Apesar de elogios, diretor do Bahia espera time motivado sem Kleina
Em entrevista ao "Arena", dirigente exalta o treinador, que deixou o clube nesta terça, mas espera uma "resposta" dos jogadores contra o Corinthians
Nesta terça-feira, o Bahia anunciou a saída do técnico Gilson Kleina do comando da equipe. Há oito partidas sem vencer, o Tricolor ocupa a penúltima posição do Brasileirão. O auxiliar Charles Fabian assume até o final desta temporada. Em entrevista ao "Arena SporTV", o diretor de futebol do clube, Pablo Ramos, elogiou o trabalho do treinador, mas afirmou que espera que a mudança traga uma nova motivação para os jogadores reagirem.
- O futebol, a indústria do esporte, por mais que você desenhe da melhor forma possível e coloque dentro da equação todas as variáveis possíveis para que o time seja vencedor, alguma coisa pode dar errado. Existe um adversário do outro lado que pode fazer com que toda a sua preparação, por mais que você entregue toda a estrutura necessária, as coisas podem não acontecer bem. Resolvemos, em comum acordo com nosso treinador, um excelente profissional, que o grupo enaltece a liderança, que sempre teve o melhor relacionamento possível. Mas, nessa altura do campeonato, com apenas 15 pontos a serem disputados, e a situação em que o Bahia se encontra e toda a estrutura foi dada. Infelizmente, por mais que a gente tenha uma regra que a ciência está à frente de outras coisas, precisamos inserir outros elementos, elementos novos, para que a gente consiga reverter essa situação. Se vocês fizerem uma análise, nos últimos anos no futebol brasileiro, todas as vezes que existe uma substituição, um elemento novo no processo, nas primeiras partidas, pelo menos, existe uma resposta dentro de campo. Não é porque as coisas estavam sendo feitas de forma errada, mas você consegue remotivar os jogadores que não estavam sendo escalados e você consegue motivar quem poderia achar que tinha cadeira cativa. Cabe à diretoria do Bahia não ser omissa, precisamos tentar de tudo, de forma lícita, para que a gente saia dessa situação nesse momento - disse Pablo Ramos.
Pablo Ramos, diretor de futebol do Bahia, espera time mais motivado contra o Corinthians (Foto: Lucas Leal)
O dirigente ainda defendeu a atual gestão do clube, do presidente Fernando Schmidt. Pablo Ramos declarou que o clube planeja a reestruturação das suas dívidas, para atrair mais recursos, principalmente para as divisões de base.
- O Bahia vinha sendo vilipendiado nas últimas três décadas. Depois do início da década de 90, quando a gente chegou a ser terceiro lugar, o Bahia foi esquecido ao longo dos últimos 30 anos. A nossa gestão tem apenas um ano e dois meses. Do ponto de vista técnico, temos a certeza de que a estutrutra também faz gol. O processo muito bem definido, mapeado. Nada é mais desesperador para a gente, depois de brigas internas, ter um descenso. Futebol se faz de uma forma estruturada. Eu acredito muito nisso. Fizemos uma reestrutura da dívida gigantesca. E vamos poder tirar as certidões e fazer negociações com o poder público. Fizemos um projeto para a nossa base e não pudemos captar porque não temos as certidões. Mas não temos as certidões por causa desta gestão. O Bahia tem uma marca de seis milhões de torcedores, mas precisamos de um tempo. Não podemos sair do primeiro degrau para o décimo. Infelizmente, o mais importante é que, a cada dia que passa, o seu processo de melhoria seja contínuo e você não volte para o estado em que estava anteriormente. O Bahia está se fortalecendo diaramente, não tenho dúvidas em relação a isso. Do ponto de vista estrutural, captação de receitas, conseguimos o título de clube formador, que é importantíssimo para que, no médio e longo prazo, o Bahia volte a figurar entre os grandes clubes do futebol brasileiro.
O Bahia volta a campo no próximo domingo, para enfrentar o Corinthians, na Arena Fonte Nova, às 17h (de Brasília).
