Postado por - Newton Duarte

Precisão Suíça ultrapassa a linha do Equador: Raio-X e Melhores Momentos

Equador desarma "ferrolho", mas cede virada à Suíça nos acréscimos

Em sua estreia na Copa do Mundo de 2014, o Equador mostrou-se eficiente ofensivamente ao superar o “ferrolho” da Suíça, com um gol marcado pelo jovem Enner Valencia. Porém, no segundo tempo, os sul-americanos sucumbiram ao habilidoso setor de articulação adversário e sofreram a virada por 2 a 1. O gol do triunfo europeu veio nos acréscimos, em contragolpe mortal arquitetado por Rodríguez e concluído por Seferovic, que saiu do banco de reservas.

Os alvirrubros voltam a campo na sexta-feira, às 16 horas (de Brasília), diante da França. O palco do duelo será a Arena Fonte Nova, em Salvador-BA. Por sua vez, La Tri terá Honduras pela frente, no mesmo dia, mas às 19 horas, na Arena da Baixada, em Curitiba-PR.

O jogo –  Nos primeiros minutos, a Suíça tentou explorar o lado esquerdo da defesa equatoriana, onde atua o camisa 10 Walter Ayoví. O fôlego de Lichtsteiner superou o lateral-esquerdo tricolor e deu origem a boas chances. Com 15 jogados, Shaqiri foi acionado no meio-campo, chamou para a perna esquerda e exigiu defesa de Domínguez. Dois minutos mais tarde, no setor oposto, Rodríguez arriscou de longe e viu o arqueiro adversário espalmar para escanteio.

Porém, antes “ponto fraco”, Ayoví foi determinante para o gol do Equador, aos 22 minutos. Após falta de Lichtsteiner no veloz atacante Montero na ponta esquerda, o camisa 10 cruzou na medida para o jovem Enner Valencia testar firme, pro chão, sem dar chances para Benaglio.

Escudo Equador

Enner Valencia subiu com liberdade e aproveitou o cruzamento preciso de Ayoví

Com o domínio da posse de bola, a Suíça apostou na criatividade de seu recheado meio-campo para gerar oportunidades. Percebendo a forte marcação implementada em Shaqiri, Stocker e Behrami, o volante Inler apareceu como elemento surpresa, aos 35, e concluiu com firmeza da intermediária. Porém, Domínguez se esticou no canto esquerdo para colocar a bola em escanteio.

Em desvantagem, a equipe europeia voltou para o segundo tempo com o atacante Mehmedi no lugar do apagado Stocker. A alteração promovida por Ottmar Hitzfeld surtiu efeito em apenas três minutos. Após escanteio cobrado por Rodríguez, o camisa 18 ganhou de Gruezo no alto e testou no ângulo direito de Domínguez, que não esboçou reação.

O empate fez com que os tricolores chegassem com mais frequência ao campo ofensivo, diferente da postura apresentada no primeiro período. Aos seis minutos, em nova falta sofrida por Montero, Enner Valencia cruzou na medida, mas o zagueiro flamenguista Erazo cabeceou por cima do travessão. Com 14 jogados, o participativo camisa 13 quase anotou seu segundo gol na partida, mas finalizou rente ao ângulo esquerdo de Benaglio, em chute desferido da entrada da área.

Aos 20 minutos, o agudo Montero escapou pela ponta esquerda, superou Lichtsteiner na velocidade e finalizou rasteiro, mas viu Benaglio colocar a bola em escanteio. Quando o relógio apontou a marca dos 24, Drmic recebeu um belo passe de Mehmedi e tocou na saída de Domínguez para balançar a rede. Porém, o auxiliar flagrou o centroavante em posição irregular.

Nos acréscimos, o Equador perdeu uma grande chance para desempatar. Após escapar em velocidade pela ponta direita, Antonio Valencia serviu Rojas, mas viu o companheiro ser desarmado na área. A punição veio no contragolpe suíço, onde Rodríguez foi à linha de fundo e cruzou para Seferovic concluir firme, estufando as redes de Domínguez e decretando a virada em solo brasiliense.

O camisa 9 Seferovic saiu do banco para marcar o gol da virada suíça em Brasília


Suíça 2x1 Equador

Copa do Mundo – Grupo E


Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília-DF

Data: 15 de junho de 2014, domingo

Horário: 13 horas (de Brasília)

Público: 68.651 pessoas

Árbitro: Ravshan Irmatov-UZB

Assistentes: Abduxamidullo Rasulov-UZB e Bakhadyr Kochkarov-KGZ

Cartões amarelos: Equador: Paredes; Suíça: Djourou

Gols: Suíça: Mehmedi, 3’ 2ºT e Seferovic 47' do 2ºT; Equador: Enner Valencia 22’ 1ºT

Suíça: Benaglio; Lichtsteiner, Djourou, Von Bergen e Rodríguez; Inler, Xhaka, Behrami, Shaqiri e Stocker (Mehmedi); Drmic (Seferovic)

Técnico: Ottmar Hitzfeld

Equador: Domínguez; Paredes, Guagua, Erazo e Walter Ayoví; Noboa, Gruezo, Antonio Valencia e Montero (Rojas); Enner Valencia e Caicedo (Arroyo)

Técnico: Reinaldo Rueda

O CARA

Ricardo Rodríguez é o lateral esquerdo suíço e foi dali que saíram os dois gols da vitória do time contra o Equador. Um dos remanescentes do time campeão mundial sub-17 em 2009, o jogador, de pai espanhol e mãe chilena, fez o cruzamento para Mehmedi marcar o primeiro e Seferovic, seu companheiro naquele time de 2009, marcar o segundo. Uma atuação decisiva do jogador de 21 anos, que joga no Wolfsburg, da Alemanha.

A TÁTICA

Suíça x Equador

Suíça x Equador

A Suíça jogou no 4-2-3-1 tão popular em times do mundo todo. Xhaka comandou a criação no meio-campo, mas recuava muitas vezes para pegar a bola com os volantes. Shaqiri, pelo lado, ora era armador, ora mais atacante. Stocker, pela esquerda, foi quase nulo no jogo e por isso deixou o campo no segundo tempo. No Equador, duas linhas de quatro, com meias abertos pelos lados do campo, ambos sendo perigosos, mas especialmente Jefferson Montero. Felipe Caicedo foi apagado, mas Enner Valencia foi muito perigoso no jogo.

A ESTATÍSTICA

5

Número de desarmes feitos por Ricardo Rodríguez durante o jogo, o melhor no quesito ao lado do zagueiro Djourou. Se ofensivamente Rodríguez decidiu, defensivamente ele não deixou por menos e fez um ótimo trabalho.

Jogador por jogador, as avaliações de Suíça 2×1 Equador

Seferovic entrou no segundo tempo para marcar o gol da vitória da Suíça (AP Photo/Themba Hadebe)

Escudo Suíça

SUÍÇA

Diego Benaglio – 6

Não teve culpa no gol do Equador e se saiu bem quando foi exigido. Falhou apenas em uma saída de gol, que acabou salva pela zaga.

Stefan Lichtsteiner – 6,5

Muito bem no apoio do lado direito, não apareceu tanto durante o segundo tempo. Teve trabalho contra o rápido ataque equatoriano, mas conseguiu se safar.

Johan Djourou – 6

Bastante sólido na defesa, o zagueiro foi bem nos lances mano a mano, que não costumam ser seu forte. Entretanto, alguns deslizes quase entregaram o ouro a La Tri.

Steve von Bergen – 5,5

Não foi tão bem quanto o seu parceiro de zaga, mas conseguiu frear o ataque equatoriano na medida do possível.

Ricardo Rodríguez – 7,5

O melhor em campo. Bloqueou muito bem o lado esquerdo da defesa, onde os equatorianos não se criaram tanto e foi excelente no apoio. Os dois gols nasceram a partir de seus cruzamentos.

Gökhan Inler – 6,5

Ajudou a controlar o meio-campo e criou espaços aos seus companheiros mais à frente. Mas, na marcação, por vezes deixou muitos espaços às suas costas.

Valon Behrami – 7

Foi discreto o jogo todo, mas o esteio da equipe. Foi quem mais distribuiu o jogo e o segundo com mais desarmes. No final, sua roubada de bola foi capital para a virada.

Xherdan Shaqiri – 7

Diante da responsabilidade de ser o craque do time, chamou bastante a responsabilidade. Serviu bem os companheiros e arriscou muito a gol. Faltou calibrar mais o pé.

Granit Xhaka – 6,5

Centralizado à frente dos volantes, não foi um jogador criativo, mas participou bastante dos ataques e ajudou a dar liberdade aos homens de lado do campo.

Valentin Stocker – 5

Pouco efetivo durante o primeiro tempo, acabou substituído no intervalo

(Admir Mehmedi) – 6

Saiu do banco e, logo na primeira vez em que pegou na bola, já marcou o gol. Mas não foi tão bem assim na sequência e desperdiçou contra-ataques.

Josip Drmic – 5,5

Nulo durante quase todo o tempo em que esteve em campo, teve um gol mal anulado.

(Haris Seferovic) – 6

Mesmo com apenas 15 minutos em campo, mostrou mais mobilidade e presença de área do que Drmic. Marcou o gol da virada.

Escudo Equador

EQUADOR

Alexander Domínguez – 4,5

Não falhou nos gols, mas não transmitiu confiança nenhuma. Suas saídas atrapalhadas do gol foram muitas.

Juan Carlos Paredes – 6

Fechou bem o lado direito do Equador e demonstrou vigor em suas subidas ao ataque. Foi importante também nos cruzamentos.

Jorge Guagua – 6

Foi importante para afastar as bolas alçadas contra a área do Equador e realizou desarmes importantes.

Frickson Erazo – 5,5

Não comprometeu tanto, embora pudesse ter feito melhor no segundo gol da Suíça. Apesar disso, não foi o zagueiro que os flamenguistas costumam execrar.

Walter Ayoví – 6,5

Principal responsável pelo desafogo do time pelo lado esquerdo, apareceu muito bem no ataque, para aproveitar os espaços deixados por Jefferson Montero e fez bom duelo contra Lichtsteiner. O passe para o gol de Enner Valencia foi seu.

Antonio Valencia – 6

Não foi o que se espera do principal nome do time. Mesmo assim, por pouco não criou o lance que decidiu a partida. Foi perfeito no contra-ataque e na bola que meteu para Arroyo desperdiçar.

Carlos Gruezo – 5

Mais encarregado das funções defensivas e da saída de bola, não comprometeu tanto, mas esteve longe de ser brilhante.

Christian Noboa – 6

Discreto em campo, ajudou com desarmes e quase fez a falta decisiva em Behrami. Não ajudou tanto no ataque e errou muitos passes.

Jefferson Montero – 7

Muito bem nas arrancadas pelo lado direito do ataque, criou problemas à defesa suíça e obrigou Benaglio a boas defesas. Também abriu espaços aos companheiros.

(João Rojas) – 5,5

Entrou em campo no final, quando Montero já estava cansado, e não manteve o mesmo ritmo da equipe no ataque.

Felipe Caicedo – 4,5

Não honrou a 11 de Chucho Benítez. Foi pouquíssimo efetivo no ataque e, por isso mesmo, acabou substituído.

(Michael Arroyo) – 4,5

Foi mais participativo que Caicedo, mesmo jogando só 20 minutos. Cobrou uma falta que deu trabalho para Benaglio. O problema é que demorou demais no lance que poderia ter dado a vitória ao Equador – e que permitiu a virada da Suíça.

Enner Valencia – 7

Foi um azougue no ataque de La Tri e, por vezes, teve que carregar o setor ofensivo sozinho. O gol foi um prêmio pela bela atuação.

ÁRBITRO

Ravshan Irmatov – 6,5

Houve um gol mal anulado da Suíça, mas o lance era difícil. Compensou pela excelente interpretação na falta sobre Behrami, deixando o jogo seguir no lance que culminou na virada.


Fonte: Gazeta Esportiva - Felipe Lobo e Leandro Stein/Trivela     

Foto: Célio Messias/Gazeta Press - UOL e Reprodução Trivela

Arte: Trivela