Seis integrantes da maior torcida organizada do Bahia, a Bamor, foram indiciados por tentativa de homicídio pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e encaminhados para audiência de custódia. César Bloise Barbosa, Daniel Cruz Alves Júnior, Danilo Barbosa Souza, Edílson da Silva Venâncio, Thiago Rabelo Oliveira e Diego Santos Novaes são acusados de envolvimento no ataque a um homem que vestia a camisa da maior torcida organizada do Vitória, Os Imbatíveis, na noite do último domingo. O presidente da Bamor, Luciano da Silva Venâncio, chegou a ser detido, foi ouvido e liberado ainda no domingo.
- O objetivo é esclarecer quem foi o autor do disparo e se o revólver apreendido foi utilizado na ação criminosa. Algumas testemunhas nos disseram quem atirou, mas aguardaremos a conclusão dos laudos - explicou a delegada Patrícia Brito em nota enviada pela assessoria de imprensa.
O crime aconteceu após o empate do Vitória com o Fluminense, pela 23ª rodada do Brasileiro, na Avenida Gal Costa, nas imediações do Barradão, em Salvador. De acordo com a polícia, guarnições do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe) chegaram ao local minutos depois do ocorrido e deram socorro ao torcedor.
Ao checar a ocorrência, os policiais teriam sido informados de que os autores do crime seriam da Bamor. Diante disso, uma equipe seguiu com apoio de militares do 18º Batalhão da Polícia Militar (Centro Histórico) até a sede da torcida organizada, nos Barris, onde foi encontrado um revólver calibre 38, que pode ter sido utilizado no crime.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que o torcedor do Vitória foi atendido em uma unidade de saúde de Salvador e liberado.
Violência e torcida única em clássicos em Salvador
Este não foi o primeiro registro de violência entre membros de torcida em Salvador nesta temporada. No início do ano, o primeiro clássico Ba-Vi de 2017, realizado em 9 de abril, foi marcado por episódios como este. Antes da partida, houve briga entre membros de organizadas do lado de fora da Arena Fonte Nova. No setor de torcida mista da arquibancada, não houve ocorrências de violência ou confusão. Após o confronto, um torcedor do Bahia foi morto e outro foi baleado em um posto de gasolina próximo ao estádio.
Devido às ocorrências, o Ministério Público recomendou, no fim do mês de abril, que os clássicos seguintes fossem realizados com torcida única - havia, então, quatro Ba-Vi's marcados pelas finais do Baianão e semi da Copa do Nordeste. A recomendação, apesar de rejeitada pelo Tricolor e pelo Rubro-Negro, foi acatada pela CBF, repassada à FBF e colocada em prática nas quatro partidas, além dos dois clássicos previstos para o Campeonato Brasileiro.
Fonte: Globo Esporte