O novo Bahia também pisa – e feio – na bola
Tenho simpatia pelo “novo Bahia”. Por muitos motivos. Registro aqui dois, o principal e um pessoal. Pela ordem: o clube precisava deixar de ser um feudo e voltar para sua torcida e, hoje, tenho amigos trabalhando na refundação – aos curiosos ou mal-intencionados, a “quantidade” de amigos não completa os dedos de uma mão.
Mas meu compromisso, além da minha própria consciência, é com a informação e com a opinião. E o novo Bahia também pisa na bola.
O clube, diferentemente do que dizia desde a eleição do presidente Fernando Schmidt, hoje, negou que o gerente técnico de futebol Osni Lopes seja funcionário. Pois, ao divulgar a nova lista de funcionários (PARABÉNS) e atualizar a lista de diretores, também tirou do site o nome do ex-jogador. Como se Osni não prestasse serviço remunerado ao Bahia. O que seria mentira. Na despedida do Brasileiro contra o Fluminense, Osni, inclusive, usava uniforme comum a funcionários e diretores e circulou até pelo vestiário.
A justificativa de hoje é que Osni Lopes presta consultoria ao clube. Talvez seja. Mas não é o que o novo Bahia informou durante três meses. Ou até semana passada. Ou até ontem.
Osni Lopes é o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado da Bahia (Sindap/BA). Sua função é justamente fiscalizar o cumprimento das mais variadas obrigações dos clubes com os jogadores filiados. E até acionar a Justiça quando necessário.
Mas como pode quem tem como obrigação externa de fiscalizar o Bahia prestar consultoria, justamente, ao Bahia? Existe nítido conflito de interesses.
Como exemplo, o advogado Celso Castro, que também presta consultoria, continua com o nome no site oficial ao lado dos demais diretores, desde a eleição do presidente Fernando Schmidt. É a transparência. Mas nem por isso o advogado Celso Castro está na lista de funcionários. Como tampouco é funcionário remunerado o assessor especial da presidência Sidônio Palmeira, embora tenha cargo.
Erros acontecem. Pisadas na bola, também. Faz parte do jogo. O que não pode é o novo Bahia ser perna – ou cara – de pau.
Fonte e imagem – Blog do Marcelo Sant'Ana (Reprodução ipsis verbis)