Ação em SP, RJ e CE mira quadrilha de origem asiática acusada de manipular resultados de futebol em divisões inferiores; apostas eram feitas pela internet
![Carlos Luna, goleiro detido por suspeita de manipulação de resultados (Foto: Leonardo Lourenço)](https://torcidabahiacom.imgix.net/2016/07/policia-civil-apostas-futebol-02.jpg?crop=entropy%2Cbottom&fit=clip&fm=jpg&h=&ixlib=php-3.1.0&w=860)
(Foto: Leonardo Lourenço)
A Polícia Civil prendeu na manhã desta quarta-feira sete pessoas, em operação para desmantelar uma quadrilha de apostadores que manipulava resultados de partidas de futebol. No total, são dez mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão, em investigação comandada pelo Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva).
A Operação Game Over tem alvos em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. As prisões foram efetuadas na capital paulista, em São José do Rio (SP) e Bauru (SP). Em Maracanaú (CE), um empresário foi levado para a Divisão de Homicídios de Fortaleza e será encaminhado para São Paulo.
Carlos Luna, goleiro que atuou pelo América-SP em 2015 e atualmente está sem clube, é acusado de aliciar jogadores. Preso em Rio Preto nesta quarta-feira, ele negou ter recebido dinheiro e disse não ter ligação com o suposto esquema.
Os suspeitos atuavam, principalmente, em jogos de divisões inferiores, como as Séries A-2 e A-3 do Paulista. No começo do ano, jogadores do Barueri denunciaram um esquema para que o time fosse derrotado pelo Rio Preto na terceira divisão de São Paulo.
A investigação durou nove meses e apurou que o placar era manipulado para beneficiar apostadores asiáticos, que faziam apostas pela internet. A propina para pagar os técnicos e jogadores vinha de bolsas de apostas da Indonésia, Malásia e China. Nenhum dos acusados é estrangeiro.
![Carlos Luna, goleiro detido por suspeita de manipulação de resultados (Foto: Leonardo Lourenço)](https://cms.torcidabahia.com/wp-content/uploads/2016/07/policia-civil-apostas-futebol-02.jpg)
O esquema era chefiado por um agenciador carioca e um ex-jogador de futebol que atuou na Indonésia. Em São Paulo, a Polícia Civil realizava escutas telefônicas desde outubro do ano passado, pelo menos, quando instaurou inquérito sigiloso para investigar as denúncias.
A Federação Paulista de Futebol se manifestou através de nota oficial a respeito da Operação Game Over, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (6). Veja abaixo:
A Federação Paulista de Futebol vê a Operação Game Over, deflagrada nesta quarta-feira (6), como um importante passo para o combate à prática de manipulação de resultados no futebol.
A FPF informa que todas as denúncias ou suspeitas a que tivemos acesso sempre foram prontamente encaminhadas ao Ministério Público e contribuíram para esta investigação.
Lembramos que a FPF já vem tomando medidas de combate a estes delitos: criou o Comitê de Integridade, que apura suspeitas e atua de forma colaborativa com as autoridades competentes a fim de identificar supostas ilegalidades em partidas.
Além disso, contratamos a empresa suíça SportRadar, especializada em monitorar resultados suspeitos e possíveis manipulações de resultados.
Desta maneira, vamos continuar atuando no combate à manipulação de resultados, modalidade criminosa que acomete o futebol mundial.
Fonte: Ge.com