O Bahia venceu o Atlântico por 3 a 0 e, naturalmente, o mais esperado seria acreditar que o Tricolor engoliu o adversário. Não foi bem assim. O Bahia não fez uma partida empolgante, mas, fiel ao seu modo de jogar, soube controlar o jogo para ganhar com tranquilidade de um frágil adversário.
O Bahia não foi intenso, mas organizado ao longo de toda a partida. Embora lento na transição ofensiva, o Tricolor teve calma para trabalhar a bola e soube aproveitar os espaços cedidos pelo Atlântico para marcar os gols. No primeiro, Diego Rosa teve liberdade para colocar a bola na cabeça de Gustavo, melhor fundamento do atacante. No segundo, o mesmo Gustavo aproveitou boa jogada tramada com Zé Rafael para marcar. Não fossem os dois gols e uma bola no travessão de Zé Rafael, o primeiro tempo do Bahia se resumiria a isso.
Os gols do Bahia só foram deixando a partida mais sem graça. O segundo tempo reforçou isso ainda mais. O Tricolor não mostrava grande apetite para marcar mais gols, por outro lado, voltava a mostrar a conhecida competência na defesa e pouco era assustado. Fica claro que, por mais que Guto mude as peças no setor, o time segue firme e com a mesma forma de jogar. No meio da etapa final, Diego Rosa ainda fez mais um.
Embora sem muita importância para o futuro do Bahia, a partida desta noite se mostrou muito válida para Guto observar algumas peças que podem ser utilizadas nesta reta final de Baianão e Copa do Nordeste. Nas laterais, o treinador teve Wellington Silva em noite discreta. O lateral deve substituir Eduardo, expulso no jogo contra o Sergipe, nas semifinais do Nordestão. Na esquerda, com Matheus Reis em bom momento, Guto teve o respaldado Armero voltando ao time após servir a seleção colombiana. Em mais uma oportunidade, o jogador mostrou pouca força ofensiva, porém, não comprometeu defensivamente.
Na zaga, Jackson retornou de lesão, mas só pode ser avaliado por um tempo. Voltou a sentir um desconforto e deixou o jogo no intervalo. Quando esteve em campo, apareceu bem nas bolas aéreas.
O meio talvez tenha sido o local de maior observação do treinador do Bahia. Não fosse por Zé Rafael, Guto teria entrado com um time inteiramente reserva em relação a equipe que enfrentou o Sergipe. Nesta noite, o treinador decidiu utilizar o meia centralizado, na posição de Régis. Uma mudança que dificilmente teria acontecido se Renato Cajá não tivesse rescindido contrato com o clube. Após a saída de Cajá, Guto chegou a testar Diego Rosa na posição, mas o jogador não se destacou.
Zé Rafael não fez uma partida exuberante jogando centralizado e esteve longe de mostrar a desenvoltura das partidas em que atuou aberto nas pontas. O meia até se apresentou bem para o jogo, mas errou na maior parte das jogadas em que teve que dar o passe final para o gol. Suas melhores jogadas foram uma bola no travessão no primeiro tempo e uma finalização que acabou no gol de Gustavo.
Gustavo, por sinal, foi quem melhor aproveitou o jogo desta noite. Além dos dois gols marcados, mostrou um fundamento pouco visto na temporada, a enfiada de bola, e deu opção para os jogadores. Com Hernane em fase nada artilheira, o atacante cresce aos olhos do treinador do Bahia.
Fonte: Globo Esporte