Postado por - Newton Duarte

O novo Souza?

O novo Souza?


O Bahia tem dois anos tentando se livrar de Souza –  um dos raros interesses comuns das duas diretorias que passaram pelo clube nesse período. A multa salarial alta e o desprestígio no mercado é que têm mantido o jogador. Em campo, quando joga, Souza é até útil. Está há um ano sem balançar as redes, é fato, mas foi dele o passe pro gol salvador de Talisca contra o Cruzeiro, por exemplo. O problema é o extracampo.

Souza tem jogado cada vez menos. A rotina desregrada compromete a forma física. Médicos do Bahia são unânimes em afirmar, longe dos microfones, que uma coisa tem impacto direto na outra. O salário de Souza – um dos maiores do Fazendão – só tem sido proporcional aos problemas que provoca.

Já bateu boca publicamente com treinador, causou rachaduras no relacionamento entre os colegas, debochou da Lei Seca nas redes sociais, defendeu ex-presidente odiado pela torcida. Souza tem sido um catalisador de polêmicas.

A experiência com o ex-camisa 9, porém, parece importar pouco pra nova diretoria, afinal,  Uelliton está vindo aí. O ex-jogador do Vitória tem perfil bem parecido com o do Caveirão – vida atribulada fora das quatro linhas, histórico de lesões cada vez mais frequentes, brigas públicas e veladas com técnicos e fama de desagregador, apesar da qualidade técnica indiscutível. Será que vale a pena?

Os cartolas acham que sim.  Consultaram o elenco pra saber a aceitação deles. Os líderes do vestiário aprovaram. A pedido da diretoria, o  capitão Marcelo Lomba já conversou com Uelliton. Ele prometeu se enquadrar. O volante pediu pra vir pro Bahia. A experiência recente com bad boys no Fazendão, porém, desaconselha. Vide os casos de Carlos Alberto e Jóbson.

Uelliton saiu do futebol baiano pela porta dos fundos, afastado pela diretoria do Vitória na reta final da Série B de 2012 por indisciplina. Foi pro Cruzeiro, onde teve poucas oportunidades. Emprestado ao Coritiba no segundo semestre do ano passado, também não se firmou. As lesões atrapalham cada vez mais.

Quer voltar pra dar uma resposta aos desafetos que deixou na diretoria e torcida do Vitória. Quer de volta  também o convívio próximo com a família, amigos e os “parças”. Calejado com Souza,  atrelado ao clube por um vínculo caro e longo, o Bahia  toma mais cuidado desta vez. O contrato inicial vai ser até o meio do ano, com uma cláusula de rescisão unilateral isentando o clube de multa, caso Uelliton apronte. O Tricolor também tem prioridade em renovar. Será o suficiente pra fazer o jogador mudar a conduta da Toca do Leão? Vale correr o risco? Uelliton conseguirá provar que não é o novo Souza? Eu tenho sérias dúvidas.

Good boys - Em 2013, o extracampo passou a ser um critério mais rígido na política de contratações do Vitória. Postura adotada justamente pela convivência conturbada de anos com… Uelliton! Depois dele,  o Leão  buscou trazer  gente sem manchas disciplinares no currículo, os good boys, como Cáceres, Escudero e Maxi. Pouco antes da volta olímpica do título baiano do ano passado, após dois massacres históricos sobre o Bahia, o então presidente Alexi Portela disse que a mudança de perfil nos vestiários tinha sido determinante para a conquista. No segundo semestre, o Vitória manteve a linha e se reforçou com Ayrton e Juan. Foi 5º no Brasileiro. O Leão decidiu minimizar um risco alto que o maior rival parece bem disposto a correr.

Marquinhos Seria covardia e total sinal de falta de planejamento demitir Marquinhos Santos pela iminente eliminação  na Copa do Nordeste. Se o técnico foi eleito pelo Bahia como o cara ideal pra comandar o clube em 2014, seis jogos em três semanas depois de uma pré-temporada de 10 dias ainda não é o suficiente pra responder ou não às expectativas.


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Fonte: Darino Sena - IBahiaFC

Foto: Reprodução  – Correio*