Postado por - Newton Duarte

Mundial de Surf começa nesta sexta (27) com Medina e outros seis brasileiros

Com Medina no foco, Mundial 2015 tem "gigantes" sedentos por revanche

Chegou a hora de Gabriel Medina começar a defender o título do Mundial de Surfe, que terá sua edição de 2015 iniciada neste sábado, dia 28 de fevereiro, em Gold Coast, na Austrália, caso o mar tenha boas condições. Em 2014, o surfista, até então com 20 anos, desbancou gigantes da modalidade, como o 11 vezes campeão Kelly Slater, dos Estados Unidos, e o australiano Mick Fanning, dono de três títulos.

Gabriel Medina, assim como Kelly Slater, conquistou seu primeiro Mundial com 20 anos de idade (Foto: Kirstin Scholtz/WSL - Divulgação)

Um pouco mais maduro e um ano mais velho, o paulista da praia de Maresias sabe que os dois maiores campeões do atual Circuito estão sedentos por revanche e pela retomada da ponta do ranking mundial, hoje ocupada pelo brasileiro.

“Sim (eles querem a revanche), eles são muito competitivos e sempre surfam em alta performance”, contou Medina à Gazeta Esportiva.

Organizado pela Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês), o torneio conta com 36 surfistas de elite, sendo dois deles convidados. Além de Medina, o Brasil será representado por mais seis nomes: Adriano de Souza, o Mineirinho, Filipe Toledo, Miguel Pupo, Jadson André, Ítalo Ferreira e Wiggolly Dantas, a Brazilian Storm (Tempestade Brasileira, em inglês), apelido dado pelos surfistas de fora à talentosa geração brasileira do surfe. Wiggolly e Ítalo são estreantes e entraram no lugar de Alejo Muniz e Raoni Monteiro, que vão ter que disputar este ano a divisão de acesso (WQS).

E será contra esse último que Gabriel inicia sua caminhada rumo ao bicampeonato – o outro adversário ainda não foi definido, podendo vir do qualifying ou do convite. Os dois caem na água na sexta bateria do dia. Medina também defende o título desta etapa.

“Pô, o Guigui é um amigo! Mas acontece. Temos que competir uns contra os outros”, lamenta Gabriel, lembrando da amizade com o rival da primeira disputa do ano.

Medina, primeiro atleta de língua não inglesa a ser campeão mundial pela Associação dos Surfistas Profissionais (ASP) – atual WSL – também pode alcançar outra importante marca: se igualar a Kelly Slater e ao falecido havaiano Andy Irons, únicos bicampeões do mundo nos últimos 20 anos.

Onze vezes campeão, Slater tem 43 anos e é o maior vencedor da história do surfe (Foto: Kelly Cestari/WSL - Divulgação)

Maior vencedor da história e mais velho entre todos os competidores, Slater, 43 anos de idade, estreia contra o havaiano Freddy Patacchia e o americano Clifton James Hobgood. Na última temporada, ele terminou com o quarto lugar. Já Mick Fanning, que vem de um vice-campeonato, terá pela frente Matt Banting e mais um surfista ainda não definido.

O Mundial masculino é disputado em 11 etapas, começando por Gold Coast. Depois, a “perna” australiana continua com os torneios em Bells Beach e Margaret River, em abril. O Brasil recebe a nata do surfe na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, entre os dias 11 e 22 de maio. Fiji, África do Sul, Polinésia Francesa, Estados Unidos, França, Portugal e Havaí completam a temporada 2015, que é encerrada em dezembro, na lendária praia de Pipeline.

Aos 33 anos, Mick Fanning foi o vice-campeão em 2014 e busca o tetracampeonato (Foto: Matt Dunbar/WSL - Divulgação)

Feminino

Entre as mulheres, Silvana Lima será a responsável por carregar a bandeira brasileira durante a turnê. Atual campeã do WQS feminino (divisão de acesso à elite), ela entra como coadjuvante na disputa, que tem a australiana Stephanie Gilmore, atual campeã e detentora de seis troféus, e a havaiana Carissa Moore, vencedora em duas oportunidades, como as principais favoritas.

A competição feminina também começa neste sábado, em Gold Coast, e é um pouco mais curta que a masculina, tendo duas etapas a menos. O Brasil recebe as surfistas concomitantemente à disputa entre os homens, também na capital fluminense.

A surfista brasileira Silvana Lima é a única representante do Brasil no Mundial feminino (Foto: Thomas Lodin/WSL - Divulgação)

Vocabulário do surfista

Em um país como o Brasil, onde o surfe ainda não atingiu um nível razoável de popularidade , são muitas as expressões “estranhas” aos ouvidos de quem começou a acompanhar o esporte recentemente. Por isso, selecionamos e explicamos seus significados para um maior entendimento durante as competições da modalidade.

Abaixo, veja o significado de dez das principais expressões faladas pelos surfistas:

Back door: pela visão da praia, é a parte da onda que quebra da direita para a esquerda.

Pipeline: é a onda que vai para a esquerda, também pela visão da praia

Back Side: quando o surfista pega a onda posicionando-se de costas para ela.

Front Side: quando o surfista pega a onda posicionando-se de frente para ela.

Crowd: Muitas pessoas surfando em uma mesma área.

Drop: Descer da crista até a base da onda.

Tube Rider: surfista especialista em tubos.

Vaca: tombo ou queda

Swell: boas condições para surfar, propiciando boas ondas.

Goofy: Surfista que pisa na prancha com o pé direito na frente.