Postado por - Newton Duarte

Marcelo Sant'Ana falou após a derrota do Bahia: Temos que fazer mais

Marcelo Sant'Ana pede desculpas ao torcedor pelo momento do time, que acumula seis derrotas nas últimas sete partidas da Série B do Campeonato Brasileiro

Em junho, logo após a derrota para o Tupi, Marcelo Sant’Ana falou que “todo mundo no Bahia precisava ter vergonha na cara”. A bronca veio em momento turbulento, quando o time acumulava o terceiro revés seguido na Série B e estava sem técnico – Doriva havia sido demitido.

Em 15 dias, o cenário ficou pior. Na última terça-feira, o Bahia foi batido pelo Vila Nova na Arena Fonte Nova, em Salvador, e chegou à sexta derrota em sete jogos na Segunda Divisão. A crise se instalou no Fazendão e para superá-la, o presidente acredita que é preciso mais trabalho dentro e fora de campo.

- Dói. Mas tem que trabalhar mais. Quando decidi, junto com o grupo, inscrever a candidatura, sabia do desafio que era dirigir o Bahia provavelmente em um dos piores momentos da história do clube. Havia descrédito, desrespeito com a instituição. Dentro de campo também. Se pegasse os dez anos anteriores, o Bahia tinha vencido dois títulos, um em 2014 e outro em 2012. Uma década de frustrações. Sabíamos do desafio que era e tem sido no dia a dia. Na parte administrativa, o Bahia tem caminhado de maneira segura, com organização interna, mais transparência, sendo mais auditado, tendo fiscalização, tendo responsabilidade, pagando impostos, cumprindo processos cíveis, trabalhistas. Investindo na estrutura do Fazendão, comprando aparelhos, reformando quartos. Tudo o que é feito, é feito pensando para ter retorno no campo. E isso dói na gente [o time não conseguir corresponder em campo]. O torcedor preferia que eu fosse nota cinco na administração e nota nove no futebol. É esse sentimento de futebol que move o torcedor, e isso está em falta. Na vida, só se muda fazendo mais e diferente. Não adianta esperar resultado diferente fazendo a mesma coisa. Vamos ter que mudar situações internas do Bahia para almejar mudança de resultado no campo. Dentro de campo, vamos de bom para muito bom no Baiano. Faz a Copa do Nordeste de regular para bom. Mas o principal campeonato é o Brasileiro. E nesse temos decepcionado.

Por conta da crise, Marcelo Sant’Ana anunciou que o elenco deve passar por mudanças. Ele não citou os nomes de quem deve chegar ou sair do clube.

Acredito que tenho relacionamento pessoal bom com alguns jogadores. Não tenho proximidade com todos. A cobrança, que externei na entrevista [sobre ter vergonha na cara], já tinha feito no vestiário após o jogo com o Londrina. Sei a responsabilidade que é trabalhar no Bahia e todos que estão no Bahia têm que assumir essa responsabilidade. Se não aguenta, tem que ir embora. Deixar quem quer fazer mais trabalhar pelo clube. No início da competição, quando se olhava os elencos, dizia-se que tinha qualidade. Que era um dos elencos aptos a buscar ao cesso. E não estamos demonstrando isso. Temos que fazer mais, querer fazer mais, para conseguir o acesso – bradou.

Sant’Ana utilizou uma metáfora para justificar a decisão de fazer mudanças dentro do elenco. O presidente tricolor também afirmou que funcionários de outros setores podem deixar o clube, caso seja necessário para buscar o acesso.

- Motivos internos. Mas qualquer mudança será prensada no bem da instituição. Ninguém é mais Bahia do que o seu torcedor. Nenhum funcionário, presidente, diretor, é mais Bahia que o torcedor. Quem precisar ser sacrificado para a gente tentar acreditar que tem mais chance de atingir a meta, a gente vai sacrificar. Estávamos conversando, fazendo uma metáfora, estamos todos no mesmo barco, para chegar em segurança, se precisar cair alguém, vai cair. Mas o barco tem que chegar em segurança. Quem estará no barco é quem for necessário para o Bahia atingir a meta.

Por fim, o presidente do Bahia pediu desculpas ao torcedor e assumiu a responsabilidade pelos resultados ruins e fracassos da temporada.

- Queria pedir desculpa ao torcedor do Bahia por essa frustração, por essa dor. Tento me solidarizar. O principal culpado sou eu – finalizou.

Fonte: Ge.com