Postado por - Newton Duarte

'Por mais Taliscas e menos Lincolns'

'Por mais Taliscas e menos Lincolns'

Como não poderia deixar de ser, gostaria de começar agradecendo ao amigo Luis Peres pelo espaço cedido tão gentilmente para falarmos do tricolor. E depois de uma atuação irretocável de Anderson Talisca, não poderíamos falar de outro assunto: divisão de base.

Jogar mal tem virado rotina. O Bahia de Marquinhos Santos, por incrível que pareça, ainda não convenceu, apesar dos 7 triunfos em 13 jogos na temporada. E não resta dúvida que o problema da equipe tem relação direta com os critérios e escolhas do treinador. Segundo ele, tudo é pautado na coerência. Talvez, essa tal coerência exista apenas no mundinho que ele criou - no qual Fahel é o governador e Lincoln o prefeito. 

O treinador do Bahia tem uma tática engana-besta interessante: A cada jogo escolhe um ou dois da base e leva para o banco de reservas. Na partida contra Jacuipense, Gabriel Ramos figurou entre os suplentes; Hoje, contra o Conquista, Jeam viajou e compôs o banco. No fim das contas, Uelliton, Emanuel Biancucchi e Demerson foram os escolhidos pra entrar no jogo da Fonte Nova e Diego Felipe, Pittoni e Branquinho em Conquista. O que quero dizer com isso: Lança todo mundo, mas não aproveita nenhum dos garotos.

O triunfo do Bahia no Lomanto Júnior é um recado ao professor Marquinhos Santos e a direção do Esporte Clube Bahia. A base do clube merece respeito e valorização. Sem enrolações, sem fazer dos garotos meros figurantes. Anderson Talisca é a prova viva de que talento, confiança e, sobretudo, sequência andam lado a lado. É impossível pensar em qualquer tipo de avanço sem inserir a divisão de base no planejamento.

Durante a semana, foi noticiado o absurdo “rebaixamento” de Ítalo Melo e Nadson para um tal G2, grupo que já conta com as presenças de Jussandro, Lenine, Rafael. Jogadores com potencial, que sequer tiveram chances pra mostrar o seu valor, foram colocados pra treinar em separado. Não vou citar caso por caso pra não ser humilhante pra quem o fez, mas, por alto, Lenine coloca Fahel no bolso e ainda devolve troco. Em paralelo, Erick come a bola na Série A2 do Paulista e Feijão permanece jogado às moscas no Flamengo. Que tipo de tratamento é esse? Que tipo de trabalho é esse? Para que serve a base no Bahia?

Marcão veio com status de solução para a camisa 9. Lincoln como solução para a camisa 10. Jogadores sem a menor condição de vestir a camisa do Bahia tratados como reis da cocada preta. Jogadores que ao final de seus respectivos contratos não trarão benefícios nenhum ao clube. Muito pelo contrário. Há, claramente, uma inversão de valores que precisa ser revista urgente. A solução a curto, médio e longo prazo está na base. Nomes como Gabriel Ramos, Jeam, Paulo Henrique, Lourival vêm aí. E o tratamento precisa ser diferente. Parafraseando o amigo Tiago, “por um Bahia com mais Taliscas e menos Lincolns”.

Sobre o jogo, não há mais o que dizer. O Bahia se resume em futebol sofrível e dependência da bola parada e talento de Talisca, o dono do time. Aquele que era vaiado, chamado de fraco. O mascarado. É ele quem, até aqui, segura o técnico no cargo com seus gols em cobranças de falta. Portanto, é hora de clube e torcida abraçarem os atletas formados aqui. O futuro do Bahia está nos pés de cada um deles. Mais vale um Anderson Mello, um Nadson, um Erick, um Madson e tantos outros no time, do que um Lincoln enganando. Fecha a conta e passa a régua (lá em Marquinhos).

Saudações Tricolores

Diego Costa

Diego Costa - @sigakotisha - é colaborador da União Tricolor Bahia