Postado por - Newton Duarte

O POVO PAGA: AFN estuda acionar governo do estado e dividir prejuízos

Arena Fonte Nova estuda acionar governo do estado e dividir prejuízos

De acordo com informação veiculada pelo jornal Correio*, consórcio que administra o estádio acumula prejuízo de R$ 41 milhões. Arena sofre com a Lei do Silêncio

A Arena Fonte Nova estuda a possibilidade de acionar o governo do estado para dividir o prejuízo acumulado nos últimos dois anos, que seria de cerca de R$ 41 milhões. A informação foi veiculada na edição desta terça-feira do jornal Correio*, que traz uma entrevista com o presidente do consórcio que administra o estádio, Sinval Andrade. 

De acordo com a publicação, a Fonte Nova acumula prejuízo de R$ 24 e R$ 17 milhões nos anos de 2013 e 2014, respectivamente. A decisão de acionar o governo é respaldada por cláusula do contrato de Parceria Público-Privada, que prevê que, "caso o resultado operacional não seja igual ao previsto no 'caso base' descrito no edital de concessão, o prejuízo é dividido entre o estado, a operação e os clubes”. O “caso base” não prevê prejuízo.

Arena Fonte Nova, em Salvador (Foto: Tamires Fukutani)

Ao longo deste ano, a Arena Fonte Nova trava batalha judicial para poder realizar eventos não esportivos e aumentar suas receitas. No mês de janeiro, a Justiça determinou que a arena está impedida de realizar este tipo de evento sem que sejam adotadas providências de isolamento acústico, a fim de respeitar os limites de ruídos previsto em lei. 

Em maio, um novo entrave com a justiça. O juiz Mário Soares Caymmi Gomes, titular da 8ª Vara de Fazenda de Fazenda Pública, determinou o corte do fornecimento de energia na Arena Fonte Nova para que um show da banda Skank não ocorresse no local. A apresentação e mais outro show foram cancelados.

As receitas da Arena são provenientes do futebol, do repasse dos cofres estaduais de R$ 1,5 milhão/mês como contrapartida pela construção e operação do equipamento e dos eventos não esportivos, prejudicados pelo imbróglio com a justiça. Ao jornal Correio*, Sinval Andrade falou sobre a situação.

- As receitas do futebol tendem a zero [em termos de resultado] por causa do custo de manutenção, que não são integralmente cobertos pelo repasse do estado – explica o presidente da Arena.

Na tentativa de aumentar as receitas, Sinval Andrade deve se reunir com a direção do Vitória esta semana. A intenção é chegar a um acordo para que o Rubro-Negro baiano mande alguns de seus jogos na principal praça esportiva do estado. Ele garantiu ainda que as questões que envolvem os acionistas do consórcio, OAS e Odebrecht, não têm interferido na gestão do estádio - as duas empresas são investigadas na Operação Lava-Jato da Polícia Federal.

Neste sábado, o estádio volta a receber apresentações musicais. O show de Maria Rita e Marcelo Jeneci terá que obedecer o limite de 70 decibéis após as 22h (estabelecidos para áreas residenciais) e será realizado com o monitoramento da Sucom. Não houve qualquer investimento em isolamento acústico na Arena; apenas um trabalho de reposicionamento do palco e a contratação de uma empresa privada para fazer cumprir a sentença.

Nota Luis Peres @BahiaClub: É uma Parceria PUBLICO NA PRIVADA.