De craque do time a mero reserva. Prestigiado no início da temporada com a artilharia na Copa do Nordeste, o meia Régis perdeu o status de intocável com Jorginho. Na última rodada do Campeonato Brasileiro, na derrota por 3 a 0para o Santos, o treinador escalou a equipe titular com Vinícius, Zé Rafael e Allione como principais responsáveis pelo setor de criação. Régis não entrou em campo. Acompanhou toda a partida do banco. Nesta sexta-feira, Jorginho explicou o motivo pelo qual o meia perdeu espaço na formação inicial. A recente lesão muscular, as características de cada partida e a concorrência pela titularidade influenciam na decisão. Mas o fator primordial consiste naquilo que o técnico tricolor entende como o melhor para o time do Bahia.
- Depende muito da partida, depende muito daquilo que a gente vai propor no jogo. Régis teve essa contusão, isso atrapalha muito, a sequência que ele estava vindo muito bem. A gente sabe o quanto ele foi protagonista no Baiano, na Copa do Nordeste, no ano passado. É um jogador importante em nossa equipe, assim como o Vinícius. A gente não tinha uma concorrência nessa posição desde a saída do Cajá, que existia essa concorrência. Hoje a gente tem uma concorrência muito maior, isso é muito bom para mim. Eu tenho a concorrência de jogadores de lado. Talvez eu não tenha tanto com o homem de área, que é o Rodrigão, mas tem o [Junior] Brumado, um jogador jovem que demonstrou que tem potencial. O mais importante para mim é que o Régis está crescendo, o Vinícius também. O Vinícius ficou um bom tempo parado, muito tempo sem jogar e acabou vindo jogar aqui com a gente. Se preparou muito bem nos treinamentos. É muito bom a gente ter jogador desse nível na posição.
A partida contra o Santos não foi a primeira em que Régis passou 90 minutos no banco de reservas. O meia também não foi aproveitado nas partidas contra Palmeiras e Flamengo, quando a equipe foi derrotada por 4 a 2 e 1 a 0, respectivamente – entre essas partidas, ele jogou alguns minutos contra o Corinthians. Naquele momento, Jorginho entendia que o meia não estava 100% após se recuperar de um estiramento no músculo posterior da coxa.
A lesão foi diagnosticada no início de junho. O meia havia participado das primeiras rodadas da Série A, as partidas contra Atlético-PR e Botafogo– contra o Vasco, foi poupado para o jogo decisivo da Copa do Nordeste –, e depois só voltou a ficar à disposição na 8ª rodada, justamente contra o Palmeiras.
Plenamente recuperado, Régis foi titular durante quatro rodadas consecutivas, a começar pelo empate sem gols diante do rival Vitória, na 11ª rodada. O seu desempenho, no entanto, não foi o mesmo do primeiro semestre, quando foi eleito craque do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste. As atuações abaixo do padrão deixaram Jorginho insatisfeito, e o meia, no jogo contra o Avaí, foi substituído no intervalo.
Questionado sobre a decisão, Jorginho comentou depois do jogo contra a equipe catarinense, que terminou empatado em 1 a 1:
- Todo mundo viu que a equipe não estava bem. Eu poderia ter tirado três jogadores. Régis, Allione e Mendoza não estavam bem. Optei por um jogador que tem velocidade. Foi assim que fizemos o gol com o Renê. Tentamos mudar a cara da equipe. Melhoramos muito no segundo tempo. Tivemos uma melhora grande, sensível, mas não conseguimos conquistar os três pontos – disse.
Régis virou reserva contra o Atlético-MG. Ele e Allione, outro titular incontestável no primeiro semestre, viram do banco o trio de meias formado por Vinícius, Zé Rafael e Mendoza ajudarem o Bahia a sair do Independência com um triunfo por 2 a 0. Régis entrou na segunda etapa e até deu uma assistência para Juninho. Contra o Santos, ele acompanhou a tudo sem entrar em campo.
Régis é o artilheiro da equipe na temporada, com 11 gols marcados. É também o vice-líder em assistências, com sete. Na Série A, o jogador balançou as redes duas vezes (ambas na goleada sobre o Atlético-PR) e distribuiu três passes para gol. Com ele em campo no Campeonato Brasileiro, o Tricolor venceu três partidas, empatou outras três e perdeu duas. Emprestado pelo Sport, o meia tem contrato com o Tricolor até o fim de 2017. Cerca de cinco meses para convencer Jorginho, recuperar o espaço perdido e aumentar os números positivos que o alçaram a peça indispensável do Bahia nas primeiras competições do ano.
Fonte: Globo Esporte