Análise: Os trunfos de cada seleção na repescagem europeia
Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic se cumprimentam no último jogo entre Portugal e Suécia
Os duelos que decidirão as últimas seleções europeias na Copa do Mundo de 2014 estão definidos. E as expectativas aumentam pelas seleções que virão ao Brasil, já que será inevitável a ausência de alguns craques na competição. As atenções se concentram em Suécia x Portugal, em jogo no qual Zlatan Ibrahimovic e Cristiano Ronaldo se enfrentarão pelo direito de serem estrelas no Mundial. Já outro embate que merece destaque acontece entre França e Ucrânia, que se reencontram depois da Eurocopa de 2012.
Presente na última Copa, a Grécia parece ter tirado sorte grande outra vez e carrega o maior favoritismo dos quatro confrontos, pegando a Romênia. Já a Islândia tenta a classificação inédita à Copa contra a Croácia, que vive baixa nos últimos meses e sofreu uma mudança no comando técnico justamente para as partidas decisivas. Os jogos de ida acontecem em 15 de novembro, enquanto a volta está marcada para quatro dias depois – suecos, franceses, romenos e croatas têm o direito de decidir em casa.
Suécia x Portugal
Suecos e portugueses já se enfrentaram 15 vezes, com vantagem para os nórdicos de seis vitórias e três derrotas. Seis desses confrontos foram pelas Eliminatórias da Copa, sempre pela fase de grupos. Porém, os Tugas sempre levaram a melhor. Em 1982, nenhuma das duas seleções foi à Espanha. Já em 1986 e em 2010, a Seleção das Quinas ficou à frente dos escandinavos, que assistiram aos dois Mundiais de casa.
Por que a Suécia pode ir à Copa
Os suecos podem reclamar da (falta de) sorte nas Eliminatórias. Primeiro, caíram no grupo da Alemanha na primeira fase e não tiveram chances de brigar pela liderança. Agora, por pegar o adversário mais temível do Pote 1. Com Zlatan Ibrahimovic no comando, o ataque escandinavo funcionou muito bem na competição, anotando 19 gols em 10 partidas, ajudando o time a conquistar pontos importantes fora de casa. Tendo à disposição Rasmus Elm, Kim Källström e Sebastian Larsson, a equipe de Erik Hamrén é muito forte nas bolas paradas. O problema é que a defesa deixou a desejar – foram 14 gols sofridos, incluindo nove contra os alemães. A lentidão do setor foi prejudicial contra tabelas mais velozes.
Por que Portugal pode ir à Copa
Se Portugal sonha em se classificar para a sua quarta Copa consecutiva, deve apostar suas fichas em Cristiano Ronaldo. O camisa 7 deixou a desejar nas Eliminatórias, ao balançar as redes apenas quatro vezes, mas demonstrou todo o seu poder de destruição na vitória vital sobre a Irlanda do Norte, quando anotou um hat-trick. E é exatamente este brio que faltou aos Tugas para concorrer com a Rússia pela liderança do Grupo F, desperdiçando pontos contra Israel. Se souber aproveitar a velocidade de seus pontas e contar com uma proteção mais bem feita a Pepe e Bruno Alves no miolo de zaga, algo que os volantes não têm feito, a viagem ao Brasil torna-se mais palpável.
Croácia x Islândia
A Copa de 2006 colocou croatas e islandeses no mesmo caminho nas Eliminatórias. E a supremacia da seleção dos Bálcãs foi notável, com duas vitórias folgadas. Niko Kovac, que assumirá o time para esta reta final da repescagem, chegou a marcar dois gols nos duelos. Os croatas terminaram na liderança da chave e foram ao Mundial da Alemanha.
Por que a Croácia pode ir à Copa
Depois de um começo de campanha muito bom, a Croácia despencou no Grupo A. A equipe dos Bálcãs não venceu nenhuma de suas últimas quatro partidas, o que culminou na demissão do técnico Igor Stimac. E o problema foi que o ataque não funcionou, justamente onde se encontram as principais referências dos croatas. Mario Mandzukic é o encarregado dos gols, com o apoio de Niko Kranjcar e regência de Luka Modric. O problema é que a sede de ir ao pote deixou os croatas expostos demais e a limitação dos defensores custou caro. Na derrota para a Bélgica em Zagreb, por exemplo, foram dois gols de contra-ataque de Romelu Lukaku.
Por que a Islândia pode ir à Copa
A grande surpresa das Eliminatórias conta com um elenco muito jovem e bastante qualificado do meio para frente. Aron Gunnarsson, Johann Gudmundsson e Gilfy Sigurdsson dão o equilíbrio e a qualidade dos passes no meio-campo, enquanto Alfred Finnbogason e Kolbeinn Sigthorsson são os principais encarregados dos gols. Todos jogando em grandes ligas europeias, nascidos de 1988 a 1990 e entrosados desde o Europeu Sub-21 de 2011. O quinteto foi responsável por 13 dos 17 gols no Grupo E, ajudando os islandeses a conquistar pontos importantes fora de casa. Em Reykjavík, os nórdicos deixaram a desejar especialmente pelo excesso de gols sofridos, mas a temperatura mínima média de – 0,5 ºC em novembro pode impor dificuldades aos croatas.
Grécia x Romênia
Gregos e romenos são os rivais mais conhecidos desta repescagem. Foram 31 partidas entre as duas seleções, com 17 vitórias da Romênia e seis da Grécia. Porém, os gregos melhoraram seu retrospecto nas últimas duas décadas, com cinco triunfos apenas nos últimos oito jogos. Foram seis encontros pelas Eliminatórias, com os romenos carimbando o passaporte em 1990 e 1970 – quando um empate decisivo na partida em Bucareste garantiu a festa na rodada final.
Por que a Grécia pode ir à Copa
Não espere nada de diferente da seleção grega. O Navio Pirata ainda tem remanescentes do time que tomou de assalto a Euro 2004. E eles continuam sendo protagonistas, como Giorgios Karagounis e Kostas Katsouranis. O time disputou ponto a ponto a liderança do Grupo G com a Bósnia graças à defesa fortíssima, que permaneceu sem sofrer gols em oito dos dez jogos. Em compensação, o ataque estrelado por Dimitris Salpingidis fez o mínimo para avançar – foram somente 12 tentos, sendo que nenhuma vez a equipe balançou as redes mais de duas vezes. No caldeirão do Estádio Karaiskakis, esses predicados se potencializam, onde os gregos não perdem um jogo oficial desde outubro de 2008.
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Por que a Romênia pode ir à Copa
A seleção romena está distante de seus melhores momentos, mas conseguiu se impor na equilibrada disputa pelo segundo lugar do Grupo D, ao lado de Hungria e Turquia. O diferencial da equipe treinada por Victor Piturca foi não desperdiçar pontos contra adversários mais fracos, embora também tenha um triunfo sobre os turcos em Istambul – o que os gabarita a enfrentar de cabeça erguida a pressão na Grécia. Sem um grande destaque individual, quem estrelou o time nas Eliminatórias foi o cumpridor Ciprian Marica, autor de cinco gols. Com metade do time atuando na liga local, o entrosamento de boa parte deles em Dinamo e Steaua Bucareste ajuda bastante, enquanto a defesa segurou as pontas em boa parte dos jogos – exceção somente às goleadas sofridas para a Holanda.
Ucrânia x França
Pelo retrospecto, a Ucrânia tem muito que temer contra a França. Em sete jogos entre as duas equipes, os Bleus estão invictos, com três vitórias e quatro empates. O último jogo aconteceu na Euro 2012, quando os franceses venceram os anfitriões por 2 a 0 em Donetsk, resultado fundamental para o avanço do time de Laurent Blanc às oitavas de final.
Por que a Ucrânia pode ir à Copa
No grupo mais concorrido das Eliminatórias, a Ucrânia ficou a apenas um ponto da classificação direta. O time treinado por Mykhaylo Fomenko desandou a marcar gols contra San Marino, mas nos outros jogos primou pela segurança defensiva. Foi graças à força do setor que os ucranianos sofreram apenas quatro gols em toda campanha, com a meta invicta em sete de seus jogos. A equipe merece atenção pela velocidade na transição e pela qualidade do ataque pelos flancos, com Yevhen Konoplyanka e Andriy Yarmolenko. E o jogo aéreo acaba sendo outro ponto forte dos ucranianos, especialmente nas subidas dos defensores à área.
Por que a França pode ir à Copa
Sem manter boas posições no Ranking da Fifa, a França já teve o ônus de cair na chave da Espanha durante a primeira fase. E, por mais que tenham reclamado do sorteio, os Bleus não deram tanto azar assim. Didier Deschamps parece finalmente deixar para trás os problemas de vestiário que tanto atrapalharam os franceses nos últimos anos e, na reta final rumo ao Brasil, o time tem correspondido em campo. Depois de cinco partidas sem marcar, o ataque anotou 13 gols nos últimos três jogos, com Olivier Giroud e Karim Benzema provando a importância na disputa pela posição. No entanto, o nome do time é mesmo Franck Ribéry, que participou diretamente de 15 dos 24 gols da seleção desde a Euro de 2012. Já o setor defensivo está bem solidificado, com destaque para Paul Pogba e Blaise Matuidi na cabeça de área.
Fonte: Leandro Stein - Trivela
Foto: AP Photo/Niklas Larsson – Reprodução Trivela