Pedro Henriques comenta postura de contratações do clube para esta temporada, mudanças na Copa do Nordeste e novos benefícios para torcida
Até aqui, 14 jogadores foram contratados pelo Bahia. Neste grupo, muitos se tornaram titulares inquestionáveis no time do técnico Doriva, a exemplo de Lucas Fonseca, Danilo Pires, Edigar Junio e Hernane. Contudo, o tiro certeiro nas contratações deste ano não foi por acaso. A postura foi resultado da frustrada campanha da Série B do ano passado, quando o Tricolor fez um campeonato regular, mas, na reta final, viu quase todo o time cair de rendimento e, sem muitas peças de reposição, perdeu a chance de chegar à Primeira Divisão.
A dois dias da estreia na Série B do Campeonato Brasileiro, contra o Avaí, o vice-presidente do Bahia, Pedro Henriques, falou sobre a postura diferente do clube nas contratações deste ano.
- O erro foi o resultado. Nós não tivemos sucesso. Estávamos muito empolgados no início da Série B com a bela campanha que nós fizemos. Tivemos um resultado satisfatório no primeiro semestre. Chegamos às finais das duas competições que disputamos. E, efetivamente, começamos uma Série B muito bem. Não reforçamos o time como precisávamos ter reforçado e acabamos tendo um declínio técnico, que resultou no não acesso. Neste ano, a gente já vem acompanhando de muito perto o desempenho de todos os atletas. Estamos bem juntos da comissão técnica para acompanharmos de perto e identificarmos qualquer problema, qualquer carência, para resolver na melhor velocidade possível - afirma Pedro Henriques.
Segundo ele, o objetivo do Bahia não é fazer muitas contratações, mas trazer nomes pontuais, que cheguem para dar uma resposta rápida e que tenham um currículo vitorioso.
- Nós queremos sempre trazer jogadores de qualidade. A nossa torcida sempre pedia por meias. Nós trouxemos agora um meia de grande qualidade, que é o Renato Cajá. Também se falava muito da nossa defesa, apesar de que nos últimos jogos a nossa defesa foi muito pouco vazada. O principal é que a gente tenha a tranquilidade de trazer jogadores não apenas por uma resposta de contratação, mas aqueles jogadores que a gente acredita que vão vir a resolver, seja meia, volante, atacante. Nós queremos trazer jogadores de qualidade. Não em grande quantidade. Como Doriva disse, trazer de forma pontual, que a gente tenha convicção.
O meia Renato Cajá, o zagueiro Jackson e o atacante Thiago Ribeiro são citados por Henriques como alguns desses jogadores pontuais trazidos pelo Bahia.
- O Cajá, a gente espera que seja uma liderança técnica, até pelo campeonato que ele fez no ano passado, pela Ponte Preta. Na minha opinião, foi o melhor jogador do Campeonato Brasileiro. Não à toa, estava sendo cobiçado por outros clubes. A liderança é muito específica da personalidade de cada atleta. O que a gente pode fazer é analisar personalidade e tecnicamente como os jogadores podem contribuir. Sem dúvida, essas últimas contratações, elas mostram o parâmetro que o Bahia vem adotando, de trazer jogadores que possam fazer uma grande diferença para a gente dentro das quatro linhas, com vitórias na carreira. O Jackson, por exemplo, ano passado foi campeão da Copa do Brasil. O Thiago Ribeiro tem uma carreira vitoriosa, e o Cajá é um jogador de uma posição rara. É um jogador diferente. A gente não encontra em muitos times do Brasil. A gente está tentando buscar jogadores com uma qualidade mais reconhecida. A margem de erro de contratação sempre pode existir. A gente pode trazer os melhores jogadores e eles não se adaptarem, não darem certo. Mas a gente tem sempre que buscar jogadores que nos deem esse respaldo para que a gente possa fazer o investimento.
MUDANÇAS NA COPA DO NORDESTE
Pedro Henriques comentou também possíveis modificações na Copa do Nordeste para 2017. Algumas federações encabeçam um movimento que pretende diminuir o número de participantes e mudar a forma de acesso à competição. Segundo o vice-presidente do Bahia, o clube tem como preocupação criar formas que resultem no aumento do público na competição.
- O Bahia entende que as competições precisam ser sempre melhores, mais valorizadas e ter resultados positivos para todos, para os clubes, torcida, a TV que patrocina. Nesse ano, a Copa do Nordeste teve alguns públicos muito pequenos, similares aos estaduais, que a gente sabe que não são, infelizmente, referência de público no estádio. O Bahia acha importante nós termos uma mudança nesse sentido. Isso vem sendo discutido internamente. Uma coisa que o Bahia vai sempre discutir é a legalidade. A Copa do Nordeste, em 2017, deve ser disputada de acordo com as normas estabelecidas nesse ano. Não vai ter nada que mudar, canetada, nem virada de mesa. Isso é uma coisa que o Esporte Clube Bahia jamais vai defender. Mas nós temos que rediscutir, reavaliar a quantidade de público, formato, para que fique uma competição mais interessante e possa fazer com que todos saiam ganhando.
BENEFÍCIOS PARA TORCIDA
Henriques falou ainda sobre novos benefícios para os torcedores tricolores nos jogos na Arena Fonte Nova. A última ação do clube, em parceria com a Arena Fonte Nova, foi a gratuidade para crianças de até 12 anos, mediante comprovação. Antes, somente crianças até seis anos entravam sem pagar.
- A gente tenta melhorar a relação do torcedor no estádio. A gente vem conversando frequentemente com a Arena. A Arena não é do Bahia. A gente tem um contrato com a Arena Fonte Nova. A gente tenta resolver as coisas conjuntamente, não é simples. A Arena é uma parceria público-privada, tem muitas empreiteiras envolvidas, o próprio Governo do Estado. Diante de todos esses fatos, a gente já vinha conversando para tentar trazer mais benefícios para o torcedor, para ele se sentir mais à vontade, confortável em nos apoiar. Nós conversamos sobre a questão da gratuidade das crianças, que é um ponto fundamental. A Arena cedeu nesse aspecto e em parceria conosco permitiu o acesso das crianças até 12 anos. Vamos fazer uma nova promoção para sócios, com acesso garantido. O nosso intuito é ter um estádio cheio. E vem mais coisas boas aí, sim. É porque nós não podemos anunciar tudo de vez, porque temos que ver o sistema da Arena Fonte Nova. O que a gente quer é trazer o torcedor para dentro do estádio - afirma Henriques.
Henriques conta que uma das ações pensadas pelo Bahia é mudar de lugar o setor Super Norte, que é o mais barato e deixar a torcida mais perto do campo.
- Todo mundo fala que os ingressos são caros, mas a gente tem uma avaliação boa dos preços. O que efetivamente acontece é que os ingressos do Super Norte é de um lugar bastante longe. Não é o lugar mais agradável de assistir ao jogo. A gente tem conversado com a Arena também para mudar esse setor de lugar, colocar em um lugar mais próximo do campo, que a torcida possa se sentir mais confortável e continuar pagando um preço mais barato. Isso deve acontecer também, mas vai depender de negociações. Com certeza, vai melhorar e eu acredito que vai trazer mais torcedores para o estádio também.
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Fonte: Ge.com