Postado por - Newton Duarte

O 'caos aéreo' na defesa do Bahia

'Baixinho', Bahia sofre pelo alto

Maxi é o jogador mais baixo do Bahia, com 1,64 m - Foto: Eduardo Martins | Ag. A TARDE

Maxi é o jogador mais baixo do Bahia, com 1,64 m - Eduardo Martins | Ag. A Tarde

Não é novidade que o Bahia tem sofrido muito com os lances de bola aérea nesta Série B. O assunto é frequente nas entrevistas coletivas do técnico Sérgio Soares, que, incomodado com as críticas de que não treinaria esse tipo de jogada, chegou a abrir uma atividade à imprensa para mostrar que trabalha, sim, o fundamento. Sem aparente solução, o problema parece ter uma razão simples, que vai além do posicionamento dos atletas. É que, com 1,75 m de estatura média, o Tricolor é o time mais 'baixinho' do torneio.

Dos 26 gols que o Bahia sofreu na Série B, 12 nasceram em lances de cruzamentos. O número, por si só, já impressiona, mas  não é apenas com as bolas alçadas à sua área que a equipe tem dificuldades. Por ter um time 'baixinho', o Tricolor sofre ainda mais com os outros tipos de disputas pelo alto, perdendo também muitas 'batalhas' na zona de meio-campo, dando aos adversário a vantagem da posse de bola ou de um ataque após um 'chutão'.

A TARDE levantou os dados de disputas aéreas no jogo da última terça, contra o Ceará. O meio-campo titular do Bahia, formado por Yuri (1,73 m), Gustavo Blanco (1,74 m), Tiago Real (1,72 m) e Eduardo (1,78 m), ganhou apenas uma (com Eduardo, o mais alto) das 23 disputas aéreas ao longo da partida. Já Souza (1,82 m), que substituiu Tiago Real no 2º tempo, venceu duas das três divididas nas quais se envolveu.

No total, em lances de ataque e defesa, jogadores de Bahia e Ceará disputaram 110 bolas pelo alto em pouco mais de 90 minutos de jogo, com o Tricolor vencendo apenas 41 duelos. De todos os titulares, apenas os zagueiros Robson (10 contra 7) e Thales (9 contra 6) tiveram desempenho superior a 50% nesse tipo de lance. A jogada do segundo gol do adversário, por exemplo, saiu após Thales perder uma cabeçada na intermediária, depois de um chutão.

Sérgio Soares não gosta muito de tocar no assunto, mas já revelou em diversas coletivas que fez substituições durante os jogos para melhorar a estatura média da equipe. Trocas corriqueiras, como as de Ávine (1,69 m) por Vítor (1,82 m) ou Marlon (1,82 m), Tiago Real por Souza, e Maxi Biancucchi (1,64 m) por Zé Roberto (1,84 m), são alguns dos exemplos de antídotos experimentados pelo comandante Tricolor.

"Já alteramos da marcação individual para a por zona e os problemas persistiram, então voltamos à por zona. Não estamos contentes e estamos trabalhando para que isso seja solucionado", avalia o treinador.