Postado por - Newton Duarte

Os fantasmas do Fazendão e outras histórias

Os fantasmas do Fazendão e outras histórias



O Bahia divulgou nesta quarta-feira novo relatório da auditoria realizada no clube. A apuração feita pela empresa Perfomance, referente a apenas uma semana, entre 1º e 9 de julho do ano passado, últimos dias de Marcelo Guimarães Filho na presidência, traz números impressionantes e estarrecedores - de pagamento de adiantamento para intermediário de atleta à obras inexistentes no centro de treinamentos do Tricolor.

O relatório afirma que o Bahia pagou à empresa mineira Nassrala Sports, do agente Anderson Nassrala, a quantia de R$ 46.925 referentes à intermediação na contratação do atacante Potita para o clube baiano. O recibo de pagamento não contém assinatura de nenhum diretor do clube, assim como o documento que comprova um adiantamento para o intermediário do lateral colombiano Angulo, no valor de R$ 36.500. Dois jogadores pouco aproveitados no Bahia e que, com esses adiantamentos, possivelmente "impediram" de pagar salários atrasados de funcionários que, em sua maioria, recebiam menos de mil reais.

O documento ainda traz algo bastante imoral. O ex-presidente do Conselho Deliberativo, Ruy Accioly, em dois dias distintos, recebeu do Bahia um valor total de R$ 7.270, e a descrição do pagamento revela mais uma vez que o clube o tinha como funcionário. De acordo com o estatuto tricolor, o presidente do Conselho não possui cargo executivo, o que o proíbe de ser remunerado. Ruy Accioly não era visto nas dependências do clube, concluindo-se, de acordo com a diretoria, de que era um funcionário "fantasma".

E os seres imaginários também habitaram outras áreas do Bahia. O relatório da Performance indica que, entre novembro de 2012 e junho de 2013, o Bahia pagou R$ 335.500 à empresa Rogério Novaes Santiago ME, referentes a "diversas consultorias". O objeto do contrato era a prestação de serviços de terraplanagem e drenagem no Fazendão, que simplesmente não aconteceram, de acordo com o próprio gerente operacional do centro de treinamentos na época, Claus Dieter. E o pior: as notas fiscais emitidas eram irregulares, já que, de acordo com a Prefeitura de Salvador, as empresas eram obrigadas, a partir de 2010, a emitirem notas fiscais eletrônicas - os documentos registrados pela antiga diretoria foram feitos manualmente.

A atual gestão do Bahia promete divulgar novos documentos através da auditoria feita desde o período da intervenção, mas fica cada vez mais clara a forma amadora e de conduta duvidosa de como o clube vinha sendo gerido. Muitos fantasmas devem voltar a aparecer, e muitas outras histórias surreais devem ser contadas para a tristeza do futebol, da gestão de negócios, da economia e, principalmente, da moral.


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Fonte: Blog Data Serra

Foto: Reprodução