Postado por - Newton Duarte

O (a)legado da Copa do Mundo

O legado da Copa do Mundo

Na noite da última segunda, o CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil – , no Rio de Janeiro, abriu as portas do Teatro 1, para  o Seminário sobre o legado que o Brasil vai deixar no pós-Copa. O evento, de iniciativa e realização da CBN, foi mediado por Carlos Eduardo Éboli, e contou com a presença de Carlos Alberto Parreira, coordenador-técnico da seleção brasileira; Branco, tetracampeão com a seleção, em 1994; Amir Somoggi, comentarista da CBN; Ricardo Trade, diretor-executivo do comitê organizador da Copa do Mundo; e Luis Fernandes, secretário executivo do Ministério do Esporte.

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O debate, que contou, também, com a participação ativa do público que lotou as dependências do teatro, se estendeu por pouco mais de uma hora e abordou diversos temas específicos.

Nos primeiros instantes, Luis Fernandes afirmou que R$ 8 Bi foram investidos nos estádios, até o momento, e que não são as Arenas que prejudicam a ampliação e modernização da saúde e educação no Brasil. Segundo ele, no mesmo espaço de tempo que os estádio levaram para ser erguidos e reformados, R$ 40 Bi foi investido em hospitais e educação, o que representa 5 vezes mais do que o custo total que o Brasil tivera com os campos. Ele ainda faz uma ressalva:

"O Brasil tem uma dívida interna de mais de R$ 3 trilhões e não é  a construção de estádios que impede o investimento em educação e saúde. O  investimento em educação e saúde é muito maior do que em estádios."

O coordenador-técnico, Parreira, deu ênfase ao modo como os estrangeiros serão recebidos no Brasil. Bastante crítico ao sistema aeroviário, que ainda conta com obras nos principais aeroportos, o que é bastante prejudicial, ele cita a cidade de Londres, como exemplo a ser seguido e traça um paralelo:

"Quando eu chego no aeroporto do Rio, fico decepcionado. Não há opções de transportes. Em Londres, palco dos últimos jogos olímpicos, apenas as linhas de metrô são maiores que todas do Brasil juntas."

Parreira ainda evidenciou a praticidade do transporte em capitais e cidades europeias. Ele levou em conta o número de opções de transporte que as pessoas têm em cidades como Paris e Londres que, além do metrô, contam com um excelente modelo de transporte coletivo, ônibus de primeira linha, e até táxis, muito mais aparatoso, em comparação ao Brasil.

Em contrapartida, o diretor executivo do comitê organizador, Ricardo Trade, fez alusão à logística de transporte e infraestrutura da Copa:

"Tudo foi pensado. Se um time jogar em Manaus, e depois em Porto Alegre, o tempo de voo, que dura cerca de 4 horas, ocasiona um desgaste maior no atleta. No entanto, obriga as equipes que tenham tempo de deslocamento superior às demais, entre cidades-sede, descanse 4, ao invés de 3 dias."

Bastante enfático em suas colocações, o tetracampeão Branco, tratou, logo de cara, de responder o assunto a ser debatido no Seminário, e sua opinião foi recebida sob forte aclamação da plateia:

"O que a Copa vai deixar é uma grande dívida! O grande legado que a Copa deixa são os estádios, mas o povo é quem vai pagar."

Em tom de complementação do tema proposto, Luis Fernandes afirmou que a Copa é capaz de acelerar ganhos complexos em todas as grandes cidades do Brasil, não somente as envolvidas no Mundial. Além disso, acrescentou que todas as Arenas da Copa são multiuso e estão aptas para receber não só o futebol, o que pode alavancar a renda dos governos locais.

Já na reta final, ele ainda citou que o m² mais valorizado é o da Arena das Dunas, em Natal, que possui um retorno financeiro tão elevado, capaz de garantir a alta sustentabilidade do estádio.


Fonte: Blog do Gustavo Henrique - Lance!