Postado por - Newton Duarte

Joias raras: Série A 2014 só viu 28% dos finalistas das últimas 5 Copa SP

Joias raras: Série A 2014 só viu 28% dos finalistas das últimas 5 Copinhas

Levantamento mostra que chegar longe na Copa São Paulo não é garantia de sucesso para a maioria dos jogadores. Entre as exceções estão Lucas, Erik e Malcom

Ser campeão ou vice na base não é garantia de sucesso para ninguém no futebol, e os números mostram isso: dos 139 jogadores que disputaram a decisão da Copa São Paulo nos últimos cinco anos, apenas 39 jogaram a Série A do Brasileirão em 2014. Um índice de 28%, quase três jogadores por equipe, embora o número de atletas que recebem oportunidades seja um pouco maior, sobretudo logo após a competição. Em 2015, a bola começa a rolar para a garotada neste sábado, com a participação de 104 equipes divididas em 26 grupos.

Erik, a exceção à regra: finalista da Copinha em 2013, revelação da Série A em 2014 (Foto: André Costa / Futura Press)

Entre os finalistas dos últimos cinco anos, há jogadores badalados. É o caso de Erik, vice-campeão da Copinha em 2013 pelo Goiás, derrotado pelo Santos naquela decisão. Ele foi eleito a revelação do Brasileirão 2014 e tem sido especulado em vários clubes. Alison, campeão em 2013 e titular do Santos, é outro que tem boas perspectivas e está cotado para disputar os Jogos Olímpicos de 2016 pela Seleção.

Há também jogadores que chegaram aos profissionais como promessas, mas ainda não conseguiram se firmar. São os casos de Muralha, do Flamengo, e dos tricolores Marcos Junior e Michael, que acabaram emprestados para Vitória e Criciúma, respectivamente. Desses 139 jogadores, apenas seis chegaram à seleção brasileira principal (4,2%). São eles os ex-são-paulinos Lucas, Casemiro e Bruno Uvini, o ex-corintiano Marquinhos, e Fabinho, vice-campeão do torneio em 2012 pelo Fluminense. Confira a história de cada time:

2010: SÃO PAULO 1  X 1  SANTOS (3 X 0 NOS PÊNALTIS)

Lucas era chamado de Marcelinho quando surgiu no São Paulo em 2010 (Foto: Gaspar Nóbrega / Vipcomm)

São Paulo (campeão): o time comandado pelo técnico Sérgio Barresi jogou com Richard, Filipe Aguaí (Willian), Fabiano, Bruno Uvini, Felipe (Paulo Henrique); Casemiro, Zé Vitor, Jeferson Paulista e Lucas; Roniele e Lucas Gaúcho (Dener). No mesmo ano, Lucas (que era chamado de Marcelinho), Casemiro e Lucas Gaúcho subiram para os profissionais, e apenas o terceiro não conseguiu se firmar. Bruno Uvini chegou a ficar na reserva em alguns jogos, mas só estreou em 2011. Entre os meio-campistas, Zé Vitor teve chances nos profissionais, e Jeferson se transferiu para o Botafogo (passou a ser chamado de Jeferson Paulista). Roniele, autor do gol do empate por 1 a 1 na final, foi inscrito na Libertadores de 2008, mas teve poucas chances. O goleiro Richard, herói na decisão por pênaltis, jamais foi utilizado pelo time principal.

Santos (vice-campeão): comandado por Narciso na decisão, o Santos jogou com Rafael, Crystian, Renato, Alemão e Wesley (Rafael Caldeira); Elivélton, Alan Santos, Nikão (Kássio) e Alan Patrick; Renan Mota e Dimba (Tindurim). Na primeira temporada, Alan Patrick subiu para o time de cima, mas só ganhou espaço no ano seguinte, quando foi importante em alguns jogos da campanha do título da Libertadores. Os laterais Crystian e Wesley também jogaram no time principal, assim como o volante Alan Santos (até hoje no elenco). O meia Nikão era um dos principais jogadores da equipe, mas se transferiu para o Atlético-MG pouco depois.

2011: FLAMENGO 2 X 1 BAHIA

Negueba (ao lado de Adryan) foi o autor do gol do título na Copa São Paulo de 2011 (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)

Flamengo (campeão): o time do técnico Paulo Henrique jogou com César, Alex, Marllon, Frauches e Anderson; Muralha, Lorran e Adryan (Pedrinho); Rafinha (China), Negueba e Lucas (Thomas). Negueba, autor do gol do título, já havia jogado entre os profissionais e está no clube até hoje. Outro que teve muitas chances foi Muralha, que atuou já em 2011, assim como Thomas. Adryan teve mais chances em 2012, mas não se firmou entre os titulares e foi emprestado ao Cagliari, da Itália, em 2014. César, que teve grande atuação na decisão, é atualmente o reserva de Paulo Victor.

Bahia (vice-campeão): o Bahia, então comandado por Laelson Lopes, jogou com Renan, João Marcos (Valson), Eduardo, Beton e Laércio; Anderson, Fernando (Mansur), Brendon (Rodrigo Thompson) e Filipe Augusto; Fábio e Rafael. Desses, apenas Rafael (que ganhou a alcunha de Gladiador por imitar uma comemoração de Kleber, com o polegar para baixo) teve chances no profissional. Filipe Augusto, volante, foi vendido rapidamente após quatro partidas no time principal em 2012 e hoje atua no Valencia, da Espanha. Coadjuvante no time e dois anos abaixo do limite de idade para o torneio, Anderson Talisca era reserva e não chegou a entrar na final.

2012: CORINTHIANS 2 X 1 FLUMINENSE

Corinthians (campeão): comandado pelo técnico Narciso, o Corinthians jogou com Matheus (Ravi), Cristiano (Leandro), Antônio Carlos, Marquinhos e Denner; Anderson, Gomes, Giovanni (Wesley) e Matheusinho; Douglas Tanque e Leonardo. O destaque na campanha foi Marquinhos, que menos de seis meses depois foi vendido para o Roma, da Itália, onde deslanchou e foi comprado pelo PSG, da França, além de chegar à Seleção. Antes, porém, fez parte do elenco campeão da Taça Libertadores e teve algumas chances nos profissionais como zagueiro e volante. Seu companheiro de zaga, Antônio Carlos, foi o autor dos dois gols do título na decisão, ainda pertence ao clube e teve boa passagem pelo Avaí em 2014. Giovanni, camisa 10, foi campeão mundial de clubes em 2012, mas não se firmou e voltou aos juniores.

Fluminense (vice-campeão): o Fluminense, do então técnico Marcelo Veiga, jogou com Silézio, Fabinho, Wellington Carvalho, Léo Lelis e Ronan; Willian, Rafinha, Higor e Eduardo (Fernando); Marcos Júnior e Michael (Igor Julião). O jogador com maior projeção é Fabinho, atualmente no Monaco, da França, e já convocado para a Seleção principal. Com exceção do goleiro Silézio e do zagueiro Léo Lelis, todos os jogadores que disputaram aquela decisão foram aproveitados no time principal, com destaque para os atacantes Marcos Júnior e Michael e para o volante Rafinha.

2013: SANTOS 3 X 1 GOIÁS

Santos (campeão): comandado pelo técnico Claudinei Oliveira, o Santos entrou em campo com Gabriel Gasparotto, Alison, Wallace, Jubal e Emerson; Lucas Otávio, Leandrinho, Pedro Castro e Léo Cittadini (Paulo Ricardo); Neilton (Lucas Crispim) e Giva (Diego Cardoso). E quase todos os jogadores tiveram chances nos profissionais, com destaque para o lateral-esquerdo Emerson e para o lateral-direito Alison, que virou titular do time de cima como volante. No ataque, estava Neílton, que trocou o Peixe pelo Cruzeiro em 2014. Claudinei, efetivado nos profissionais ainda em 2013, se firmou na Série A e terminou a última temporada no Atlético-PR.

Goiás (vice-campeão): finalista pela primeira vez da Copa São Paulo, o Goiás do técnico Augusto César jogou com Paulo Henrique, Péricles, Felipe Macedo, Alef (Arthur) e Mário Sérgio; Rodrigo, Túlio, Liniker e Jarlan (Murilo); Erik e Paulo (Caio). Artilheiro da competição com oito gols, Erik subiu rapidamente para o time de cima, mas foi pouco aproveitado pelo técnico Enderson Moreira e só deslanchou em 2014, sendo eleito a revelação do Brasileirão. Outros jogadores compõem o elenco, como o goleiro Paulo Henrique, o zagueiro Felipe Macedo, o volante Rodrigo e os meias Liniker, Paulo e Murilo.

2014: SANTOS 2 X 1 CORINTHIANS

Santos (campeão): bicampeão da Copinha, o Santos dessa vez foi comandado pelo técnico Pepinho e jogou com João Paulo, Daniel Guedes, Paulo Ricardo, Naílson e Zé Carlos; Lucas Otávio, Fernando Medeiros (Diego Santos) e Serginho (Japa); Jorge Eduardo, Stéfano Yuri e Diego Cardoso (Gustavo). Artilheiros da Copinha, Stéfano Yuri e Diego Cardoso tiveram boas chances nos profissionais, mas terminam o ano atrás de Jorge Eduardo na preferência do técnico Enderson Moreira. O lateral-esquerdo Zé Carlos chegou a ser titular dos profissionais, mas voltou aos juniores no fim da temporada, quando o lateral-direito Daniel Guedes subiu com boas atuações.

Corinthians (vice-campeão): sem muitas perspectivas no início do torneio, o Corinthians do técnico Osmar Loss chegou muito além do que se imaginava e jogou a decisão com Henrique, Lucão, Pedro, Luiz Gustavo e Guilherme Arana; Fabiano, Ayrton (Matheus) e Zé Paulo; Malcom, Lucas Douglas (Brayan) e Léo (Yan). Desses 14, Malcom, de apenas 17 anos, já é titular dos profissionais e cobiçado por vários clubes europeus. Zé Paulo, camisa 10 no torneio, subiu aos profissionais, mas não se firmou e foi emprestado ao Atlético-PR. Outro que deve pintar no time de cima em breve é o lateral-esquerdo Guilherme Arana.