Postado por - Newton Duarte

Nelsival Menezes promete resgatar 'valores que honrem as tradições'

Entrevista: Nelsival Menezes promete resgatar "valores que honrem as tradições"

Confira o papo com Nelsival Menezes, 67 anos, doutor em Educação Física e oficial da Polícia Militar

O CORREIO segue a série de entrevistas com os candidatos à presidência do Bahia. Hoje será a vez de Nelsival Menezes e Marco Costa apresentarem suas ideias aos tricolores. Confira o papo com Nelsival Menezes, 67 anos, doutor em Educação Física e oficial da Polícia Militar.

Por que você se sente capaz de ser presidente do Bahia?

Por várias razões, dentre as quais, eu possuo um caminho percorrido já há um bom tempo. Sou doutor pela Universidade Federal de Léon, na Espanha, e tenho especializações no futebol. Coordenei eventos, fui professor na área de administração esportiva e, acima de tudo, sou torcedor e quero ver o Bahia bem.

Qual a primeira medida que vai tomar caso seja eleito?

O foco é o futebol. A equipe está precisando de valores que honrem as tradições. Precisamos de um elenco com qualidade e não quantidade. Por que não dar essa oportunidade para jogadores com sangue baiano? Nosso produto é tão bom ou melhor dos que os que vêm do Sul. Uma das minhas propostas é formar uma seleção baiana, um convênio com as equipes que, ao final do Campeonato Baiano, os atletas melhores sejam incorporados ao Bahia.

Como será a composição da sua diretoria? Já tem nomes?

Já tenho nomes. Sinto não poder divulgar para não ser injusto com alguns. Estou conversando e pretendo trazer nomes, principalmente na gestão do futebol. Pretendo fazer um diagnóstico e uma requalificação. Do roupeiro ao cargo mais graduado dentro do clube, para que possa ver o que o clube está precisando. Precisamos de qualidade e não quantidade.

O que você considera negativo na gestão atual? E o que pretende manter?

Visitei o Fazendão e percebi que a relação humana dos funcionários melhorou. Estive na divisão de base e vi que a capacidade é de 120 atletas e só tem 67. Está com uma demanda reprimida. Quando Schmidt foi eleito, sugeri algumas questões. Não se pode ter quatro diretores numa gestão de um ano e pouco. Está faltando buscar esses profissionais de uma maneira mais criteriosa.

Qual perfil de contratações irá buscar?

Para o corpo diretivo quero uma administração ágil, transparente e que se doe ao Bahia 24 horas. Gestão empresarial não pode ser brincadeira. Para a equipe de futebol, devo formar uma comissão técnica coesa. Pode ser até aqui da Bahia. Charles, por exemplo. Precisa ser uma comissão que conheça o mercado baiano e nacional e atletas que venham sem pensar apenas em dinheiro.

O que pretende fazer para aumentar a receita do clube?

Essa receita poderá ser aumentada revendo os contratos. Primeira coisa que tem que fazer é valorizar a marca, que está desgastada. Pretendo buscar recursos a nível de governo. Estive com o vice-governador eleito (João Leão) e ele prometeu que, caso eu seja vitorioso, vai fazer de tudo para ver o Bahia grande. Não se pode comandar um clube dessa grandeza sem a ajuda do governo.

Qual Bahia você enxerga nos próximos três anos?

Um Bahia que honre em campo suas tradições, que seja competitivo e tenha o perfil do atleta que o torcedor quer. Um Bahia que não pense nos quatro últimos, mas nos quatro primeiros. Se tivesse mantido jogadores oriundos das divisões de base, hoje seria um time imbatível. O jogador passa apenas um ano aqui e é vendido. Não pode ser assim.

Você foi o último candidato a se inscrever. O que te motivou?

É justamente a experiência que tenho dentro e fora do campo. São 12 títulos ganhos no Bahia, sete no profissional e cinco da base como superintendente. A minha qualificação me motivou a concorrer. Não suporto mais ver tanto sofrimento e decepção. Torcedor do Bahia só tem dois direitos: um é pagar a mensalidade e outro é sofrer.

Você trabalhou no Bahia nos anos 70 e nos 90. Qual a experiência que obteve?

Em 1976 entrei como preparador físico com um treinador chamado Alencar. Logo em seguida fui trabalhar com Zezé Moreira. Fui trabalhando com grandes treinadores, como Fantone, Aymoré Moreira e aprendi muito. O que eu mais aprendi nesse tempo todo foi com o próprio jogador. Para administrar atletas é preciso conhecimento.

Tem ou teve ligação com algum grupo político do clube?

Não. Estou aberto a quem quiser somar força. Tem empresários que estão em campanha há mais de um ano. Tem candidato que ou é empresário de atleta, ou é da comunicação, ou busca cargo político. Me considero um dos mais capazes pela bagagem de conhecimento.