Por ANDREW JENNINGS
Eu acabei de ler as 676 páginas da CPI coordenada por Aldo Rebelo em 2001, para investigar a corrupção de Ricardo Teixeira na CBF, os acordos íntimos com a FIFA e a notória manipulação do contrato com a Nike, que vendeu o futebol que era do povo à fabricante de calçados dos EUA.
A raiva de Rebelo contra a máquina era muito clara.
Onde estava Aldo Rebelo ontem? Ele estava… Na favela? Ou explicando aos torcedores que ele não teve outra escolha a não ser deixar que os contratos fraudulentos com as construtoras fossem executados? Talvez ele estivesse se encontrando e simpatizando com a causa das famílias removidas por especuladores que lucraram com a Copa do Mundo?
Não. Rebelo preferiu a companhia do inimigo. Ele foi escolhido como palestrante principal durante uma conferência no Copacabana Palace organizada pela voz do mercado internacional, o Financial Times. Apresentado como ‘aquecimento para o ritmo da política e dos negócios do futebol em Copacabana’, Rebelo abraçava seu novo camarada, companheiro de discurso na noite, Sepp Blatter.
Junto deles havia patrocinadores, empreendedores do futebol nacional e mundial, e o grupo cativo de parasitas que se alimentam dos jogos do povo, e o chefe incrivelmente rico da Copa de 2022 no Qatar. E claro, a Globo.
Como o poder mudou o camarada Rebelo. O que houve com a raiva de Rebelo?
Será que Rebelo foi visto nas ruas do Rio, tentando impedir o roubo do Maracanã, que pertencia ao povo? Não ouvi nada a respeito.
Será que Rebelo protestou contra a construção de luxuosos camarotes que reduziram o espaço do Maracanã a torcedores comuns? Esses camarotes estão sendo vendidos a preços exorbitantes para membros da comunidade internacional de negócios.
Origem e imagem: BLOGDOPAULINHO
Autor : Paulinho