Postado por - Newton Duarte

O novo e o velho

O novo e o velho

Sábado, sete de setembro, virou uma data histórica para o Esporte Clube Bahia. A comoção da torcida foi algo admirável e comovente até para torcedores rivais. Isso diz muita coisa sobre esse “novo Bahia”. As portas foram abertas para todos e o caminho ensinado. Mitos foram quebrados. Inteligência, abnegação e o amor venceram, sem violência e covardia, o pensamento arcaico. Que outros clubes e entidades do futebol brasileiro sigam o exemplo e se democratizem. As velhas práticas têm de virar o que estão destinadas a ser: espelho do que nunca deve ser feito. Mas não se enganem. Seguimos de olho em tudo e em todos. Afinal de contas, vereador, prefeito, deputado, governador, senador, presidente, também são eleitos por votos diretos e veja a draga que são nossas cidades, estados e o país.

Como já era esperado, Fernando Schimidt foi eleito e volta ao cargo que deixou há 34 anos. Não vivi àquela época (nasci em 1982), mas os feitos estão na história e é inegável que foi uma gestão vencedora. Agora os tempos são outros. A profissionalização é maior. As informações também. O que era cobrado da diretoria destituída será cobrado da eleita. Transparência e competência estarão sempre no horizonte. Não é por que se substitui um trabalho ruim, que não pode fazer pior. Por isso atenção sempre e em tudo. Essa transição precisa ser feita com muito cuidado e responsabilidade. Os desafios são imensos e espero que a nova gestão esteja preparada. O Bahia precisa demais disso!

A equipe do novo presidente vai sendo apresentada. O nome de Reub Celestino para o administrativo/financeiro, teoricamente, é excelente. Foi um acerto logo de cara para tentar recuperar um departamento caótico. Os trabalhos já feitos falam por Reub. Esse cargo ainda o faz, em perspectiva, um nome forte para o pleito de dezembro de 2014. Outros três departamentos fundamentais para o clube ainda não se tem nomes oficializados, apesar das fortes especulações. No marketing, acredito que Sidônio Palmeira deverá ser o responsável por montar essa equipe. Esses profissionais precisarão recuperar a credibilidade, a marca e criar ações para voltar a fazer a torcida crescer e abraçar o clube na saúde e na doença.

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A recuperação da divisão de base é ponto chave. Apesar dos títulos e várias convocações para a Seleção, penso que muitos conceitos estão errados. Sem falar na facilitação para empresário A ou B. Acredito em formação, maturação do guri, em quatro aspectos: técnico, tático, físico e psicológico. Se qualquer um desses não for bem trabalhado, o garoto chega à idade de profissional despreparado. Madson, Talisca, Maranhão, Gabriel, Rafael, Jussandro e Ítalo Melo são exemplos disso. Independente da qualidade, todos chegaram verdes em um, dois e até três desses pontos e não renderem/rendem o que poderiam. A nova diretoria deve se atentar a isso. Entregar o jogador a comissão técnica do profissional pronto é mais importante do que ser campeão de vários campeonatos de base. Com um tempo, uma coisa consequentemente acabará encaixando na outra.

Ainda não foi confirmado, mas tenho fontes fortíssimas que garantem ser William, ex-zagueiro e diretor de futebol do Corinthians, o novo responsável pelo departamento de futebol. Aquele mesmo, que quase foi anunciado por Marcelo Guimarães Filho, mas que desistiu em cima da bucha. Na época alegou incompatibilidade com o trabalho que tem em São Paulo. Não sei o que mudou, contudo acho um bom nome. E foi o Valton Pessoa quem o indicou a MGF. Valton e outros formaram uma equipe e ofereceram um acordo de transição em caso de renúncia, mas, obviamente, não foi aceito. Esse grupo sugeriu William, que é bem relacionado e, apesar da pouca experiência no cargo, se preparou muito para exercê-lo. Como subordinado dele, Anderson Barros deve seguir no clube, pelo menos, até o final do ano. Com razão, Fernando Schimidt e Valton Pessoa temem que o grupo de jogadores desande de vez com a saída de Barros. É preciso observar o trabalho com cuidado e cortar os laços com o presidente destituído.

Sou completamente contra a demissão de Cristóvão, mas um puxão de orelhas se faz bem necessário. Não é por que ressuscitou um grupo morto, que tem crédito para chegar ao nível que encontrou. E para que isso não ocorra, a diretoria tem uma obrigação urgente: contratar de três a cinco reforços teoricamente titulares. A essa altura do campeonato, não será nada fácil, mas pesquisando direitinho acha. Com as peças que Cristóvão tem a disposição, dificilmente conseguirá recuperar, porém precisa ser menos “mágico” e partir mais para o feijão (literalmente, nesse caso) e arroz. Ainda não descobri o que ele quis ao colocar Diones no lugar de Wallyson, com o resultado adverso e o Fluminense dando espaços para velocidade. Peça reprovada por peça reprovada é melhor que, pelo menos, se coloque o da posição. A zona do rebaixamento se aproxima cheia de graça e com o facão na mão.


Fonte: Éder Ferrari – Bahia Notícias