Postado por - Newton Duarte

Jonathan Reis viverá sob cláusula com obrigações de conduta

Na linha: diretor revela cláusula com obrigações de conduta para atacante


Em 2010, Jonathan Reis foi flagrado no exame antidoping por uso de substância proibida e acabou demitido do PSV Eidhoven, da Holanda


Jonathan Reis foi demitido do PSV após se flagrado no antidoping

Início de janeiro de 2010. Após se atrasar cinco dias na reapresentação ao PSV Eindhoven, da Holanda, o atacante Jonathan Reis é flagrado no exame antidoping por uso de cocaína. Representantes do clube tentam convencer o jogador a fazer tratamento em uma clínica. O atleta, no entanto, rejeita qualquer tipo de ajuda e acaba demitido de forma imediata pela equipe holandesa.

Quatro anos se passaram desde então. Neste meio tempo, o jogador acertou com o Vitesse, também da Holanda, e não mais registrou mais problemas com substâncias proibidas. O histórico, no entanto, fez com que o Bahia tomasse cuidado na elaboração do contrato de Jonathan Reis. Na última segunda-feira, o diretor de futebol William Machado revelou que o Tricolor tomou precauções para se proteger. Em caso de desvio de conduta, o atacante pode ser dispensado, assim como aconteceu no PSV.

- A gente tem todas as precauções. Quando você contrata qualquer profissional, corre o risco dele não agir conforme contrato. A gente tem proteções contratuais, não só com esse atleta [Jonathan Reis], mas com qualquer um. Isso vai se estender até a categoria de base. Mas na base, isso é uma questão de orientação. Com quem a gente contrata, temos esse cuidado contratual. Todo mundo tem direito a errar, mas também não com reincidência – disse William Machado.

Após a demissão do PSV, Jonathan voltou ao Brasil e, após um fato triste, mudou de vida. Sentado em uma praça de Belo Horizonte, viu um colega que estava ao seu lado ser assassinado por dois homens com seis tiros. Após o ocorrido, o jogador aceitou se internar em uma clínica de Pedro Leopoldo, cidade do interior de Minas Gerais. Decisão acertada que levou o PSV a recontratá-lo.

- Ele teve esse problema, foi bem difundido. Tem um vídeo dele falando. Não foi um atleta que se escondeu. Nenhum atleta gosta de lembrar. Mas são situações a que o atleta está exposto. Ainda mais quando sai do país com 19 anos, pela liberdade que se tem, mas é um perigo, a depender do caso. A cláusula não está só no contrato do Jonathan. Está no contrato de todos. A possibilidade de rescisão. A gente está criando um a mais, porque no contrato padrão ninguém lê. É pra mostratr que a gente está ciente, e em caso de reicindência por qualquer comportamento fora, você pode rescindir o contrato por mau comportamento. Estamos sendo mais claros, mais redundantes, pra mostrar aos atletas o que estamos querendo - disse o diretor de futebol do Bahia.

Recentemente, o Bahia assistiu a conduta extracampo do atacante Souza tomar os noticiários esportivos. O centroavante reclamou de salários atrasados, foi pego em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro e se envolveu em uma discussão com o técnico Jorginho. Souza ainda se envolveu na vida política do clube, ao declarar publicamente apoio ao ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, e chegou a dizer que pensou em deixar o Bahia. No final da temporada, o centroavante ainda chegou a ser multado e afastado pela diretoria tricolor.

Novo atacante do Bahia superou problema por uso de drogas

Em 2010, Jonathan revelou que usava cocaína e maconha. Ele se curou da dependência e fala abertamente do assunto

Dos quatro jogadores anunciados segunda pelo Bahia, o atacante Hugo é o único que disputou a Série A do Brasileiro em 2013. O ex-jogador do Náutico marcou dois gols. O zagueiro Sérgio jogou a Série C pelo Duque de Caxias e o volante Diego Felipe terminou a Série B em segundo lugar com a Chapecoense. Mas o caso que mais chama a atenção é o do atacante Jonathan, que havia revelado ao Esporte Espetacular que usou drogas. “Eu ficava muito sozinho. Acontecia alguma coisa que eu ficava meio nervoso, aí eu descontava tudo nas drogas. Usava cocaína, de vez em quando maconha. E isso já era desde o Brasil”, disse em 2010.

O atacante voltou ao país, se tratou no interior de Minas e acabou recontratado pelo PSV, da Holanda. Ficou dois anos por lá antes de ser negociado como Vitesse. “Teve sim esse problema. É muito importante o fato que ele não se escondeu. Não vou ficar relembrando isso. Como eu disse, são situações que o homem está exposto. Saiu da cidade natal com 17 anos, foi morar sozinho na Holanda. Lá é um perigo dependendo do caso”, disse o diretor de futebol William Machado.


Fonte: GE.COM – Daniela Leone/IBahia (adaptado)

Foto: Getty Images - Reprodução