Postado por - Newton Duarte

Polícia prende sete pessoas em operação contra apostadores

Ação em SP, RJ e CE mira quadrilha de origem asiática acusada de manipular resultados de futebol em divisões inferiores; apostas eram feitas pela internet

Carlos Luna, goleiro detido por suspeita de manipulação de resultados (Foto: Leonardo Lourenço) Delegacia da Policia Civil de São Paulo
(Foto: Leonardo Lourenço)

A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira sete pessoas, em operação para desmantelar uma quadrilha de apostadores que manipulava resultados de partidas de futebol. No total, são dez mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão, em investigação comandada pelo Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva).

A Operação Game Over tem alvos em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. As prisões foram efetuadas na capital paulista, em São José do Rio (SP) e Bauru (SP). Em Maracanaú (CE), um empresário foi levado para a Divisão de Homicídios de Fortaleza e será encaminhado para São Paulo.

Carlos Luna, goleiro que atuou pelo América-SP em 2015 e atualmente está sem clube, é acusado de aliciar jogadores. Preso em Rio Preto nesta quarta-feira, ele negou ter recebido dinheiro e disse não ter ligação com o suposto esquema.

Os suspeitos atuavam, principalmente, em jogos de divisões inferiores, como as Séries A-2 e A-3 do Paulista. No começo do ano, jogadores do Barueri denunciaram um esquema para que o time fosse derrotado pelo Rio Preto na terceira divisão de São Paulo.

A investigação durou nove meses e apurou que o placar era manipulado para beneficiar apostadores asiáticos, que faziam apostas pela internet. A propina para pagar os técnicos e jogadores vinha de bolsas de apostas da Indonésia, Malásia e China. Nenhum dos acusados é estrangeiro.

Carlos Luna, goleiro detido por suspeita de manipulação de resultados (Foto: Leonardo Lourenço)Carlos Luna, goleiro detido por suspeita de manipulação de resultados (Foto: Leonardo Lourenço)

O esquema era chefiado por um agenciador carioca e um ex-jogador de futebol que atuou na Indonésia. Em São Paulo, a Polícia Civil realizava escutas telefônicas desde outubro do ano passado, pelo menos, quando instaurou inquérito sigiloso para investigar as denúncias.

A Federação Paulista de Futebol se manifestou através de nota oficial a respeito da Operação Game Over, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (6). Veja abaixo:

A Federação Paulista de Futebol vê a Operação Game Over, deflagrada nesta quarta-feira (6), como um importante passo para o combate à prática de manipulação de resultados no futebol.

A FPF informa que todas as denúncias ou suspeitas a que tivemos acesso sempre foram prontamente encaminhadas ao Ministério Público e contribuíram para esta investigação.

Lembramos que a FPF já vem tomando medidas de combate a estes delitos: criou o Comitê de Integridade, que apura suspeitas e atua de forma colaborativa com as autoridades competentes a fim de identificar supostas ilegalidades em partidas.

Além disso, contratamos a empresa suíça SportRadar, especializada em monitorar resultados suspeitos e possíveis manipulações de resultados.

Desta maneira, vamos continuar atuando no combate à manipulação de resultados, modalidade criminosa que acomete o futebol mundial.

Fonte: Ge.com