Postado por - Newton Duarte

Pastana explica (novamente) polêmicas e processo por improbidade

Dirigente tricolor é acusado de utilizar verba pública de maneira irregular na época em que trabalhava no Grêmio Barueri. Pastana também foi xingado por Marcos Assunção

Os assuntos relacionados ao futebol dividiram espaço com as polêmicas durante a apresentação de Rodrigo Pastana como novo diretor de futebol do Bahia. Na primeira entrevista como funcionário do clube baiano, nesta quarta-feira, o dirigente precisou explicar o processo que responde por improbidade administrativa em ação proposta pelo Ministério Público de São Paulo (MP/SP), que aponta indício de uso de verba pública de maneira irregular, principalmente, para o pagamento de salário de jogadores do clube paulista.

Pastana foi apresentado por Schmidt e precisou falar sobre as polêmicas que acumula (Foto: Divulgação/EC Bahia)

- O processo é de improbidade. Eu nem deveria estar no processo. Não sou funcionário público. Paralelamente ao Grêmio Barueri, foi criada a empresa Grêmio Talentos, que detinha os ativos do clube e emprestava nota para imagens de atletas. A gente tirava os lucros através da Grêmio Talentos. Só quando vendia jogadores. Nunca teve o objetivo de agenciar atletas. Éramos seis sócios diretores. O objetivo na época era que os sócios e todos os diretores recebessem algo a mais pelo sacrifício de mudança de vida. Todos recebiam a divisão de lucros no fim do ano. O processo se deu em 2006 por um erro jurídico da prefeitura. Em um convênio. Tínhamos que fornecer notas para atletas que não tinham empresa aberta. Ninguém nunca agenciou atletas. Quando o Grêmio foi vendido, todo o maquinário e direitos dos atletas ficaram com a Grêmio Talentos – explicou Pastana na noite da última quarta-feira.

A denúncia é da época em que o dirigente trabalhava no Grêmio Barueri. Além do novo diretor de futebol do Bahia, outros cinco sócios do clube paulista, incluindo o pai de Pastana, Walter Jorquera Sanches, que foi secretário de Esporte de Barueri, respondem ao processo.

Polêmicas com jogadores

O diretor tricolor também falou sobre os problemas de relacionamento com jogadores da época em que trabalhava no Figueirense. O volante Marcos Assunção, que atuou pelo clube catarinense neste ano, xingou o cartola em uma rede social ao deixar o Alvinegro. 

- Não foi pelo Guto (Ferreira) que saí, mas sim porque não consigo conviver com o safado do Rodrigo Pastana – declarou o jogador na ocasião. 

Sobre a ofensa, Pastana afirmou:

- Muitas coisas foram faladas sobre isso. Acho que já trabalhei com mais de 500 atletas nesses seis anos de futebol profissional. Nunca tive problema com nenhum atleta. O próprio Marcos, entendo o desabafo, mas não tivemos problemas. Quem conviveu conosco sabe disso. O Marcos, quando estava em 2009, no Al Shabab, tentou voltar e foi renegado. O único clube que o abraçou foi o Grêmio Barueri. Eu estava lá. Não tenho nada contra ele. Ótimo profissional. Julgamos que ele não deveria continuar no Figueirense e ponto final. Quanto ao tratamento disciplinar, é natural a conversa no dia a dia. Afastamento só prejudica ao clube. Tem que ver o caso, o motivo. Cada caso é visto de uma forma. Acho que a única indisciplina que não pode ter é quebra de hierarquia. Principalmente com o treinador - encerrou Pastana.

No Figueirense, o diretor vivia um momento conturbado. Apesar da boa relação com o presidente do clube, Wilfredo Brillinger, ele tinha na desconfiança da torcida um dos principais fatores de pressão para deixar o clube catarinense. A lanterna do Brasileirão e a eliminação na Copa do Brasil tornaram o clima no clube de Santa Catarina ainda pior.

Logo após a queda do Figueirense na Copa do Brasil, em disputa de penalidades diante do Bragantino, Rodrigo Pastana, junto com Cleber Gigilio, outro integrante do departamento de futebol do Figueira, foram cobrados pelo presidente Wilfredo Brillinger. Além disso, a maneira como o treinador Vinícius Eutrópio, técnico do acesso à Série A e também do título do Catarinense, deixou o time no dia 30 de abril, por divergências com Pastana, deixou uma má impressão ao torcedor que mantinha boa relação com o então comandante da equipe.

Na última semana, o ex-vice-presidente, Rodrigo Passoni, em sua renúncia do Figueira, criticou a postura de Pastana ao considerar que o dirigente acumulava poderes dentro do clube. Em resposta, Pastana o chamou de "covarde". 

Origem : Ge.com