Postado por - Newton Duarte

Marcelo Ramos divide o coração entre Bahia e Cruzeiro e revela nova carreira

Marcelo Ramos divide o coração entre Bahia e Cruzeiro e revela nova carreira

Ex-atacante relembra a carreira com quase 500 gols marcados e anuncia reedição da parceria com ex-companheiro Uéslei, desta vez como treinador e auxiliar técnico

Na manhã chuvosa de um dia de clima incomum em Salvador, Marcelo da Silva Ramos liga para confirmar o encontro.  

- Tudo certo? Com essa chuva...  

Confirmada a entrevista, Marcelo chega logo depois. Frio, ventania e chuva. Nada disso parece agradar ao ex-atacante de Bahia, Cruzeiro, Santa Cruz e outros tantos clubes. Logo ele, especialista em fazer chover dentro de campo. Os mais de 20 anos de carreira como profissional lhe renderam 457 gols, assim como um lugar de destaque na galeria dos maiores artilheiros da história do Bahia (6º maior) e Cruzeiro (5º maior). O dom para fazer gols não tirou de Marcelo Ramos a humildade. Aos 41 anos, o soteropolitano artilheiro onde passou conversou por cerca de uma hora com a reportagem do GloboEsporte.com, e relembrou momentos importantes da carreira, além de revelar que está prestes a retomar uma dupla de sucesso dentro dos campos, desta vez, fora das quatro linhas.  

Marcelo Ramos se prepara para a carreira de auxiliar técnico (Foto: Eric Luis Carvalho)

Três anos depois de encerrar a carreira a qual tentou estender ao máximo, Marcelo Ramos projeta vida nova e já se prepara para tal. A saudade dos campos ainda existe, mas o baiano afirma que já se acostumou a ser um ex-atleta.  

- Três anos depois de encerrar a carreira, já dá para dizer que estou acostumado. Sempre tivemos essa noção de quem um dia a carreira ia terminar. No começo é um pouco difícil, você fica com saudades, mas depois passa. Estou seguindo a vida. Existe a possibilidade de continuar no futebol. Tenho um projeto com Uéslei, que já está com treinador, e me fez um convite para ser seu auxiliar, e estamos procurando nos manter informados sobre tudo o que acontece no futebol. Sabemos que não é fácil e que não temos tanta oportunidade assim, mas na hora que aparecer, temos que estar preparados. Então o pensamento é em 2015 já estar trabalhando, iniciando essa carreira de auxiliar-técnico, e ele como treinador.   

UM CORAÇÃO E DUAS HISTÓRIAS  

Filho de pai torcedor do Vitória, Marcelo escolheu o Bahia para brilhar. Com a camisa Tricolor foram 128 gols, que fazem dele o sexto maior artilheiro da história do clube. Se no Bahia, Marcelo Ramos brilhou, no Cruzeiro ele atingiu o ápice da sua carreira. Foram 162 gols marcados, o que fazem dele o quinto maior artilheiro da história celeste, além de ser o segundo jogador que mais conquistou títulos vestindo o manto azul. O destino tratou de – pela segunda vez na história – de dividir o coração de Marcelo Ramos entre um Cruzeiro com pinta de campeão e um Bahia com potencial de rebaixado.   

Assim, como em 2003, quando Marcelo Ramos fazia parte do elenco, o Cruzeiro está perto de se tornar campeão brasileiro ao mesmo tempo em que o Bahia está próximo do rebaixamento. Ídolo dos dois clubes, Marcelo admite o coração dividido entre o sofrimento do Bahia e a alegria do Cruzeiro.  

- Não temo negar que Bahia e Cruzeiro são os times que tenho mais identificação e um carinho grande. Ser o quinto artilheiro da história do Cruzeiro e o sexto do Bahia, não é para qualquer jogador. Em relação ao Bahia, meu sentimento é de tristeza, porque quando você para de jogar, você acaba virando torcedor. E a gente sabe como é a torcida do Bahia. É uma paixão muito grande e que não tem explicação. E o sentimento é esse né? A gente que não pode mais jogar, e às vezes eu vou ao estádio, às vezes, assisto em casa. Apesar disso, ainda temos chances matemáticas (de escapar do rebaixamento), então, os que nos resta é torcer, mas o Bahia já vem aí há pelo menos três anos fazendo campanhas muito ruins. Então, cabe às pessoas que estão lá dentro, melhorar o clube para o ano que vem. Já o Cruzeiro, eu acho que já está com o título nas mãos porque tem um time fantástico e com uma estrutura que poucos times têm no Brasil. Desde a época que eu cheguei no Cruzeiro, já era isso aí. Estou torcendo também para conseguir a Copa do Brasil, sei que é difícil, mas acho que o Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro vai ganhar – contou ao GloboEsporte.com.  

O CARRASCO DOS BA-VI'S

Marcelo Ramos fez a sua primeira partida com a camisa do Bahia em 1991, num empate de 1 a 1 diante da Catuense. O atacante não marcou gol naquela ocasião, recém-promovido. Seu maior momento no clube viria acontecer dois anos depois no estadual de 93, quando iniciou sua sina de se tornar goleador por onde passou. Em solo baiano, Marcelo Ramos tinha uma vítima preferida. Para deleite dos tricolores, era justamente o Vitória o rival que fazia Marcelo Ramos se inspirar em campo.  

- Pelo Bahia, o meu melhor momento foi o Baiano de 93, onde eu com 20 anos fui artilheiro. Depois um Campeonato Brasileiro muito bom em 94, mas acho que o marcou muito com a camisa do Bahia foram os clássicos, isso me credenciou a ser ídolo do clube. Fazer 128 gols num clube como o Bahia é muita coisa, mas acho que o que ficou marcado para mim foram os Ba-Vis. Tanto que tenho apelido até hoje de “Carrasco” do Vitória, com todo respeito ao Vitória, mas foi um momento muito bom. Sempre ganhando os clássicos e fazendo gols. Era maior alegria que podia dar o torcedor do Bahia fazer gols em clássicos.      

A CARREIRA: 457 VEZES GOL!  

No final dos anos 80, um jovem e franzino garoto só queria jogar bola nas ruas. Obrigações e deveres, nem pensar. Por isso,  o Marcelo dono de uma carreira brilhante relembra que o começo de tudo quase foi ponto final por conta do entendimento de que as responsabilidades de um atleta não agradavam o então menino Marcelo Ramos.  

- O começo foi aqui na Bahia desde os 13 anos. Eu entrei no Bahia, mas depois eu saí. Porque achava que ser jogador de futebol não era o que eu queria, porque eu era uma criança de 13 anos, e não tinha essa responsabilidade. Depois retornei aos 16 anos, um pouco mais maduro, e aí foi muito rápido porque com 17 para 18 anos, eu já estava no time principal. E depois foram só momentos de alegria, artilheiro do Campeonato Baiano de 93, o bicampeonato estadual em 94, e ser o sexto maior artilheiro de um clube como o Bahia é motivo de muito orgulho – contou ao GloboEsporte.com  

Do Bahia, Marcelo Ramos ganhou o mundo. Dezessete clubes, quase 500 gols, Libertadores da América, Campeonato Brasileiro e inúmeras marcas pessoais. Para o ex-jogador, a carreira teve a marca da vitória.  

- Eu agradeço muito a Deus porque tive uma carreira muito vitoriosa. Passei por grandes clubes, tive a oportunidade de iniciar no Bahia, fazer muitos gols, conquistar títulos, depois da passagem pelo Cruzeiro. Vivi muita coisa, sejam boas, ou ruins, que a gente também sabe quem tem muitas no futebol. Mas eu só agradeço a Deus porque foram momentos muito marcantes com gols decisivos em títulos importantes. Então, cada vez que deito na cama e coloco a cabeça no travesseiro, realmente é uma sensação de dever cumprido, de ter feito do melhor. Claro que a gente sente alguma coisa por ter tido pouca oportunidade na Seleção Brasileira, mas também joguei num época com tantos jogadores de qualidade, que era muito difícil, mas no geral, sou muito grato a Deus pela carreira que tive – disse.  

O SONHO DA SELEÇÃO ESBARRA NA CONCORRÊNCIA  

O faro de artilheiro levou Marcelo Ramos a vestir desde cedo a camisa da Seleção Brasileira de base. No entanto, o sonho de vestir a camisa da Amarelinha principal esbarrou numa forte concorrência. Marcelo Ramos tornou-se opção em uma época onde a Seleção estava servida com nomes como Ronaldo, Romário, Edmundo, Denilson, Elber, Edilson, Luizão, França e companhia. Ainda assim, o atacante vestiu por duas vezes a camisa da Seleção.  

- Eu vivi meu melhor momento no futebol na década de 90, onde só tínhamos centroavantes que dispensam comentários. Ainda assim, eu tive oportunidades na Seleção Principal. Na base eu fui várias vezes. Eu sabia que era difícil, e infelizmente não tive uma sequência, mas não fico sentido não. Acho que Deus fez as coisas certas para mim. A concorrência era muito grande, muito difícil, então fico com a sensação de ter cumprido o dever.  

CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

Você chegou no Cruzeiro em 95, um clube já grande do nosso futebol, mas sem tantas conquistas nacionais recentes. De lá para cá, o Cruzeiro se tornou uma potência vencedora de títulos. A que você atribuiria isso? 

- O Cruzeiro sempre foi assim. Cheguei lá na década de 90, e já era considerado junto com São Paulo, o clube de melhor estrutura. Eu acho que isso fez com que a gente ganhasse quase tudo, não é? Além de título que a gente perdeu, mas chegou em finais. Hoje eu sou o segundo jogador com mais títulos na história do Cruzeiro. Isso para mim é motivo de muita alegria. Então, a estrutura faz diferença. Hoje você vê o Atlético-MG, maior rival do Cruzeiro, na época não tinha isso e sentia dificuldades. Hoje o Atlético-MG já ganhou Libertadores, está na final da Copa do Brasil, fazendo uma campanha brilhante no Brasileiro, então, acho que estrutura é tudo. Eu sei que o Bahia está fazendo isso, mas só isso não ganha jogo, não é? Tem que ter qualidade, disposição. Eu acho que os jogadores estão fazendo isso, mas não está dando certo. O Cruzeiro realmente é uma potência, e vai estar aí todo ano brigando por título.  

 Marcelo Ramos ao lado do painel do Cruzeiro (Foto: Léo Simonini / Globoesporte.com)

Marcelo Ramos ao lado do painel do Cruzeiro na Toca da Raposa (Foto: Léo Simonini / Globoesporte.com)

Ainda jovem você teve uma passagem pelo exterior. Como foi esse momento?  

- A minha primeira saída para o exterior foi em 1996. Fui para a Holanda, no PSV. Fiquei uma temporada. A adaptação foi muito difícil, mas ainda assim, consegui marcar dez gols. Com 23 anos não tinha tanta experiência assim, foi a primeira vez fora. Não tive tanta paciência de continuar com frio, essas coisas todas. Claro que hoje, com 41 anos, a cabeça é outra, poderia ter ficado mais tempo. Todo mundo sabe que quando jogador de futebol sai a primeira vez, tem esse tipo de dificuldade, mas não me arrependo por que voltei para o Cruzeiro. Ganhei vários títulos, inclusive a Libertadores, que foi ápice da minha carreira, porque o Cruzeiro me comprou de volta e eu vivi essa história bonita dentro do clube.  

Há 20 anos, o Bahia fez uma das suas poucas boas campanhas no Campeonato Brasileiro, e chegou até as quartas de final. Naquela época, já não era tão forte essa coisa de clubes do nordeste e em relação ao sul, mas já se falava. Qual a recomendação para os times de poder aquisitivo menor em competições nacionais?  

- Eu acho que mudou muito. São 20 anos, mudou tudo, economia, o país. Não estou falando como criticas, porque acho que jogadores tem que ganhar bem mesmo, mas de desde que honrem a camisa. Tínhamos dificuldades naquela época, mas conseguimos fazer uma grande campanha. Tínhamos muitos jogadores da base. Depois eu fui vendido para o Cruzeiro, o Uéslei foi para o Guarani. Além disso, tínhamos Paulo Emílio, o Jean. Então, eu acho que a base é tudo. Não é fácil revelar jogadores e a gente tinha muita dificuldade, mas a gente soube superar aquilo, porque em 93 já tínhamos feito um campeonato ruim. Então fazer um bom campeonato em 94 era a chance que a gente tinha. Além disso, tínhamos um treinador muito competente, e que nos ajudou muito naquele ano.  

Ainda em relação a 94. Você esteve em campo no famoso Ba-Vi de Raudinei, o Ba-Vi com maior público da história e decidido no último minuto, com um gol do Bahia, que ficou com o título. É um jogo marcante na sua carreira?  

Marcelo Ramos divide o coração entre o Bahia e o Cruzeiro (Foto: Eric Luis Carvalho)

- Lembro porque não tem como esquecer não é? Eu joguei vários Ba-Vis. Esse pro ter sido maior público. Da forma que foi, com um gol no final. Torcida do Vitória já cantando título e Raudinei faz aquele gol. Foi uma emoção muito grande porque a gente batalhou muito para ganhar aquele título e viu ele indo embora. Então, na hora que ele fez o gol, foi uma alegria muito grande. E realmente inesquecível. Sem dúvida, apesar de não ter feito gol, porque nos Ba-Vis sempre tinha isso de marcar gols, e até ganhei o apelido de Carrasco do Vitória, mas sem dúvida foi o maior clássico, o maior jogo que eu disputei.  

Essa possível parceria com Uéslei fora dos campos, já existiu dentro. Dá para dizer que foi o seu maior parceiro nas quatro linhas? 

- Ele além de ser esse companheiro tanto na base, depois no Cruzeiro, onde ganhamos a Copa do Brasil em 96, depois jogamos juntos no Japão, é meu compadre. É um irmão. É uma amizade de muitos anos e espero que essa parceria possa se iniciar. Ele já mais à frente, já que já trabalhou em outros clubes. Estou me preparando porque não é fácil e as oportunidades são raras. E quando aparecer, temos que estar preparados, mas existe essa possibilidade de acontecer. A gente tenta pegar um pouco de cada treinador com que a gente trabalhou. É uma vida nova. A experiência de dentro de campo era como jogador. Ser um auxiliar, a gente sabe que não é fácil, mas estou procurando me preparar para quando tiver oportunidade estar pronto.  

Desses treinadores tem algum que você busca ter como exemplo? Tem algum que marcou sua carreira?  

- Eu sempre tive a sorte de ter grandes treinadores, muitos de ponto. Mas o melhor dele foi o Ênio de Andrade, em 1995, no Cruzeiro. Ele me ensinou muita coisa, eu com 22 anos de casa. A minha chegada ao Cruzeiro não foi tão boa, nós perdemos o Campeonato Mineiro e foi ele quem me segurou. Mas aí vem Levir Culpi, Paulo Autuori, o próprio Joel Santana, Vanderlei Luxemburgo, Felipão, um monte de treinadores. Então temos que procurar pegar um pouco de cada e se preparar.

Marcelo Ramos ao lado de sua foto no painel do Cruzeiro (Foto: Léo Simonini / Globoesporte.com)

No Cruzeiro, Marcelo Ramos conquistou o maior título da carreira, a Libertadores (Foto: Léo Simonini / Globoesporte.com)

Além de Bahia e Cruzeiro, você teve uma passagem marcante pelo Santa Cruz, que assim como os dois primeiros é um clube de massa. Como foi essa passagem?  

- Realmente foi marcante para mim. Estive em Recife semana passada num jogo beneficente e vi o carinho do torcedor, mesma coisa que Salvador e Belo Horizonte. Não consegui títulos para o clube, mas títulos pessoais: fui duas vezes artilheiro do Campeonato Pernambucano. Em 53 jogos, eu marquei 49 gols, o que dá uma média muito boa. Sempre que foi a Recife recebo essa carinho e agradeço muito à torcida do Santa Cruz, que é uma torcida apaixonada, muito parecida com a do Bahia, que sofre muito, e está aí brigando para voltar à Primeira Divisão, mas foram anos de muitas alegrias lá em Recife.  

O futebol baiano passa por dificuldades no cenário nacional com os dois clubes ameaçados de rebaixamento, enquanto outros estados vivem um novo cenário, como Santa Catarina, por exemplo, com três times na Série A, um já garantido no ano que vem. Como você analisa o futebol baiano atualmente diante desse cenário atual.  

- Eu fico triste porque independente de ser torcedor do Bahia, que é o time que revelou e onde conquistei, eu não torço contra o Vitória. Não sou esse tipo de pessoa. A rivalidade, a gente deixa para o torcedor. A gente quer sempre que o futebol da Bahia cresça. Ter os dois times na Primeira Divisão, entre os melhores. O Vitória esteve ano passado, teve uma campanha bem melhor. Porque a gente vive na terceira maior cidade do Brasil tem tudo para ter coisas melhores dentro do futebol. Santa Catarina tem vários clubes brigando pra estar subindo, como aconteceu agora com Joinville. Então eu fico triste, principalmente pelo Bahia, que já tem três anos nessa briga para não cair. Vamos ver se eles conseguem se manter na Primeira Divisão, o Vitória está um pouco melhor, mas vamos ver se ficam e daí pensam direitinho no que aconteceu para nos próximos anos estar brigando não só por Sul-Americana, mas também por Libertadores.  

Você sempre teve uma parceria muito forte com alguns jogadores, principalmente os baianos que você jogou em outros estados como o próprio Uéslei e Dida. Como é essa relação com esses ex-companheiros?

- Aqui o baiano já tem isso de ser gente boa. A gente sempre tem contato. O Dida, a gente sempre tem contato. O Uéslei, que é meu irmão. O Oséas, que jogamos juntos no Cruzeiro, estamos sempre nos encontrando. Paulo Isidoro. É muita galera gente boa de carreiras fantásticas. Tem agora os babas de final de ano. Tudo cara gente boa. A gente tem mais amizade com um com outro, mas nunca fui de ter problema com jogadores, não seriam com meus conterrâneos que eu ia ter.  

Para um ex-jogador que brilhou tanto na antiga Fonte Nova, qual a sensação de entrar na Arena Fonte Nova?

- Participei da inauguração na homenagem a ex-jogadores, entramos em campo. Mas eu tenho saudades da velha Fonte Nova. Era fantástico jogar com 80, 90, 100 mil pessoas. Claro que mudou tudo, mas esses jogadores de hoje são privilegiados por jogarem em um estádio como aquele, com gramado perfeito. Sinto saudades. De vez em quando vou assistir um jogo e dá uma vontade, que é normal, de estar dentro do campo. Tive oportunidade de jogar em algumas arenas, mas a de Salvador está de parabéns, porque está muito bonita.  

Até hoje você tem um grande reconhecimento da torcida do Bahia. Quando você vai ao estádio existe esse assédio, como funciona isso para você?

- Eu não vou muito, mas sempre que vou tem esse carinho. Fico junto da torcida. Às vezes pedem: Queria que você tivesse cinco anos a menos para poder voltar a jogar. Acho que fiz minha parte joguei numa época só com grandes jogadores. Fui privilegiado. Me deixavam sempre em condições de fazer o gol. Claro que tinha minha determinação e talento, mas a torcida sempre leva e ao melhor é esse reconhecimento o torcedor. Osso não tem preço. Você entra na Fonte Nova, mas o torcedor ainda lembra de tal jogo.