Decisivo ou a passeio? GE.com analisa os 41 reforços da dupla Ba-Vi em 2015
Tricolor e Rubro-Negro investem exclusivamente no mercado nacional e acumulam sucessos e fracassos na busca por solução de problemas para os elencos neste ano
A cena se repetiu diversas vezes durante a temporada. Em busca de reforços para suprir as carências dos elencos, dirigentes de Bahia e Vitória observaram o mercado da bola, iniciaram negociações e anunciaram nada menos do que 41 contratações até a última segunda-feira, data do fechamento da janela para inscrições de novos reforços no futebol brasileiro. Algumas apostas surtiram efeito e se tornaram fundamentais para os times no decorrer do ano. Outras, contudo, não tiveram o sucesso esperado e deixaram Salvador sem deixar qualquer resquício de saudade.
João Paulo e Roger foram anunciados pelo Bahia na semana passada (Foto: Thiago Pereira)
Diferentemente dos últimos dois anos, Bahia e Vitória investiram exclusivamente no mercado nacional. Nenhum jogador estrangeiro acertou com a dupla baiana em 2015. Também não foram contratados goleiros. O setor defensivo foi o que mais contribuiu para movimentar o mercado baiano, com nove laterais e dez zagueiros. O perfil de contratações foi, na maioria, de jogadores de pretensões financeiras mais modestas e com experiência na Série B.
No Bahia, foram 22 contratações, número um pouco inferior ao do ano passado, quando foram anunciados 26 novos jogadores. A média de idade dos reforços é de aproximadamente 27 anos. Hayner, contratado para as categorias de base e logo promovido ao time profissional, foi o mais novo, com 19 anos. Chicão, que chegou no início do ano e deixou o Fazendão em junho, foi o mais velho, com 34.
Vitória contratou 19 atletas nesta temporada (Foto: Divulgação/EC Vitória)
O Vitória contratou 19 jogadores, contra 23 de 2014. O ataque foi o setor que mais recebeu investimentos no decorrer do ano, com cinco reforços. A média de idade dos jogadores também é de aproximadamente 27 anos. Luiz Gustavo, com 21, emprestado novamente pelo Palmeiras, é o mais jovem. Jorge Wagner é o mais velho dos contratados, com 36 anos.
DECISIVOS DO BAHIA
Souza: emprestado pelo Cruzeiro como contrapartida na negociação que levou Pará para Minas Gerais, o volante chegou ao Bahia cercado de expectativas. O rendimento nos primeiros jogos ficou abaixo do esperado, mas o atleta subiu de produção e se tornou um dos principais jogadores do Tricolor no primeiro semestre. Foi decisivo na semifinal da Copa do Nordeste, contra o Sport. Disputou, no total, 42 partidas em 2015, com dez gols marcados.
Tiago Real: chegou ao Bahia no início do ano, vindo por empréstimo do Palmeiras, e participou de 51 dos 57 jogos realizados pela equipe baiana em 2015. No primeiro semestre, era peça insubstituível. Com a oscilação no fim do primeiro turno da Série B, virou reserva, mas voltou à titularidade nos últimos jogos.
DECISIVOS DO VITÓRIA
Rhayner: conhecido mais pela disposição física do que pela vocação goleadora, Rhayner foi anunciado pelo Vitória no início da temporada, após passagem conturbada pelo Bahia. Viveu de perto a crise que o clube rubro-negro passou após a eliminação do Campeonato Baiano e se tornou o principal responsável pelas jogadas de velocidade do Leão na Série B. Realizou 32 partidas e balançou as redes em seis oportunidades.
Guilherme Mattis: a defesa era o grande problema do Vitória em 2015, até a chegada de Mattis. O defensor ganhou a chance de atuar e virou titular absoluto do time. Atuou em 17 das 25 rodadas da Série B e marcou três gols, um deles no Ba-Vi.
Com Guilherme Mattis, zaga do Vitória ganhou consistência (Foto: Divulgação/EC Vitória)
QUEM AJUDOU O BAHIA
Eduardo: o meia se machucou logo na estreia, precisou de um mês para se recuperar, mas mostrou potencial com a camisa do Bahia. Leva muito perigo em cobranças de bola parada e tem bom passe. Virou titular quando Sérgio Soares decidiu modificar o esquema tático.
QUEM AJUDOU O VITÓRIA
Diogo Mateus: após a saída de Nino Paraíba, afastado do elenco e emprestado para o Avaí, a lateral direita ficou órfã de um titular absoluto. Desconhecido, Diogo Mateus chegou cercado de desconfiança, mas virou peça importante para a equipe no decorrer da Série B.
Diego Renan: Mansur e Euller foram testados no início do ano e não agradaram. O Vitória precisou ir ao mercado para contratar um lateral-esquerdo, e a solução encontrada foi Diego Renan, emprestado pelo Cruzeiro. No início, precisou recuperar a boa forma. Hoje, é uma das referências da equipe.
Pedro Ken: anunciado em maio como reforço, o jogador chegou para dar consistência ao meio de campo rubro-negro. Apesar de ter sido contratado sob a sombra do que realizou no clube em 2012, Pedro Ken hoje desempenha nova função: de meia a segundo volante, o atleta tem mais atribuições defensivas que ofensivas.
Rogério: o setor ofensivo era a grande preocupação no início da temporada, e Rogério apareceu como um negócio de oportunidade. O Náutico estava em crise e buscava um clube para emprestar o atacante. Pelo Rubro-Negro, o atleta fez 27 jogos e marcou dez gols. Chamou a atenção do São Paulo e acabou negociado. Pela transferência, o Vitória ganhou uma compensação financeira.
Elton: o atacante foi contratado para fazer sombra a Neto Baiano, que no início do ano era titular absoluto. Com o afastamento do centroavante, Elton ganhou a chance de ter uma sequência e aos poucos se tornou peça importante. Atualmente, é o principal atacante do elenco.
Bahia: Cicinho, Marlon, Adriano, Tony, Hayner, Jailton, Thales, João Paulo Penha (meia), Alexandro e Léo Gamalho.
Vitória: Kanu, Marcelo Mattos, Amaral, Jorge Wagner, Robert e Neto Baiano.
Bahia: Chicão, Adriano Alves, Tchô e Willians Santana.
Vitória: Saimon, Luiz Gustavo, Pereira, Dakson e André Castro.
*Gustavo, João Paulo (lateral-esquerdo), Paulinho Dias e Roger ainda não estrearam pelo Bahia e não foram avaliados, assim como Norberto, que atuou menos de 30 minutos pelo Vitória e se machucou.