Postado por - Newton Duarte

'Poder político e muita cobiça'

'Poder político e muita cobiça'

Assim é o Campeonato Brasileiro

Os dois clubes mais ricos do futebol brasileiro ficarão ainda mais ricos a partir de 1º de janeiro de 2016. Os contratos de transmissão dos jogos de Corinthians e Flamengo com a Rede Globo no Brasileirão valem hoje R$ 120 milhões por ano. Valerão R$ 170 milhões.

Essa conta não inclui o pay-per-view, modalidade em que corintianos e rubro-negros também são campeões.

Não há nenhum problema em Corinthians e Flamengo arrecadarem tanto. O que salta aos olhos é como a distância aumenta a cada renovação contratual, entre os donos das duas maiores torcidas e os demais clubes do Brasileirão.

Hoje, Palmeiras e Vasco arrecadam R$ 80 milhões, R$ 40 milhões de TV a menos do que Corinthians e Flamengo. A partir de 2016, a distância vai subir para R$ 70 milhões. Atlético-MG, Cruzeiro, Inter, Grêmio, Fluminense e Botafogo recebem R$ 45 milhões por ano. Vão ganhar R$ 60 milhões. Significa que receberão R$ 110 milhões a menos do que os gigantes.

Desde a última renovação do contrato, há dois anos, discute-se o risco de haver desequilíbrio semelhante ao da Espanha, onde Real Madrid e Barcelona revezam-se como campeão e vice há nove temporadas. Isso não está acontecendo no Brasil. O Cruzeiro, virtual campeão, pode quebrar a longa hegemonia Rio-SP.

O risco é menor no Brasil do que na Espanha porque aqui há 12 clubes com a ambição do título. Mas o perigo existe e conviver com esse risco só será justo se existir também a chance de equiparar o Brasileirão ao Espanhol em outras coisas.

Estádios lotados, altos índices de audiência, gente falando da disputa em todos os bares, ruas e restaurantes. Um campeonato onde a TV dá R$ 1 bilhão, e dará R$ 1,6 bilhão para os clubes, precisa empolgar.

Até 2009, Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco ganhavam R$ 25 milhões por ano, cada um. Aquele Brasileirão teve o Flamengo campeão e a melhor média de público nos estádios desde 1987, na Copa União.

Confira também:

Liga dos Campeões - Classificação – Tabela e Regulamento

Tabela interativa da Série A com atualização online

Na época, a Globo gastava R$ 150 milhões por ano. Em 2016, gastará dez vezes mais.

Mas a audiência dos jogos não cresce, e os estádios têm média de público 27% inferior a quatro anos atrás. Por que pagar mais por um campeonato que vale menos?

Junte tudo isso à discussão da semana, sobre o calendário.

A lógica dos jogadores de tornar o calendário mais racional e melhorar a qualidade das partidas deveria agradar a quem vende o espetáculo televisivo.

No final da semana, a Globo admitiu a hipótese da mudança do calendário, mas só a partir de 2015. Sem aliado econômico na batalha, os jogadores ganham amigos políticos. O presidente da Federação do Rio, Rubens Lopes, promete iniciar seu Estadual dez dias mais tarde. Seu objetivo é óbvio: deixar Marco Polo Del Nero como único vilão.

O abismo:

1. Flamengo e Corinthians - De R$ 110 milhões/ano para R$ 170 milhões/ano

2. São Paulo - De R$ 80 milhões/ano para R$ 110 milhões/ano

3. Vasco e Palmeiras - De R$ 70 milhões/ano para R$ 100 milhões/ano

4. Santos - De R$ 60 milhões/ano para R$ 80 milhões/ano

5. Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Fluminense e Botafogo - De R$ 45 milhões/ano para R$ 60 milhões/ano.

6. Outros integrantes da Série A - De R$ 27 milhões para R$ 35 milhões/ano


Nota UTB - Coincidentemente, ao fundo, vemos a imagem de uma famosa LAVANDERIA. Tudo a ver com os interesses e recursos "investidos" no futebol, além do grande "interesse" de muitos em administrar "seus" clubes do "coração".

Da mídia não precisa falar. A sanha por poder e dinheiro é interminável.

Luis Peres - (Falando por si)


PVC - Pobre futebol rico/Folha e ESPN