Em bate-papo com o CORREIO, Nei Pandolfo fala sobre contratações e o trabalho no Bahia
Diretor de futebol corre contra o tempo para reforçar o time para as finais da Copa do Nordeste e projeta anúncios até a próxima terça
Montar um time forte para conquistar o tricampeonato baiano, a Copa do Nordeste, fazer bonito na Copa do Brasil e conquistar o acesso à Série A para 2017. A missão de Nei Pandolfo não é nada fácil e o diretor de futebol tricolor sabe disso. Em bate-papo com o CORREIO, ele fala sobre contratações e planos para o futuro. Confira:
O Bahia estar na Série B dificulta para contratar jogador?
Pesa muito. A permanência do Lomba, a vinda do Hernane, o retorno do Lucas Fonseca, a chegada do Thiago Ribeiro nos coloca num patamar melhor, numa vitrine boa. Já consigo me aproximar de outros atletas com um cenário diferente. Eles se falam e essa comunicação é importante. Deve ter um grupo de Whatsapp dos atletas (risos), isso é normal. Sempre que eu preciso eu uso os atletas no bom sentido. Eu falo, “Liga pro Lucas, você jogou com ele”. A Série B é difícil. O atleta, às vezes, não quer vir.
A maioria dos atletas veio por empréstimo. Não teme um desmanche no ano que vem?
A ideia é manter o máximo pro ano seguinte. Thiago Ribeiro temos opção de fazer mais um período. Pela pressa e necessidade de inscrição fizemos um contrato mais simples, mas acertamos com ele um contrato de mais tempo. Hernane temos a opção de mantê-lo. Tinga o mesmo formato do Luisinho, temos a opção de compra. Danilo e Paulo Roberto, a mesma coisa. Temos opção de prolongar e temos o João Paulo até o fim do ano com opção de extensão, mas alguns casos são complicados como o do Moisés.
Dirigente corre contra o tempo para reforçar o Esquadrão antes do fim das inscrições para Nordestão (Foto: Divulgação/EC Bahia)
Quantos jogadores espera trazer até o fim das inscrições da Copa do Nordeste?
A sequência de lesões e a perda do Gustavo acelerou alguns processos. Estamos tentando buscar reforços até terça-feira. Já fizemos 12 contratações, praticamente um time todo, e com nomes de bom nível. Ainda temos os garotos. Acho que esse momento também é para isso. Validar os atletas que podem permanecer mais tempo, alguns que precisam ser emprestados pra maturar e voltar mais encorpados. A grata surpresa é o Éder. São atletas que mostram qualidade.
E o camisa 10? Ainda existe no Brasil ou tem que buscar fora?
No mercado externo tem alguns atletas, mas nós não temos uma participação efetiva para consolidar e trazer o jogador que queremos. Quem tem isso é o mercado europeu. Esse mercado sul-americano, para nós, ainda está como se fosse uma novidade. Estamos chegando agora com outras ligas sendo transmitidas e investindo na área de análise e desenvolvimento que busca e capta esses atletas. Desenvolvendo essa área poderemos chegar na frente de um Porto, de um Benfica.
O principal foco continua no Brasil, que temos a certeza do atleta que conhecemos. Estamos buscando. O mercado não tem muitos meias. As oportunidades são poucas e, quando surge, são muitos em cima. Vamos aguardar a próxima rodada, até a janela fechar dia 20 de abril. Tem a do dia 29 agora, depois do dia 20 de abril. Após os estaduais, o mercado movimenta.
Um meia experiente seria importante pra completar essa espinha dorsal que tem o Lomba, Lucas, Thiago e Hernane?
Falo sempre de jogador encorpado. Temos que ter jogadores desse nível, cinco, seis atletas assim e usar os jovens na necessidade, não como solução. Às vezes, podem se tornar titulares. Mas é mais fácil introduzir a promessa num grupo estável, do que um momento ruim.
O título da Série B é uma possibilidade ou objetivo do Bahia?
Tenho um como atleta (risos). Fui campeão em 89. E, no ano seguinte, o Bragantino enfrentou o Bahia, joguei nas quartas de final do brasileiro. Minha história sempre acaba cruzando com o Bahia num momento ou outro, é bem interessante isso. Sempre entramos pra ganhar. O Bahia é um time grande que entra pra ganhar e vai ser cobrado. Eu vou entrar pra ser campeão. O grande objetivo é o acesso. A partir do momento que consegue o acesso, tá brigando pelo título. Se tivermos a chance de ser campeão vamos buscar isso sem dúvida.
O Bahia é seu maior desafio na carreira?
Nunca falo em desafio, sempre em oportunidade. Tive uma oportunidade muito boa, após trabalhar como auxiliar, de voltar à parte administrativa no Santos. Nesse período, fomos campeões da Libertadores, bicampeões paulistas. No Sport, num mercado novo, com mais espaço, acho que fiz um bom trabalho. Fomos campeões pernambucanos, da Copa do Nordeste, dois Brasileiros numa média boa. Agora, tenho uma nova oportunidade no Bahia, uma equipe grande, em processo de estruturação bem avançado, implementando cada vez mais as necessidades que o futebol requer.
Eu sempre falo em quatro ou cinco pilares. Estrutura física qualificada, profissionais qualificados, administração competente, pagamento em dia, são coisas fundamentais pra se ter um caminho. Vários clubes fazem isso e um só é campeão. Se não paga em dia vai estar num patamar abaixo, se não tem um CT qualificado vai estar um degrau abaixo.