Bahia fez o improvável possível usando a força da torcida e da sua base
A disputa com a empresa gestora da Fonte Nova quase afastou o Bahia da sua casa mais tradicional. Neste domingo, o time esteve no palco mais famoso do futebol baiano com uma missão muito dura. Precisava reverter uma derrota acachapante contra o Vitória da Conquista no primeiro jogo por 3 a 0. A razão dizia que por mais que o Bahia seja mais forte, com camisa muito mais pesada, era difícil que o time revertesse. Afinal, além da própria derrota na final do Campeonato Baiano, ainda tinha a tristeza da derrota na final da Copa do Nordeste. Mas a racionalidade não teve vez na Fonte Nova. O Bahia foi avassalador e tratou de destruir toda a vantagem do Vitória da Conquista em 22 minutos.
A torcida do Bahia acredita sempre. Não tem tempo ruim, não tem sequência de derrotas, não tem derrota doída, não tem rebaixamento, como em 2014, que acabe com a fé do tricolor. O apoio das arquibancadas, porém, foi de muito menos pessoas do que nas finais da Copa do Nordeste. A Fonte Nova registrou 20.904 pagantes. Mas foram eles que acreditaram que o time teria, sim, forças para buscar a taça.
Era o Bahia, que não se pode duvidar. A história já mostra. No Campeonato Brasileiro de 1981, o Bahia perdeu o jogo de ida para o Santa Cruz no estádio do Arruda, no Recife, por 4 a 0. Precisava de um improvável 5 a 0 para garantir a classificação. Goleou por 5 a 0 e avançou às oitavas de final.
Neste domingo, nem foi preciso muito tempo para que toda a imensa vantagem do Vitória da Conquista caísse diante dos torcedores baianos. A pressão do Bahia era enorme desde o começo da partida. Aos nove minutos, aproveitando um rebote de um bate rebate dentro da área, Robson marcou 1 a 0. Era tudo que o Bahia precisava: um gol no começo, a torcida empolgada, o Vitória da Conquista assustado. Aos 13 minutos, Bruno Paulista acertou um foquete de longe e ampliou para 2 a 0. Aos 22 minutos, Kieza aproveitou passe de Souza e fez 3 a 0. Acabou a vantagem. Pela melhor campanha, o Bahia, àquela altura, já tinha o resultado para ser campeão. Gol que não só dava o título ao Bahia, mas a artilharia do Campeonato Baiano a Kieza, com sete gols.
No segundo tempo, nem a vontade do Bode, apelido do time do interior, foi suficiente. Zé Roberto acabaria derrubado na área, Souza cobrou e ampliou para 4 a 0. Um balde de água fria e um sonho para a torcida do Bahia. Em outro pênalti, Souza marcou novamente, ampliou para 5 a 0 e Kieza fechou a conta com mais um gol, o seu oitavo no campeonato: Bahia 6 a 0.
O Bahia, derrota na final da Copa do Nordeste, triunfa no Campeonato Baiano e se empolga para o início da Série B, principal objetivo do time no ano. Com a força dessa torcida que acredita sempre. Com seis jogadores da base entrando em campo, o Bahia mostrou que o Fazendão continua sendo uma fonte rica para o tricolor. Jean, Robson, Bruno Paulista, Rômulo, Mateus e Zé Roberto são jogadores que vieram da base do Bahia para serem campeões baianos e mostrar ao time que este é um caminho para um time tão grande como o Bahia. A Série B vem aí e a torcida do time espera que o time faça um bom papel para brigar novamente pelo acesso à Série A.