que não compareceu ao julgamento, todo o conselho eleito em dezembro de 2011 está destituído.

A liminar do Bahia foi derrubada no julgamento do relatório da desembargadora, que foi realizado na Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia. A medida ainda cabe recurso, no próprio TJ da Bahia. No entanto, por lei, caso Marcelo Guimarães Filho recorra da decisão, o processo deve retornar para as mãos da mesma desembargadora que julgou a ação nesta terça-feira. Antes do voto dos desembargadores, o advogado do presidente Marcelo Guimarães Filho, Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay, se pronunciou. Depois dele, foi vez do advogado Pedro Barachisio, que defendeu a intervenção no clube. Em seguida, os desembargadores votaram e decidiram por unanimidade colocar o Bahia sob intervenção. O fato curioso do julgamento veio do desembargador Clésio Rômulo Carrilho Rosa, que preferiu não participar do julgamento por ser torcedor do Vitória.

Carlos Rátis é nomeado, pela terceira vez, interventor do Bahia

De acordo com a determinação do juiz Paulo Albiani, Carlos Rátis trabalhará com um grupo de apoio formado por Cyrano Vianna Neto, Alexandre Valente Derschvm e Danilo Pessoa de Souza Tavares. A remuneração de todos os nomeados deverá ser definida e paga posteriormente.

O advogado do Bahia no caso, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay (um dos mais requisitados do Brasil), afirmou que vai entrar com um recurso. O jurista apontou possíveis falhas no processo.

- Um único cidadão que foi alijado do processo eleitoral pede intervenção do clube. Não há acusação de irregularidade no processo eleitoral. O que houve foi que um conselheiro impedido de votar foi ao judiciário e pediu não para votar, mas sim a intervenção no clube. Não foi julgado o mérito da eleição – afirmou Kakay.

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, em maio deste ano, Marcelo Filho havia afirmado que o clube estaria à disposição para quaisquer esclarecimentos. Na ocasião, o cartola ainda disse estar confiante de que a intervenção não seria anunciada novamente.

- Eu estou absolutamente tranquilo com relação a isso. Tanto que já houve mais de uma demanda na justiça com relação a isso, e em todas as vezes a gente ganhou. Porque mostramos que fizemos o que o estatuto mandava – afirmou.

Primeira intervenção em 2011

Primeira intervenção foi durante eleição no final de 2011

A primeira vez que a intervenção foi decretada no Bahia foi em dezembro de 2011. No dia da eleição para presidente do clube, o pleito foi interrompido sob a alegação de irregularidades na formação do conselho deliberativo do clube.

A ação foi impetrada na Justiça pelo ex-conselheiro Jorge Maia, que foi retirado do conselho em uma reforma realizada havia 90 dias. A oposição afirmava que 62 conselheiros haviam sido substituídos - 58 deles seriam ligados a Paulo Maracajá, que foi presidente do Bahia de 1979 a 1994, e chegou a ser aliado de Marcelo Guimarães, pai do atual presidente. No entanto, a ligação se desfez na última eleição tricolor. Para reformular o conselho, o clube alegou que os membros retirados do grupo estavam inadimplentes ou haviam faltado a três reuniões seguidas ou cinco encontros neste mandato.

Como interventor, Rátis pretendia convocar novas eleições para eleger novos conselheiros e, posteriormente, o presidente do clube. Entretanto, o desembargador Gesivaldo Brito anulou a liminar foi concedida pelo juiz Paulo Albiani, da 28ª vara cível de Salvador, durante a madrugada. Marcelo Filho foi reeleito para um mandato de três anos.

Intervenção de dois dias em 2012

Quase três meses depois, a eleição foi suspensa novamente por uma decisão do juiz Paulo Albiani. Carlos Rátis foi nomeado interventor novamente para convocar “eleições para a constituição do Conselho Deliberativo do clube, do Conselho Fiscal e, após isso, para presidente da diretoria para o próximo triênio”, conforme a determinação judicial.

Com esta missão, Rátis tentou obter a lista de sócios do Bahia, mas não teve o pedido atendido pelos funcionários do Bahia. Os computadores onde deveriam estar a relação sumiram e viraram até motivo de ironia de Marcelo Filho.

Presidente do Bahia ironizou Justiça no Twitter ao retornar ao cargo em 2012

Sem sucesso na empreitada, Carlos Rátis tentou convocar uma audiência para listar os sócios do Bahia. No entanto, antes mesmo disso, o departamento jurídico do clube conseguiu a liminar – que foi derrubada nesta terça-feira – e Marcelo Guimarães Filho retornou ao cargo de presidente do Bahia.


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Fonte: Globoesporte.com

Foto: Nei Pinto/Divulgação/TJB - Raphael Carneiro/Globoesporte.com - Divulgação/Site Oficial - Reprodução/Twitter