‘Goleiro moderno', Lomba reclama de calendário apertado no Brasil
Marcelo Lomba se considera um goleiro moderno, com reposição de bola 'boa e rápida'. Jogador também reclama de maratona de partidas
Foi-se o tempo em que o bom goleiro era aclamado apenas pelo que faz com as mãos. De uns tempos para cá, o futebol exige que o ‘goleiro moderno’ saiba usar bem os pés para fazer uma boa reposição de jogo. No Brasil, o maior representante da categoria é o veterano Rogério Ceni, que também é um excelente cobrador de faltas.
Titular absoluto do Bahia, Marcelo Lomba não cobra faltas, mas se considera um goleiro moderno. De estilo calmo e fala mansa, o arqueiro faz questão de deixar a modéstia de lado quando o assunto é uma de suas principais características: recolocar a bola em jogo.
– Eu acho que tenho uma boa reposição de bola. Às vezes, erro por tentar dar um passe muito preciso, por tentar colocar alguém na cara do gol. Então, às vezes eu arrisco, mas tem que arriscar com segurança. Acho que o goleiro moderno tem que aprender a repor bem e rápido – afirma.
Marcelo Lomba pode ser muito importante para o confronto contra o Corinthians, marcado para esta quarta-feira, às 21h (horário de Brasília). Como o Bahia pretende utilizar bastante o contra-ataque, a reposição do goleiro é uma arma para colocar os companheiros em boa situação lá na frente.
Focado no Campeonato Brasileiro, Lomba deixa um pouco de lado o Corinthians para falar de um assunto que está em pauta: o calendário de jogos do futebol brasileiro. O atleta tricolor aproveitou o momento para reclamar do pouco tempo que os times têm tido entre jogos e treinos. Para ele, isso prejudica a qualidade do esporte.
– A gente vem numa maratona, e ela não vai acabar agora. Essa maratona dura, pelo menos, até o meio de novembro. Se avançarmos na Sul-Americana, prorroga ainda mais. Mas é o calendário que fizeram para esse ano, apertado, e talvez no ano que vem seja até pior. Como eu sou goleiro, sinto menos. Mas a gente vê o sacrifício dos jogadores – avalia o goleiro tricolor, que também chama a atenção para a necessidade de uma discussão ampla entre diferentes setores envolvidos com o futebol.
– Se eu não fechar o gol de novo contra o Corinthians, já vou ser cobrado. Encurtaram muito o calendário. Tem que ter um meio tempo para poder desfrutar de um bom futebol. Isso tem que ser discutido por todos, dirigentes, jogadores e também os fisiologistas, médicos - finaliza.
Fonte: Rafael Santana – GE.COM
Foto: Divulgação/EC Bahia