Postado por - Newton Duarte

MGF ressurge: 'Ainda posso voltar, o processo não acabou'

MGF: 'Ainda posso voltar, o processo não acabou'

Com o A TARDE desta sexta-feitra em mãos, Marcelo Filho responde a críticas de Schmidt

Ex-presidente do Bahia, afastado pela intervenção judicial em julho de 2013, Marcelo Guimarães Filho pediu para se defender de acusações. Muitas delas, segundo ele, vindas do atual presidente Fernando Schmidt, que, na sexta-feira, 5, teve entrevista publicado no A TARDE. No papo, Marcelo reclama que lhe privaram do direito de votar nas eleições do próximo sábado e informa: não é impossível que ele volte ao clube, pois a ação judicial para que ele termine o ano e meio de mandato que teria pela frente ainda não acabou.

O que o presidente Schmidt falou que você contesta?

Uma questão é que a eleição foi feita numa assembleia de 300 sócios. Na verdade, a eleição foi feita no conselho deliberativo, que tinha 300 membros. Era a regra da época e não fui eu que a criei.  Só que eu sofri um golpe, que resultou na intervenção judicial. Ele disse também que era preciso restaurar o patrimônio do clube. Que o Bahia não tinha sede. É outra mentira! Eu deixei o clube com transcons pela negociação da sede de praia, na ordem de R$ 38 milhões. Como é que o clube não tinha patrimônio? Ele também falou que a Cidade Tricolor havia sido uma permuta com o Fazendão. Isso é verdade. Então, o Bahia tinha CT, sim. Eu deixei a Cidade Tricolor, hoje tão elogiada. Fui eu que a construí. Além disso, o Bahia sempre esteve com o Fazendão. Onde é que o time treina?

O que Schmidt informou é que a escritura do Fazendão não era mais do Bahia. Que o time estava lá de posseiro.

Isso é verdade, mas o Bahia tinha o CT novo.  Não foi para lá porque não quis. Outra coisa: quando você compra algo financiado, ele só é seu quando você termina de pagar. Na minha época, além dos transcons, o Bahia tinha o Fazendão. Depois, fez a permuta pela Cidade Tricolor. O que a gestão atual fez foi passar parte dos transcons para a construtora (OAS) e ainda assumir uma dívida de R$ 10 milhões para ficar com os dois CTs. Só que o Bahia já é um clube em dificuldades financeiras. E, se ele não pagar esses R$ 10 milhões, a construtora vai tomar de volta um dos dois CTs.

Você também contesta que a situação financeira do clube melhorou?

Schmidt disse que eu deixei o Bahia sem caixa e ele vai deixar com. Só se for com recurso antecipado, que ele tanto reclamou que eu fiz. Só que eu não antecipei os recursos que disseram que eu antecipei. Ele, sim, antecipou quase todos os recursos de 2015 da TV e Arena Fonte Nova.  Outra coisa: falaram de democracia e transparência. No pleito que elegeu Schmidt, um torcedor podia comprar a joia por R$ 10 na sexta e votar no sábado. Agora, o clube foi fechado. Há quatro meses, torcedor nenhum pode se associar. Então, é uma democracia de conveniência. Com relação à transparência, me acusaram de não ter divulgado números de contratos que eu assinava, como com a Nike. Eu apenas respeitei as cláusulas de confidencialidade. Por que, então, eles não divulgam os números do contrato com a Penalty agora? Dizem que é quatro vezes superior ao da Nike. Se for, parabéns! Agora, cadê os números?

A abertura do clube, porém, é um legado inegável, que você não fez. Arrepende-se?

Sim. Porém, quero responder da seguinte forma: eu abri o Bahia. Apresentei um projeto que foi aprovado no conselho e na assembleia de sócios. A eleição seria em dois turnos. O primeiro, no conselho, e o segundo, com os dois candidatos mais votados, na assembleia de sócios. Agora, me arrependo de não ter feito uma reforma maior.

E por que você chamou sua queda de golpe? Ela ocorreu devido a uma decisão judicial.

Sigo afirmando que foi golpe. A mudança não ocorreu dentro da regra do jogo. O processo judicial também não acabou e está eivado de nulidades do nosso ponto de vista.

Você ainda crê que pode voltar? O mandato para o qual você foi eleito acaba em uma semana.

Eu não estou trabalhando para voltar, mas a ação na Justiça não acabou. O juiz pode perfeitamente decidir por minha volta ao clube para terminar o mandato de um ano e meio que me foi tirado.

E quanto à nova eleição, você pretende votar em alguém? Seu nome não está na lista dos sócios aptos a votar...

É outro absurdo. Uma semana atrás, meu nome estava na lista de sócios. Até porque eu sou sócio remido do Bahia. Agora, qual é o medo que eu desperto? Eles insistem em me privar do meu direito de votar.  Disseram que eu fui retirado da lista porque não comprovei ser sócio. Meu pai (Marcelo Guimarães, presidente entre 1997 e 2005) também é sócio remido e nunca mais foi ao clube. Ele não apresentou nenhum documento, nenhuma carteira, e o nome dele está na lista.

Vai tomar alguma providência para ter direito a voto?

Não. Nestas eleições, vou ficar distante, só observando.  Com sinceridade, não tenho candidato nem estou acompanhando o que está acontecendo.