Leandro Romagnoli: "Me imagino jogando contra Real Madrid"
Após a conquista da Copa Libertadores, El Pipi viajará amanhã ao Brasil para tentar rescindir o pré-contrato com o Bahia e continuar no San Lorenzo; Seu sonho, o Mundial de Clubes, em dezembro
Será a mesma estratégia, só que agora deverá driblar a cavalheiros de terno e gravata em uma mesa, em vez de ir se infiltrando entre os jogadores rivais e com o cuidado certo fazer a assistência, precisa, Leandro Romagnoli está de frente a um cenário complicado: terá que convencer os dirigentes do Bahia que o bendito pré-contrato que assinou no verão, com o clube brasileiro deva ser rescindido, e tentar ficar no San Lorenzo de sua vida, com o objetivo de jogar o Mundial de Clubes em dezembro, no Marrocos.
"Se eu viajar no domingo para o Brasil é para falar com eles cara a cara. Vou com a verdade, eles tem que saber que a minha ideia é ficar no San Lorenzo. Depois, o Bahia terá a última palavra", diz El Pipi, no lançamento novas chuteiras “Predator Instinct”. O evento da Adidas também contou com a presença outros homens-chave da conquista da Copa Libertadores na quarta-feira: Nestor Ortigoza, julho Buffarini, Mauro Matos, Martin Cauteruccio e Nicolas Blandi.
Qual o palpite de que você tem da reunião? O que pode acontecer?
“Os Dirigentes do Bahia sabem qual é o meu sentimento e meu pensamento”. É difícil para um clube ter um jogador que não quer estar lá e já pensando em sair. Naquele momento, eu pensei que assinar com o Bahia fosse o melhor, mas ao longo dos meses, percebi que em San Lorenzo tem toda a minha família, meus amigos e ao meu redor, as pessoas que me amam. Às vezes, passam umas coisas pela cabeça, e outras coisas que você só percebe mais tarde, mas eu confio que os Dirigentes do Bahia me receberão bem.
Nessa reunião com os Dirigentes do Bahia você vai colocar sobre a mesa o aspecto emocional ou será econômico?
A respeito da questão econômica não será problema para mim: é óbvio que vou reembolsar o dinheiro que me deram. Isso não tenho que pensar ou discutir. A partir daí veremos o que eles querem para rescindir o contrato. Havia assinado com o Bahia por um ano e meio, e minha ideia, após resolver este problema, é renegociar com o San Lorenzo para jogar mais um ou dois anos no Bajo Flores. É uma questão de sentar e conversar, nada mais.
Tem algo mais a resolver, fora seu futuro no Brasil? Sonha com o Mundial de Clubes?
Sim, eu me imagino jogando a final contra o Real Madrid. Ainda assim, é preciso estar ciente de que teremos antes, nesse torneio, uma semifinal contra um time asiático, Africano ou americano. E aí? você ganha? Hein? São equipes difíceis. Se eu tiver a oportunidade de participar do Mundial de Clubes, vou jogá-lo até a morte; se não eu, os outros jogadores do plantel, porque nós sempre damos tudo pela camisa.
E o que seria uma consagração do Cyclone em Marrocos?
Se entramos na história do clube com a Copa Libertadores, nem quero imaginar o titulo do Mundial de Clubes. Faltando alguns meses a minha expectativa é sempre jogar. Também, porque podemos conversar com o Bahia para voltar ao clube em dezembro; este é um ponto que posso discutir com os Dirigentes. (grifo UTB)
Seu pai, Atilio Osvaldo, e seu tio, Luis Argentino são fãs do Cyclone e ainda jogaram lá nas divisões inferiores. Como eles viveram a conquista da Libertadores?
Eles estão muito felizes, além da camisa do San Lorenzo. Meu velho fica feliz quando as coisas vão bem comigo, como aconteceria com qualquer pai e filho; isso é normal. Meu pai sempre foi me ver em todos os lugares, ele nunca me dificultou ou disse alguma coisa para jogar no San Lorenzo, pelo contrário, sempre me deu a liberdade de escolher, ele nunca opôs a jogar no clube, e isso é muito importante. Meu tio mesmo, também nada, o que eu valorizo.
E como está você com suas filhas nesse sentido, sendo tão fãs do San Lorenzo?
Bem, esse não é o caso, porque é capaz de um tio ou primo querer fazê-las torcer para outro clube. Eu fico nervoso e chego a dizer a Martina e a Mía: "Não, vocês têm que torcer pelo San Lorenzo" Às vezes é difícil quando te dizaem: "Pai, agora me disseram que sou River". Eu rapidamente respondo: "Não! O que é River?". Mia tem uma amiguinha cujo pai é um fã do Argentinos (Juniors), e que na semana passada foi convidado para ver o retorno de Riquelme para La Paternal (Bairro do Argentino Juniors). Naquele dia eu disse: "Você quer ir, vá!, Mas, não grite nos gols?".
Como aguentou ser sempre cobrado por jogar num clube sem “Libertadores de Américas"
Sempre fui muito cobrado. Se estivesse com um amigo para dividir, estava tudo bem, mas se eu fosse pego em um dia ruim e ficasse me preocupando com esse tema, capaz de acabar em discussão. Agora eu não sei o que eles vão cobrar (risos) porque San Lorenzo tem o troféu que sempre sonhou em suas janelas. Muitas pessoas esperam a vida inteira para se divertir.
O que você ainda espera em sua carreira no futebol?
Quando eu tinha a idade apropriada [agora 33] sonhava com a chance de jogar uma Copa do Mundo, mas depois, quando vi que as chances eram poucas e os anos foram passando. Sabia que não realizaria este sonho. Além disso, a minha posição sempre me tocou competir contra monstros reais em clássicos. Mas agora que conquistei a Copa Libertadores, vejo que era o que eu sempre sonhei e pensei. Ele me deu e sempre ir para mais, além das três operações nos ligamentos cruzados do joelho. Agora minha cabeça está tentando resolver esse problema com o Bahia para ficar em San Lorenzo.
Link original da matéria em espanhol: ”Leandro Romagnoli me imagino jugando contra real madrid”
Fonte: Gastón Saiz | La Nacion
Foto: Charge Davi Sales
Tradução aproximada: Luis Peres @BahiaClub
