Postado por - Newton Duarte

Moisés revela bronca por estilo ousadia e alegria. O Principe das pedaladas

Titular do Bahia nos últimos cinco jogos, lateral fala sobre os dribles que gosta de aplicar durante as partidas e descarta favoritismo para a partida contra o Náutico

Em 2002, mais especificamente na final do Campeonato Brasileiro, passar os pés ao redor da bola sem alterar sua trajetória tornou-se um drible famoso. O artifício serviu para Robinho, então com 18 anos, entortar o lateral Rogério, do Corinthians, e sofrer o pênalti que abriu o caminho do Santos para o título nacional. E a prática ganhou adeptos em Salvador.

Titular do Bahia nos últimos cinco jogos, o lateral-esquerdo Moisés é usuário confesso do estilo “ousadia e alegria”. Quando surge a oportunidade, gosta de “ir pra dentro” do adversário, prática que lhe rendeu alguns puxões de orelha dentro do Tricolor baiano.

- Nos outros clubes, eu dava pedalada. Aos poucos, nos treinos, nos jogos, pegando confiança. O professor Guto [Ferreira] até pega no pé, quando dou três pedaladas no jogo. O placar está elástico e causa um pouco de confusão dentro de campo. Estou procurando diminuir um pouco. Mas isso é uma característica minha. Futebol é ousadia e alegria. Ninguém fala mal do Robinho com as pedaladas. Mas vamos aí. Estou tentando parar um pouco – disse o lateral nesta terça-feira, pouco antes do treino realizado no Fazendão.

Os dribles podem apontar para um jogador habilidoso e ofensivo. Mas Moisés não se restringe a jogar no campo de ataque. As duas partidas de maior destaque do lateral, por sinal, foram em jogos nos quais ele teve importância defensiva. Foi assim na final do Campeonato Baiano, quando parou Marinho, e também contra o Vasco, no último fim de semana, quando assumiu o papel de fechar a marcação no principal setor do adversário.

- Dois jogos contra times grandes. O Marinho no Ba-Vi vivia um bom momento. Tive que estudar ele na concentração, dias antes dos jogos. Graças a Deus, fui bem. Contra o Vasco, tinha o Nenê e o [Yago] Pikachu – comentou.

Para chegar ao posto de titular, Moisés enfrentou a concorrência de João Paulo Gomes. Com pedaladas, boas atuações defensivas e muita força física, o atleta conquistou o carinho do torcedor e deu mostras de que pode encerrar um velho problema do Bahia. Desde a temporada passada, o clube busca um lateral-esquerdo que possa dominar o setor. Em 2015, Patric, João Paulo, Marlon e Vitor tentaram, mas não obtiveram sucesso.

- Quando cheguei já me falaram desse problema, dessa situação. O sistema defensivo também, o Bahia não vinha muito bem. Mas eu procuro fazer meu trabalho, independente de quem passou por aqui, de quem jogou. Importante é que, graças a Deus, estou tendo oportunidades, assumindo e fazendo bons jogos.

No próximo sábado, Moisés deve mais uma vez estar em campo para uma partida do Bahia. Desta vez, o adversário será o Náutico, na Arena Pernambuco. O Timbu perdeu três dos últimos cinco jogos, trocou de técnico e não vive um bom momento. O lateral tricolor, contudo, evita o discurso de favoritismo.

- Respeitar o time adversário. Tem homens trabalhadores lá. Temos que trabalhar bastante, manter o foco. Quem quer o acesso tem que ganhar fora de casa. Estamos focados. (...) Procurar manter o foco, a humildade. Não conquistamos nada. Temos 15 jogos. Não estamos no G-4. Agora é manter o foco e fazer com que o Bahia fique mais próximo do G-4 - concluiu.

Fonte: Ge.com