Postado por - Newton Duarte

Pois é... Presidente do TJD-BA decide manter partidas entre Juazeirense e Vitória

STJD havia suspendido os jogos entre os dois times na última quinta, após acatar parcialmente mandado de garantia feito pelo Bahia sobre polêmica com Victor Ramos

O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), Pedro Paulo Casali, deu parecer favorável à realização das partidas entre Vitória e Juazeirense, pelas semifinais do Campeonato Baiano. Na última quinta-feira, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) havia suspendido os jogosapós acatar parcialmentemandado de garantia feito pelo Bahiaacerca dapolêmica em torno da escalação do zagueiro Victor Ramosna partida entre Vitória e Flamengo de Guanambi, realizada no dia 26 de março, pelas quartas de final do estadual. Na decisão divulgada na quinta-feira, o presidente do STJD, Caio César Rocha, apontou indícios de que normas da Fifa foram burladas na negociação que levou Victor Ramos ao Rubro-Negro e deixou a cargo de Casali a decisão final sobre a manutenção da suspensão das partidas.

No texto divulgado nesta sexta, que tem a data da última quinta-feira, Casali lembra que a Procuradoria do TJD-BA decidiu pelo arquivamento da denúncia feita pelo Flamengo de Guanambi. O presidente diz ainda que a manutenção das partidas pode ser revertida pelo STJD.

- Posto isto, fica determinado pelo TJDF/BA a continuação do certame, estando mantidas as partidas do dia "10.04.2016 e do dia 21.04.2016 Juazeirense e Vitória, ratificando a decisão anteriormente tomada de não suspensão do campeonato (Proc. nO46/2016) e arquivamento da Notícia de Infração Disciplinar (Proc. 45/2016), salvo decisão em contrário do STJD, (já que a decisão cautelar determinava suspensão de jogos até julgamento da lide pelo TJDF baiano perdeu o objeto) - diz o texto.

Confira aqui a íntegra da decisão de Pedro Paulo Casali

Em contato com o GloboEsporte.com, o diretor do Flamengo de Guanambi, Thiago Dantas, afirmou que o clube pretende ingressar com denúncia no STJD ainda na tarde desta sexta-feira. O presidente do Vitória, Raimundo Viana, afirmou que o clube segue sua preparação normal para o jogo de domingo e que, em momento algum, temeu pela não realização do duelo.

- Confiamos na justiça, confiamos na boa fé do Vitória. O Vitória não fez nada escondido, jamais gostaria de viver toda essa turbulência. A gente está tranquilo, respeitando sempre a justiça. A estrutura administrativa do clube é muito segura. Nunca tivemos nenhuma preocupação. Nossa preocupação é com a requalificação do gramado, do centro de treinamentos. A gente está gastando, e muito, com a requalificação do sistema de irrigação, com a estrutura da base, campos de treinamento, essas coisas que fazem a bola entrar. A bola não entra por acaso - respondeu o dirigente ao GloboEsporte.com.

Por telefone, a secretária do presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ednaldo Rodrigues,  afirmou que ele só poderia conversar com a reportagem no meio da tarde. O diretor-jurídico do Bahia, Vitor Ferraz, por sua vez, criticou a decisão de Casali, a qual considerou uma "afronta" ao que determinou o STJD.

- Me causa estranheza, estou pasmo, que o presidente o Tribunal de Justiça local dê uma decisão contrariando o presidente do STJD, em afronta à decisão do presidente do STJD, uma decisão que juridicamente não tem nem enquadramento. Se ele arquivou, não é ele o responsável por determinar remarcação de jogos. Vai de encontro ao que foi definido pelo presidente do STJD. É assustador e apresenta uma subversão das hierarquias previstas nas normas desportivas - disse ao GloboEsporte.com.

RESUMO DO CASO

A polêmica em torno do zagueiro Victor Ramos teve início no dia 26 de março, quando Flamengo de Guanambi e Vitória se enfrentaram pelas quartas de final do Campeonato Baiano. Durante a partida, surgiu a denúncia de que a escalação do zagueiro estaria em contradição com o parágrafo terceiro do artigo 20 do estadual. O texto diz que, em caso de transferência internacional, o atleta tem que ter o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até o dia 16 de março. Victor Ramos, que pertence ao Monterrey, do México, teve o nome publicado no dia 18 de março. O Vitória, no entanto, alega que a negociação foi nacional. O argumento do Leão é que, após o fim do empréstimo de Victor Ramos ao Palmeiras, em dezembro do ano passado, o ITC não saiu do Brasil. A Federação Bahiana de Futebol (FBF) tem a mesma a visãosobre o caso. A CBF, por meio do diretor de registro, Reynaldo Buzzoni concordou com o caráter nacional, uma vez que o Monterrey deu uma autorização para a entidade brasileira fazer uma transferência direta do Palmeiras para o Vitória

Na última terça-feira, o Bahia entrou com um mandado de garantia no Superior Tribunal de Justiça Desportiva(STJD) para pedir a paralisação do Campeonato Baiano até a resolução do caso e para que o diretor de registro e transferência da CBF corrija a informação prestada sobre a transferência do zagueiro Victor Ramos. 

No Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), o Flamengo de Guanambi entrou com denúnciasobre a situação do zagueiro, mas a ação foi arquivada pelo Sub-Procurador Hélio Santos Menezes. Nesta quinta-feira, o auditor presidente do TJD-BA, Pedro Paulo Casali, decidiu não acatar o pedido do Beija-Flor do Sertão de paralisar o estadual. No fim desta tarde, o Procurador Geral Substituto, Ruy João Ribeiro Gonçalves Júnior, decidiu manter o arquivamento por entender que o TJD-BA não tem competência para julgar atos da CBF. Também no fim da tarde, foi divulgada a decisão do presidente do STJD, que determinava a suspensão das partidas e deixava a cargo de Pedro Casali a definição sobre o caso.