Postado por - Newton Duarte

MGF está meio enrolado... 'Tá serto?'

MGF está meio enrolado... “Tá serto?”

Quase sempre fico com a sensação de que não deveria falar certas coisas. Sofro do terrível defeito do “sincericídio”. Tenho medo de parecer arrogante ou impertinente. Às vezes até um desmancha prazeres. Porém, é sempre mais forte que eu. Não dá para segurar as palavras. Elas fervem na cabeça até que as libere ao mundo. E mais uma vez farei isso. Creio que o pior pecado é o da omissão. Portanto: Vão palavras... Sigam seu caminho.

No primeiro momento, acho que como todos os apaixonados e responsáveis torcedores do Tricolor, fiquei empolgado com o movimento “Bahia da Torcida”. Estávamos órfãos. Sem qualquer liderança real que pudesse nos agregar para a retomada do que é nosso. Até então, formávamos pequenos grupos ou agíamos individualmente, de forma aleatória, atirando para qualquer lado, sem qualquer direção ou objetivo definido.

O “Bahia da Torcida” veio, “coincidentemente”, após o nacionalmente famoso “Público Zero”. Movimento vitorioso criado e protagonizado por verdadeiros e anônimos torcedores do clube, através de massiva campanha nas poderosas redes sociais, quando, também, os mais influentes políticos e artistas do Estado da Bahia foram conclamados a participar. A maioria formada por Tricolores, até então omissos. Cada um com seu motivo.

A verdadeira Torcida mostrou sua independência e firmeza de propósitos. Chamaremos aqui de “Desorganizada” por não estar atrelada a qualquer destes grupos profissionais que se intitulam proprietários do amor ao Esporte Clube Bahia. Agiu inteligentemente e sem violência. Com toda a sua força, demonstrou a insatisfação com o estado deplorável de sucessivos atos despóticos de seu Presidente. O clube estava (está) sendo esfacelado.

À medida que foi se aproximando o tão esperado evento, fomos percebendo a movimentação das pessoas. Mais uma vez nos valemos das redes sociais para o exercício da observação. Frases desencontradas, fanatismos, ofensas, mentiras absurdas... Uma a uma, demonstravam a personalidade de quem às redigia. O movimento ganhou tantos pais e líderes, que passei a não mais entender por que o Bahia chegou a tal situação.

Pessoas bem informadas, da “situação” e da chamada “oposição”, posso chamá-los de amigos de ora adiante, nos comunicavam do que ocorria. Gastei muitas “fichas telefônicas” nos orelhões da vida. Era de estarrecer. Pessoas, se é que podemos denominá-las com tal título, tentando tirar proveito da situação e buscando arranjar uma “boquinha” num momento em que as emoções estão “a flor da pele”. Verdadeiros ABUTRES em busca de carniça.

Como diria o Jornalista Milton Neves: “facínoras das palavras e delinquentes verbais”, valendo-se de sua maldosa eloquência, arrebanhavam incautos para reverberar suas ignomínias e mostrar poder àqueles que “combatiam” na maior disputa futebolística que este Estado já presenciou. Estes pobres e desinformados torcedores serviriam apenas de avalistas ou capital próprio na BARGANHA proposta para a aceitação destes seres a qualquer dos lados. O que interessava era apenas “pegar a ponta”. “Veja como eu controlo”.

Verdadeiros absurdos foram jogados ao vento. Consegui imaginar os olhos das pessoas vidrados, quase que num êxtase ou numa hipnose coletiva, como se todos os problemas já estivessem resolvidos. Alguns se valiam de uma pseudo importância em alguma coisa e se postavam como anteparos dos demais: “Fiquem comigo que nós venceremos”. PARAQUEDISTAS, BARGANHADORES, OPORTUNISTAS... Isto sim!!

Não é de o nosso costume individualizar comportamentos. Mais, disso tudo, não posso deixar de citar um mentiroso contumaz, que habita as redes sociais fazendo marketing pessoal, colocando-se como se tivesse alguma importância dentro do contexto “Esporte Clube Bahia”. Um destes “bonitos apenas para a Mamãe dele”, sendo desmentido por várias pessoas, reiteradas vezes. Sinceramente: Mitomania é uma doença que só se cura na psiquiatria. Quanta falta de caráter.

Por sua vez, voltando a falar do que interessa, o “Bahia da Torcida” é uma campanha institucional fantástica. Com material publicitário de primeira linha. Muito bem idealizado e realizado. Seguramente, receberá inúmeros prêmios. A rapidez com que foi criada chega a assustar. Nossa publicidade, realmente é de primeiro mundo. Alcançou os corações e as mentes, com a mesma velocidade do ar ao preencher nossos pulmões nos saciando de vida. Só tenho que aplaudir.

Contudo, o medo que senti antes evento tomou corpo. Estamos às vésperas da Copa das Confederações, muito próximos da Copa do Mundo de Seleções, a um “pulo” das eleições Presidenciais e para o Governo do Estado, a Arena Fonte Nova é um investimento altíssimo, com objetivo político bem definido e que contava com o Bahia para trazer grande parte do retorno financeiro/eleitoral esperado. Só não combinaram isso com a torcida. Vide a famosa “Revolta das Caxirolas”.

Da mesma forma que o Presidente do Bahia arrebanha e controla seu gado com a “doação de mimos” semanais, o Consórcio acreditou que aquela bela obra por si só bastaria para alterar o comportamento das pessoas. Jamais imaginaram que o torcedor autônomo se organizasse e conseguisse fazer tanto barulho como foi no do jogo contra o Luverdense. A mídia nacional que sempre despreza o Nordeste ombreou aos Tricolores e a coisa tomou vulto.

O medo tomou conta dos responsáveis pelo “patrimônio público Privado”. Poderia haver um “quebra-quebra”. O Bahia poderia ser punido com uma longa suspensão e proibido de jogar ali. O Estádio poderia também sofrer alguma sanção. Estariam desmantelados “quase” todos os objetivos propostos desde o dia que Salvador foi confirmada como uma das cidades sedes da Copa. Dá para imaginar o tamanho do prejuízo?

Definitivamente: A sensação é que o “Bahia da Torcida” é um movimento de controle social, onde mais uma vez nos puseram num cercadinho, com muitas promessas e palavras de ordem, todas de autoajuda, nos conduzindo a terceirizar nossos objetivos e impedindo que agíssemos com mais contundência se necessário fosse. Os políticos estão ali quase que no desespero para evitar uma tragédia. Obviamente, que aproveitarão para capitalizar suas participações. Faz parte do jogo.

Também, sabemos que não querem que cheguemos ao Bahia. Muitas coisas e pessoas aparecerão neste mar de lama que a instituição se tornou. O Clube não está ali por acaso. As pessoas precisam lembrar que a postura de MGF mudou radicalmente após a viagem à Amsterdã, quando foi com tudo pago por uma empreiteira para “conhecer” como “funcionava” o dito empreendimento. Suas mentiras começaram a ficar aparentes a partir daquele evento.

Para não me estender, acho que a torcida deve apoiar o “Bahia da Torcida”, sem, contudo, perder seu foco e individualidade. Não podemos dispersar agora. Muito menos terceirizar nossos ideais e atitudes. Devemos continuar desatrelados e agindo como um grupo poderoso de pressão. Devemos colocar TODOS contra a “parede”. Mostramos nossa força e por isso eles se mobilizaram. Não foram lá por amor ao time ou ao seu torcedor.

Precisamos tomar muito cuidado com a mídia. Eles estão acostumados a nos doutrinar facilmente. Palavrinhas fofas, espaço nos microfones ou brindes até em dinheiro “nos compram” sem muitos problemas. Não é necessário citar nomes. Todos sabem quem são eles. Especialmente aqueles de três emissoras de rádio distintas. Não podemos esquecer que muitos enriqueceram nos usando como números de IBOPE. Os eventos internacionais vêm aí. Vamos dar o troco agora.

Igualmente com os PELEGOS de plantão. Gente que está atrelando a participação de sites e outros mecanismos eletrônicos ao “Bahia da Torcida” como se fizessem parte da liderança do movimento. Não passam de “CRISTÃOS NOVOS”, que até pouco tempo estavam sobrevivendo dos “benefícios” proporcionados por Sua Majestade e agora aparecem como os mais barulhentos. Não esqueçam que eles sempre relutaram em reconhecer os erros existentes e agrediam quem o fizesse.   

“Nosso” Presidente, por mais que viva em seu mundo particular, com todas as suas excentricidades e megalomania, está sob forte pressão. Deixou rastros indeléveis. Não é por acaso a defecção em seus quadros. Só estão ficando os não comprometidos e seus aliados da Ribeira. Alguns já ameaçam “abrir a boca”. Acordos feitos começarão a ser cobrados. Alguns de seus “parceiros” na admitem erro ou exposição. Podemos então dizer, em tom de ironia, que: MGF está meio enrolado.


(Texto escrito em 18-05-2013)

@BahiaClub – Luis Peres é Colunista da UTB – União Tricolor Bahia.