Postado por - Newton Duarte

Mística e trabalho: A receita de Charles para a permanência na Série A

Charles aposta em mística e trabalho para manter o Bahia na Série A

Tricolor tem histórico de resultados importantes conquistados no último momento. No domingo, time enfrenta o Coritiba com a chance de se salvar na última rodada

Técnico diz que já raspou o cabelo pelo Bahia (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

A história aponta que o Bahia é o time das situações improváveis. Dos gols importantes nos últimos minutos. Foi assim com Raudinei, em 1994. Foi dessa forma que Charles ganhou o apelido de “Anjo 45”. Em 1988, marcou um gol contra o Corinthians aos 45 minutos do segundo tempo e fortaleceu a mística de que era sempre preciso acreditar no Tricolor. No domingo, o clube baiano mais uma vez tentará a salvação no último momento. Enfrenta o Coritiba no Couto Pereira com 97% de chances de ser rebaixado. A torcida, contudo, acredita que é possível. E quem pode duvidar?

Conhecedor da mística tricolor, Charles confia que o time pode vencer a partida marcada para domingo. Segundo o técnico, o elenco tem trabalhado para que a permanência na Série A seja possível.

- No futebol tudo é válido. Acredito muito mais no trabalho, no comprometimento dos jogadores, dos envolvidos no processo. Sem trabalho, mística não ganha jogo. Primeiro lugar está o trabalho, jogadores focados para conseguir o resultado. Tendo esses requisitos, tem a questão da mística que pesa também – afirmou o treinador.

As coincidências estão em favor do Bahia. No ano passado, o Tricolor garantiu a permanência na Série A em jogo festivo contra o Cruzeiro, que havia acabado de ser campeão. No fim de semana, o Tricolor terá mais um jogo de festa. Desta vez pela despedida de Alex, que encerra a carreira.

- Alex não é só ídolo do Coritiba. É ídolo de quem aprecia o bom futebol. Tem muita qualidade e inteligência. É uma pena encerrar a carreira. Vai fazer falta ao futebol brasileiro, principalmente pelo profissionalismo. Esse ano temos um jogo festivo para nos salvar. Espero que possa acontecer de novo – declarou.

Para fugir da queda, vale mais do apostar na mística. Vale também as promessas. Charles diz que não tomou conhecimento de que algum jogador do elenco tenha se comprometido com algo em nome da permanência na Série A. No entanto, ele já fez, em 1996, quando o Bahia se salvou da queda ao bater o Flamengo na última rodada.

- Até agora não vi ninguém falar nada. Espero que aconteça. Já raspei a cabeça. Em 1996, para que o Bahia não fosse rebaixado, fiz essa promessa. Foi a partir daí que fiquei careca (risos). Hoje não dá mais pra fazer. Agora queria criar um cabelo igual ao de Barbio – disse o técnico.

SEM FACILIDADE PARA O PALMEIRAS

Para que o Bahia fique na Série A, não basta apenas vencer o Coritiba. É preciso também que Vitória e Palmeiras tropecem na rodada. O Rubro-Negro enfrenta o Santos no Barradão, enquanto o Verdão encara o Atlético-PR na capital paulista.

O jogo entre Palmeiras e Atlético-PR é cercado de polêmicas. O Furacão processa o Vitória e muitos apontam que pode facilitar as coisas para rebaixar o rival baiano. Charles, contudo, não acredita na possibilidade do time paranaense entrar em campo sem o objetivo de vencer.

- Não acredito nessa questão de facilitar. O cara é profissional. Treinador e jogador que se preze não pode pensar em outra coisa a não ser jogar para ganhar (...) Acredito que essa questão de facilitar não passa em momento nenhum. Temos que ganhar nosso jogo. Estamos trabalhando visando isso. Ganhando o jogo, vamos ver os outros resultados. Se trabalhar durante a semana pensando nisso... não quero que o futebol seja dessa forma. O Atlético-PR tem jogadores competentes, que prezam pela imagem. É o momento do jogador cuidar de sua imagem – comentou.

Confiante, Charles já criou uma cena de como será a reação da torcida com a salvação do Bahia. O treinador espera uma festa no aeroporto, no desembarque da equipe em Salvador.

- No domingo, às 18h20, espero estar comemorando, no meio do gramado, com os atletas, com as pessoas que estiverem conosco. Na chegada, quero torcida no aeroporto, nos esperando de braços abertos. Claro que não vai ser como 1988, com trio elétrico. Mas espero festa – finalizou.