Na tarde desta quinta-feira (5), o presidente Marcelo Sant'Ana estava ao lado de Paulo César Carpegiani, anunciado como novo treinador do Bahia. O técnico veterano vai comandar o Tricolor até o fim do ano, substituindo Preto Casagrande, que teve uma rápida passagem como treinador efetivo da equipe. Sant'Ana declarou que deseja que Preto continue na comissão técnica da equipe, voltando ao seu antigo posto de auxiliar.
- Preto está em um período de pensar se continua conosco como auxiliar ou se dá uma parada na carreira. Fica o nosso agradecimento a esse profissional. Tomara que fique com a gente. Tem o seu valor, a sua qualidade. A exemplo do próprio técnico do Corinthians, que foi interino quatro vezes.
Na entrevista, o presidente do Bahia explicou o motivo da mudança no comando da equipe. De acordo com Marcelo Sant'Ana, o time está instável no Campeonato Brasileiro. Na 13ª posição, com 31 pontos, o Tricolor está apenas um ponto a frente da zona de rebaixamento.
- A gente tem feito um campeonato ainda instável. No nosso primeiro ano de retorno à Série A, [o objetivo] era fazer um campeonato seguro. Eu não disse em que posição o Bahia terminaria, mas que desse ao torcedor a possibilidade de curtir a Série A sem preocupação. O Campeonato Brasileiro tem muitas equipes no mesmo espaço de pontuação. Para uma reta final de campeonato, a gente preferiu fazer essa correção, trazer o Carpegiani, que está acostumado a esse tipo de desafio, atualizado dos seus conceitos. A gente acredita que pode resgatar os bons momentos que teve. Aproveito e faço um pedido para a torcida do Bahia, que abrace esse técnico, os jogadores. O mais importante para o Bahia é terminar bem 2017. A gente precisa da mesma sinergia que teve no ano passado. Aquele ambiente de confiança, de apoio, de entrega. Do torcedor com o time e do time com o torcedor. Temos que nos abraçar e ter esse foco. O sucesso do Bahia no Brasileiro é mais importante que qualquer outro tema, inclusive a eleição.
Carpegiani será o quarto treinador do Bahia no ano. Marcelo Sant'Ana assumiu a responsabilidade pelas trocas no comando, admitindo que esta situação não é ideal.
- Uma avaliação mais completa deixo para a torcida. Não posso negar que quatro técnicos não é uma situação ideal. Assumo a responsabilidade. Agora, nós tivemos algumas correções que não foram da maneira que o Bahia desejava. E talvez a gente não tenha conseguido dar a sequência que acreditava. A gente já sabia da dificuldade do Campeonato Brasileiro, principalmente para uma equipe que retorna. Geralmente, nos pontos corridos, das equipes que retornam, duas acabam descendo. A gente tinha confiança por manter a base do ano passado, com algumas incorporações. Tivemos essas mudanças de rota que não foram da maneira que a gente desejaria.
Confira outras declarações de Marcelo Sant'Ana na entrevista coletiva:
Retomando o caminho
- Claro que essas avaliações, você vivenciando, vai ter dificuldade de olhar com clareza. A gente precisa fazer alguns jogos que conquistem o torcedor. Quando ele vir o Bahia com atitude, que se impõe ao adversário... A gente precisa transmitir essa sensação.
Trazer o torcedor pra Fonte Nova
- A gente fez duas promoções nos últimos jogos, que privilegiaram o associado, que é o torcedor que tem investido de forma direta. O Campeonato Brasileiro, no seu regulamento, tem algumas limitações. Com a promoção, permitimos que cerca de nove mil torcedores fossem de graça aos jogos. É dessa maneira que a gente tem tentado trabalhar. O futebol tem situações diferentes. O Bahia não é dono 100% da Fonte Nova. Tem contrato.
Jogadores têm alguma culpa na situação?
- A gente conversa com os atletas. Alguns vêm de tempo maior de casa. Na própria equipe titular, temos jogadores formados na base. E a gente sabe da responsabilidade que é representar esse clube. O Bahia tem a quinta maior média de público. E, entre os dez maiores, o Bahia tem o segundo ticket médio mais barato. E os jogadores sabem, sim, da responsabilidade. Muitos chegaram aqui quando o Bahia estava desacreditado na Série B. Grande parte do grupo ajudou, e eles têm os seus desejos. Acredito que a gente vai conseguir dar uma posição satisfatória para o interesse do torcedor. A gente já teve 26 rodadas, e o Bahia esteve na zona de rebaixamento em uma rodada. Como o Bahia foi líder em uma rodada. E eu também acho que foi uma situação pontual.
Técnicos de estilos diferentes
- Carpegiani é um profissional bastante conhecido. A gente sabe que ele é conhecido por seu conhecimento. Acompanhamos Carpegiani em outros clubes. No ano passado, ele trabalhou no Coritiba em reta final. A gente acredita que ele pode extrair o melhor dos nossos jogadores. A gente acha que pode dar um passo à frente.
Rebaixamento seria fracasso?
- Não trabalho com hipótese. Trabalho com a realidade. O Bahia esteve na zona de rebaixamento uma rodada, na liderança outra rodada. A gente tenta trabalhar com responsabilidade. Eu prefiro enxergar com otimismo. Tem gente que enxerga com pessimismo. Eu prefiro encarar as coisas de uma maneira positiva. Prefiro viver em um ambiente de boas energias, bons sonhos. Se não acontece, no final da caminhada vamos ver. É assim que encaro a situação.