Postado por - Newton Duarte

Jorge Wagner não descarta retorno ao Bahia

Rejeitado no planejamento de 2014, Jorge Wagner não descarta retorno ao Bahia

Em entrevista exclusiva ao Bocão News na manhã deste domingo (8) em Pirajá, onde acontecem os Jogos do Subúrbio, o ex-jogador do Bahia e atualmente no Botafogo, Jorge Wagner, falou sobre o racismo no futebol, Bom Senso F.C., tentativa do Bahia em repatriá-lo e a morte do seu amigo Fernandão, com quem jogou no Internacional e São Paulo.

Perguntado sobre o motivo que o fez retornar ao Brasil para atuar no clube carioca, e não no Esquadrão de Aço, o meia bicampeão brasileiro pelo tricolor paulista e campeão da Libertadores com o Colorado diz que não foi a questão salarial que emperrou as negociações. “No ano passado meu contrato estava acabando com o Kashiwa Reysol, e seis meses antes tiveram várias conversas, primeiro empresários e diretoria do Bahia. Eu demonstrei interesse em retornar, mas infelizmente não deu certo, não foi o momento”, explica. No entanto, Jorge Wagner não descarta retornar para o Bahia em breve.

“Mas vamos ver, vamos aguardar. Tenho contrato com o Botafogo até o final do ano. Pode ser que surja algum interesse no meu retorno, mas ainda é muito cedo. Vamos aguardar aí. A minha vontade de retornar foi muito grande, me coloquei à disposição no ano passado. Houve a oportunidade de voltar, mas para o Botafogo”.

A seu ver, a negociação não deu certo antes da temporada de 2014 porque o Bahia já havia planejado contar com outros jogadores em sua posição, que na sua opinião são muito bons. “Não foi questão salarial. Acho que foi mais uma questão de planejamento mesmo do clube, questões técnicas também, de você já ter um elenco formado e não estar precisando de jogador na posição”.

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O meia do Botafogo enfrentou o tricolor baiano no dia 4 de maio, na Arena Fonte Nova. Sua equipe perdeu por 1 a 0, gol de Maxi Biancucchi. “A gente não teve um início de campeonato [Brasileiro] muito bom, está muito equilibrado. A gente oscilou bastante em manter uma regularidade. Apenas nesses dois últimos jogos a gente conquistou quatro pontos, contra duas grandes equipes, Corinthians e Palmeiras”, reflete.

Apesar de estar feliz pelo tempo que passa em Salvador, uma notícia neste fim de semana tirou o seu sorriso. “Foi um amigo que eu tive no futebol [Fernandão, ex-companheiro de Inter e São Paulo que morreu em acidente de helicóptero neste sábado, dia 7], um cara do bem, um cara família. Pela história que ele teve no futebol a gente fica muito triste. Eu recebi a informação de manhã [sábado], eu estava em casa, e não acreditei quando comecei a ler aquelas coisas, e recebendo informações e ligações também”, lamenta.

Outra coisa que entristece Jorge Wagner é o racismo. Embora nunca tenha sido vítima, o jogador se diz preocupado. “Eu acho inadmissível em pleno século XXl e estar convivendo com esse tipo de preconceito no meio do futebol. Foram tantos casos que aconteceram nesse primeiro semestre, com Neymar, com Daniel Alves, aqui no Brasil também, com Tinga [em jogo no Peru], com Arouca, eu tive a oportunidade de jogar com eles dois, então acho que a gente não pode aceitar isso aí. Tem que haver uma punição”.

O tempo em que esteve no Kashiwa Reysol o deixou distante das discussões acerca do movimento Bom Senso F.C., que luta por melhorias no esporte. Embora tenha admitido não estar tão presente, Jorge Wagner diz achar justa a causa. “Eu acompanho pouco, até porque eu estava no Japão. Quando você está distante você não está convivendo com aquilo, é difícil você falar. Mas eu acho que é uma causa justa, a gente está brigando pelas férias, pelo fair play financeiro, para que os clubes possam estar honrando seus compromissos, entre outras coisas. São mudanças que vão ser benéficas”.


Fonte: Lucas Franco – Bocão News

Foto: Roberto Vianna / Bocão News