'Jornalista não é divulgador', diz Rizek sobre Caso Jabá ocorrido no Bahia
Apresentador do 'Redação SporTV' ressalta que proximidade entre clube e jornalistas coloca credibilidade em xeque. Xico Sá diz que prática é comum
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Em campo, o Bahia tem ficado em segundo plano, já que o que acontece em seus bastidores dominou o noticiário do clube nos últimos dias, com a divulgação de uma lista que ficou conhecida como “caso jabá”, em que se divulgou um gasto de mais de R$ 800 mil em sete anos com passagens aéreas, publicidade em programas esportivos de rádios de Salvador e benefícios para radialistas, parentes e amigos do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho. No “Redação SporTV”, o apresentador André Rizek ressaltou a importância de o jornalista preservar sua credibilidade.
- Pode ser que eles tenham recebido dinheiro como eles alegam, para "mídia" e outras coisas, mas fato é que quando você recebe dinheiro de um clube de futebol que é objeto de suas reportagens jornalísticas, a sua credibilidade fica em xeque. Ele vai fazer uma reportagem sobre o Vitória ou o Bahia e sempre vai ter alguém que vai poder falar: "mas também, recebeu dinheiro do Bahia", ainda que tenha sido um dinheiro honesto sobre um trabalho que ele tenha realizado. Acho que o jornalista tem sempre que se preocupar com isso. Jornalista não é divulgador, a gente faz noticia, reportagens e comentários sobre os clubes - afirmou.
O jornalista e escritor Xico Sá destacou no programa que a prática não se restringe ao Bahia ou ao esporte, e elogiou a atitude da nova diretoria.
- Isso é uma prática nacional isso, louve-se a nova diretoria do Bahia que foi corajosa em denunciar, mas rola no Brasil inteiro secularmente esse “jabazismo” de clubes, e se repete nas assembleias com deputados e jornalistas, por exemplo, não é só no esporte.
Documentação do Bahia sobre beneficiados virou principal assunto do esporte baiano
Também presente à bancada do “Redação SporTV”, o jornalista Arthur Dapieve lembrou que o Bahia não precisa de divulgação de seu nome em qualquer veículo.
- O gigante Bahia precisa de divulgação para o seu nome? É uma questão curiosa. Com a torcida enorme e apaixonada alguém precisa falar no nome do Bahia, o que ele ganha? É estranho - ressaltou.
De acordo com o levantamento realizado pelo Tricolor, entre 2006 e 2013, foi gasto um valor total de R$ 486.894,82 com serviços como publicidade em programas de rádios baianas e peças contratadas publicitárias com empresas de marketing esportivo. O relatório inclui também R$ 378.142,91 pagos em passagens aéreas para radialistas, jornalistas, parentes e pessoas próximas a Marcelo Guimarães Filho.
Redação SporTV
Foto: Thiago Pereira – GE.COM
