Postado por - Newton Duarte

Os avanços da Medicina esportiva após morte de zagueiro

Serginho Eterno: Medicina esportiva avança após morte de zagueiro

Morte por parada cardiorrespiratória de Serginho em 27 de outumbro de 2004 chocou o futebol brasileiro e fez com que a medicina esportiva 'acordasse' no Brasil

Bebeto Campos se aposentou aos 29 anos com a mesma doença que matou Serginho Serginho realizou exames cardiológicos oito meses antes de morrer no gramado do Morumbi (Foto: Arquivo LANCE!)

A trágica morte do zagueiro Serginho, vítima de uma parada cardiorrespiratória durante o confronto entre São Paulo e São Caetano, em 27 de outubro de 2004, no Morumbi, foi um divisor de águas para a medicina esportiva no Brasil. Daí em diante, os clubes se preocuparam ainda mais com a realização dos exames médicos.

A partir de 2006, a CBF começou a exigir um eletrocardiograma de todos os profissionais no início das temporadas. No caso de suspeita de problema cardíaco, o atleta passou a ser obrigado a fazer uma bateria adicional de testes, como ecocardiograma. Atualmente, cerca de 13 mil jogadores brasileiros têm feito exames periódicos de coração.

Os estádios se tornaram mais bem preparados, com centros clínicos avançados, e bolsas de emergência médica, com a presença de desfibriladores externos automáticos, também foram distribuídas às 209 federações filiadas à Fifa. A associação criou ainda um programa de aquecimento que visa a prevenção de lesões durante as partidas.

Em meio a tantas prevenções, vidas foram salvas no futebol brasileiro. O atacante Fabrício Carvalho, por exemplo, foi afastado em fevereiro de 2005 quando descobriu uma arritmia cardíaca. Ele, que chegou a jogar com Serginho no São Caetano, ficou um longo tempo se tratando antes de voltar a jogar.

Mas, apesar da preocupação redobrada depois da morte do defensor do Azulão, novos casos semelhantes surgiram. De 2004 a 2014, seis mortes por problemas cardíacos foram registradas no Brasil. No mesmo período, o futebol mundial contabilizou mais de 30.

O último caso que mais chamou atenção da imprensa ocorreu na Itália. Aos 25 anos, o meia Piermario Morosini, do Livorno e das seleções de base italiana, morreu em abril de 2012 após um mau súbito durante jogo contra o Pescara.

DOENÇA DE SERGINHO

Serginho sofria de miocardiopatia hipertrófica assimétrica, uma doença que provoca a dilatação do coração.

CASOS FAMOSOS

2003 - O camaronês Marc Vivien Foe morreu durante a semifinal da Copa das Confederações na França, no jogo contra a Colômbia. O jogador de 28 anos sofreu um infarto.

2004 - O húngaro Miklos Feher, de 24 anos, faleceu durante partida entre Benfica (POR) e Vitória de Guimarães (POR). Ele desmaiou no campo após sofrer uma parada cardíaca.

2007 - O espanhol Antonio José Puerta Pérez, do Sevilla (ESP), também morreu após sofrer uma parada cardíaca no campo.

2009 - O espanhol Daniel Jarque, de 29 anos, faleceu no quarto do hotel durante a pré-temporada do Espanyol (ESP). Ele sofreu ataque cardíaco após um treino.

VOLTA POR CIMA

Washington - Reprovado nos exames cardiovasculares quando chegou no Atlético-PR, em 2003, atacante precisou submeter-se a cirurgia de cateterismo. Se recuperou, seguiu a carreira e brilhou por São Paulo e Fluminense.

Bebeto Campos se aposentou aos 29 anos com a mesma doença que matou Serginho

Bebeto Campos se aposentou aos 29 anos com a mesma doença que matou Serginho

Bebeto Campos - Bebeto Campos estava no auge da carreira em 2004 quando recebeu a notícia que mudaria sua vida para sempre. Ele era titular do Paysandu e atuava na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Mas em um exame médico a que todos os seus colegas se submeteram, o volante descobriu, aos 29 anos, que se ele não parasse de jogar, seu coração poderia parar de bater.

Fabrício Carvalho - Afastado em fevereiro de 2005, quando descobriu uma arritmia cardíaca, atacante, na época no São Caetano, ficou longo tempo longe da prática esportiva. Voltou a jogar futebol pelo Goiás.

Éverton Costa (Avatar) - Atacante do Vasco sofreu uma arritmia cardíaca no jogo diante do Resende, em abril de 2014. Em fase de tratamento, ele ainda não voltou a jogar.