Postado por - Newton Duarte

No calote, Ávine desabafa

Prestes a completar três meses sem salários, Ávine desabafa

Com muitos anos de dedicação ao Bahia, Ávine hoje vive um misto de esperança e indignação. Esperança de poder voltar aos gramados após mais de dois anos se recuperando de complicações de uma lesão no joelho.

Mas, indignado pela forma como tem sido tratado no clube que tanto prestou seus serviços. Na próxima sexta-feira (7), quinto dia útil do mês de novembro, o lateral-esquerdo completará três meses sem receber salários.

Em entrevista ao programa Arena Transamérica, nesta quarta (5), o jogador desabafou. "É uma situação muito delicada. É muito triste o que está acontecendo hoje no clube. Infelizmente, eu não estou recebendo em dias como os outros atletas estão. Estou com dois meses atrasado. Conversei com alguns jogadores, que confirmaram que pagaram os salários para eles, e para mim não. Fui procurar algumas pessoas no clube para saber por que não foi pago para mim, mas essas pessoas não souberam responder. Estou sem receber agosto e setembro e já vai entrar outubro sem receber. Está completando três meses que não recebo. Fico muito chateado", disse.

O atleta revelou que nunca conseguiu conversar sobre o assunto com o presidente Fernando Schimdt e que o atual diretor de futebol de negócios, Pablo Ramos, não cumpriu uma promessa de resolver o problema. "Quase não vejo o presidente. Quando vejo, ele passa rápido e não dá para conversar. A pessoa que converso é o Pablo. Ele fala que vai procurar saber, que vai procurar resolver. Enquanto isso, eu fico esperando, esperando e não resolvem nada".

Revoltado com a situação, Ávine chegou a dizer que sente estar sendo tratado como "abestalhado" no Tricolor. "Tento fazer meu melhor para ajudar, tento resolver calmamente. Não chego mais estourado no clube, como antes. Acho que as pessoas acham que o Ávine de hoje, mudado, está besta, é abestalhado, que não reclama e que pode esperar. Estão confundindo isso. Mas vou lutar pelos meus direitos".

A próxima tentativa, segundo o próprio lateral, pode não ser mais à base do diálogo. "Eu costumo e prefiro resolver tudo na conversa, mas chega um determinado momento que não dá mais para conversar. Você ficar sabendo que os demais atletas estão com seus salários em dia e você não é uma situação muito chata".

Mas, focado no seu retorno, o jogador garantiu que não deixará o problema financeiro atrapalhar sua recuperação e mandou um recado para aqueles que não acreditam na sua volta. "O trabalho que estou fazendo é com a expectativa de que eu volte em janeiro já normal, com todo o grupo. Estou fazendo trabalhos com o grupo e à parte, para eu conseguir recuperar minha musculatura. O tempo que eu fiquei parado atrofia. Estou com profissionais sérios, que estão me ajudando muito. Também estou tomando medicamentos e, se Deus quiser, ano que vem estarei de volta no Campeonato Baiano. Vou continuar trabalhando duro para voltar, a confiança está voltando. As pessoas que acham que não vou voltar, quando me verem no campo vão se surpreender", encerrou.