Postado por - Newton Duarte

Preguiça Implacável

Preguiça Implacável


Colunista chama atenção para as falhas do lateral Galhardo na derrota do Bahia para o CSA


Cantarolo: "Um dia a areia branca meus pés irão tocar". Nem sei se a música é exatamente assim, mas tanto faz. É que, no momento em que escrevo essas necessárias linhas, estou num oásis de tecnologia no paraíso. Ele fica a poucos quilômetros da redação de A TARDE, mas parece tão distante...

O que importa é que estou aqui para provar que é possível lutar bravamente contra a preguiça, mesmo que o calor do sol e a brisa marinha nos convidem para o caminho contrário. No domingo, em Maceió, o clima era propício para ir ao mar de Pajuçara - ou do Gunga, ou da Praia do Francês. No estádio Rei Pelé, o sol, que acaricia quando pisamos na areia branquinha, assolava aqueles que são pagos para desfilar no gramado.

No primeiro tempo, o que definiu a assombrosa derrota do Bahia na estreia do Nordestão, para o CSA, o único espaço agradável e sombreado era o corredor direito, ocupado pelo lateral novato Rafael Galhardo. Porém, a temperatura mais amena no seu setor não foi o suficiente para que ele vencesse a incapacidade física - e o cara ainda precisa aprimorar, e muito, a parte técnica.

Seu atraso na marcação nos dois primeiros gols da equipe alagoana chamam atenção, embora ambas as jogadas tenham nascido do lado esquerdo. No primeiro, Raul deixa o adversário cruzar e Galhardo não se aproxima de Jéferson Maranhense, que marca. No segundo, rabiscado no infográfico ao lado, é Titi quem assiste ao cruzamento do jogador rival. Aí, a bola chega até Mineiro, que - impedido - empurra para o gol sem ser incomodado pelo cabeludo ala-direito do Esquadrão.

Depois, Galhardo ainda comete falta preguiçosa para Daniel Costa balançar a rede e praticamente sacramentar o triunfo do CSA. A minha opinião é clara, e já foi exposta aqui em colunas anteriores: não gosto do futebol do lateral revelado no Flamengo, e é triste saber que a única alternativa no elenco para seu lugar é o sempre atrapalhado Madson.

No entanto, com toda a sua falta de aptidão para a prática do futebol, creio que o maior inimigo de todos os atletas do Tricolor no domingão de sol em Maceió foi o implacável destino de ter de pisar a grama quente com incômodas chuteiras, e não flutuar de pés descalços na areia branca. Assim, o que resta é enumerar as milhares de contrapartidas e pensar: "Temos a melhor profissão do mundo. Precisamos fazer por onde".

Então, trabalhem, se esforcem, se desgastem, se acabem, lutem, aprendam. Pronto. Já dei meus sábios e nada óbvios conselhos. Agora, posso colocar meus pés na areia novamente.


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Fonte e arte: Daniel Dórea – Coluna Detalhe Tático – A Tarde

Foto: Edilson Lima / Ag. A Tarde